LUCAS

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Lucas

Quinta-feira era o único dia em que tínhamos a aula obrigatória de educação física, as terças também tinha educação física mas era mais livre e nem todos participavam. Eu ainda estou com um pequeno corte no rosto.

Às 08:15 começava a aula e todos teriam que estar uniformizados de sunga, touca, protetores auriculares e óculos de natação. Cheguei no vestiário para me arrumar e lá estava Douglas e Felipe, gelei no momento em que eu os vi, sabia que vinha algo de ruim, entrei no vestiário na parte dos reservados e comecei a me trocar quando alguém bate na porta pedindo para que eu saísse de lá naquele mesmo momento ou as coisas seriam piores. Eu saí.

Felipe deu o primeiro chute em meu estômago enquanto Douglas me filmava, não consegui gritar socorro pois já me faltava ar, Douglas então pediu para que ele pegasse o lixo do vestiário, que era grande porque normalmente quase mil alunos por turno usavam ali, fui jogado lá dentro e fotos foram tiradas, foi dito que se eu contasse a alguém as fotos cairiam na rede.

Saí de lá, me lavei e então segui para a piscina como se nada tivesse acontecido, tudo ocorreu bem, eles não agiam quando tinha alguém como, professores por perto.

Saímos da aula, tomamos banho, tudo tranquilo e fomos direto para sala de edificações, já que era período integral, tínhamos vários ensinos e edificações fazia parte de nós montarmos plantas e até maquetes. Havia um trabalho para daqui um mês e minha dupla seria escolhida pelo professor e infelizmente eu caí na dupla com Felipe. O que me deixava chateado por saber que eu faria par com aquele imundo que havia chutado meu estômago naquela manhã.

- Então somos uma dupla - disse ele com a maior cara de pau.
- Infelizmente e não podemos mudar não é? - eu disse irritado.
- Pois é. - falou triste - tenta esquecer o incidente de hoje mais cedo - ele falou em tom de arrependimento.
- Vamos fazer logo esse trabalho, vá amanhã lá em casa para que possamos trabalhar na planta. - falei rápido.
Que horas? - perguntou.
- Vamos direto daqui. - falei saindo da sala.

Não podia acreditar que ele havia pedido para eu esquecer daquilo mas não havia me pedido perdão. Mas não cobraria, ele podia se danar que eu não estava nem aí.

Chegou o horário da saída e eu corri para casa assim eu não precisaria passar pela praça novamente enquanto eles estavam lá. Recebi mensagens de Ana.

"Vai fazer trabalho com o garanhão então?"

Eu respondi.

"Eu preferia que ele caísse da escada e sumisse do mundo!"

Ignorei qualquer mensagem que viria depois disso porque eu sei que ela iria querer saber a história e eu não queria contar.

E então chegou o dia seguinte e tudo ocorreu normal até a hora da saída chegar. Ele morava perto, então não seria problema ele sair tarde da minha casa, quanto mais rápido terminávamos melhor seria. Nos encontramos na porta da escola...

Amar é Um Erro (romance gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora