Amar é Um Erro (romance gay)

LUCAS

Lucas

Acordo todos os dias às 06:30 para ir ao inferno ou melhor dizendo minha escola, eu estudo lá em período integral das 07:00 às 16:00 horas, vivo dias de cão, sou perseguido por um grupo de meninos que adoram me fazer de idiota, quase não acontece bullying nessa escola, mas esse grupo da minha sala cisma comigo. Sou gay mas não tenho o famoso "jeito" como dizem, sou magro, tenho uma altura média de mais ou menos 1,75, cabelos e olhos castanhos, completamente introspectivo e tenho uma única amiga que se chama Ana.

Já na educação física ia só pra ficar vendo os meninos jogarem futebol sem camisa e entre eles estava Felipe, 1,90, cabelos loiros e barba por fazer, olhos verdes e um corpo escultural de dar água na boca, era apaixonado por ele, porém, ele faz parte do grupo em que faz da minha vida um inferno.

- Porque você cisma em gostar dele - disse Ana - ele faz você sofrer.
- A gente não pode escolher ou mandar no coração. - falei abaixando a cabeça.
- Mas você devia arranjar alguém que te ame! - exclamou ela.
- Mas aí eu não amaria e seria injusto - eu disse com uma voz normal porém um pouco mais alta.
Eu desisto Lucas, até depois. - ela saiu indo falar com Alice e outras amigas.

Ana se despediu e foi falar com outras amigas e eu coloquei o fone e estava tocando traps do years and years. Eu amo essa banda só não mais que Lana Del Rey.

Acabou a aula e eu ia saindo, foi quando senti a bola acertar em cheio a minha cabeça me fazendo cair em um monte de folhas e me sujar de terra, o uniforme era branco e verde escuro. Fiquei caído lá por uns cinco minutos até passar a zonzeira, quando aquele inferno ia acabar?

Saindo da quadra e voltando para sala Ana me perguntou o porquê de eu estar sujo, só neguei com a cabeça mostrando que nada tinha ocorrido e que ela não precisava se preocupar.

Felipe ria com os amigos e eu sentia que ele era diferente dos demais, muito galinha, estava sempre rodeado de meninas, eu esperava o dia em que ele viria atrás de mim para se declarar, mas nunca que isso aconteceria até porque, Felipe faz parte do grupo que me inferniza o dia todo, mesmo  nunca tendo encostado um dedo sequer em mim, considerava ele culpado por andar e estar sempre presente nas palhaçadas do grupo dele.

São 16:00 e o sinal bate, estamos todos saindo para que possamos ir cada um para sua casa, Felipe morava quatro casas abaixo da minha em um condomínio de casas que ficava no pequeno centro da cidadezinha onde moro.

Sou de uma família de arquitetos e somos ricos apesar de meus pais trabalharem duro para que possam dar o melhor sustento para mim e para meu irmão Gabriel. Meu irmão tem 22 anos e namorava uma garota linda chamada Julia. Eu não falava muito com ele. Ele ainda não tinha engolido o fato de eu ser gay, diferente dos meus pais que me aceitavam. Eu sentia falta porque há uns anos atrás nós éramos muito amigos apesar de eu ser quatro anos mais novo que ele, eu tenho 18 anos e estou no último ano do ensino médio.

Espero um dia me acertar com ele e também que ele me entenda completamente e saiba pelo que eu passo.

Minha família praticamente não morava comigo, sou filho de arquitetos que vivem viajando e acabam que só ligam para saber se estou bem ou precisando de algo.

Já era 00:00h e eu estava indo dormir porque eu acordava cedo demais e eu estava lutando para passar em medicina na USP.