LUCAS

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Lucas (Leiam esse capítulo ouvindo, Tomorrow da banda Daughter!)

Como as cenas na escola me doeram, como é difícil perder alguém que a gente ama. Felipe não tinha como ser mais escroto fazendo toda aquela palhaçada, mas com Douglas? Alguma coisa tem nesse envolvimento.

Estou deitado na minha cama só esperando dar a hora de ir na casa dele, mas olho no relógio e ainda são cinco e quinze da tarde. Parece que as horas não passam de maneira nenhuma.

Meu irmão entrou no meu quarto e queria saber porque de eu só chorar e parecer que não estou no planeta. Realmente esses últimos dias estão sendo tão horríveis que tudo que estava bom acabou virando de cabeça para baixo.

— Luc, posso entrar? - perguntou
— Claro Gab, entra aí - sequei o rosto
— Você tá péssimo, olha essa cara toda abarrotada. - chorei ainda mais.
— Não tá sendo fácil esses dias, tá muito complicado.
— Desabafa comigo, coloque para fora tudo o que está sentindo! - ele falou me abraçando. — Sou seu mano e estarei sempre aqui.
— Sabe, vou contar tudo, quando fomos viajar acabei perdendo a virgindade e sendo pedido em namoro por Felipe. Só que quando voltamos para esta cidade, ele não quis mais falar comigo e disse que o que fiz é imperdoável e agora aquele lixo está com Douglas.
— Aquele que fazia da vida de vocês um inferno? - falou
— Exatamente e agora vou me encontrar com Felipe às onze, para esclarecer tudo.
— Tem certeza?
— Eu ainda o amo, gosto dele desde há oitava série.
— Faça o que achar melhor e antes que eu esqueça, o pai e a mãe vão entrar de férias durante duas semanas e ficarão aqui em casa com a gente. Eles chegam em dois dias. - falou me deu um beijo na testa e saiu.

Saber que meus pais chegariam me deu um certo alívio, saber que teria o colo deles ali novamente. Olho o relógio e já são quase onze, me arrumo e vou ao encontro de Felipe.

Chegando na casa dele, toco a campainha e sua mãe atende e pede pra eu subir e quando chego em seu quarto e ele vira sua cadeira em minha direção parece que tudo para e as baterias das música tomorrow da daughter tocam sem parar e faz aquela cena parecer algo de filme.

— Estou aqui. - falei.

Ele não disse nada, apenas jogou umas fotos na cama e pareciam que era de algum garoto pelado, me aproximei e vi que eram o meu rosto naquelas fotos.

— Não tem nada para falar? - perguntou.
— Não sou eu!
— Você mandou essas fotos para Murilo, e recebi essas fotos no momento em que chegamos aqui na cidade.
— Mas nunca falei com Murilo, nunca me relacionei com ele.
— Mas como essas fotos foram parar na mão dele?
— É montagem! - gritei. — Nem parece que me viu pelado há cinco dias atrás.
— Prove.

Abaixei as calças e mostrei uma manchinha de nascença que havia embaixo da minha nádega direita. Só Felipe e minha família sabiam, ninguém me viu pelado na vida a não ser eles.

— Pelo jeito você não reparou em mim. - falei -Só quis me usar! - aumentei o tom de voz.
— Como eu poderia saber?
— Nós transamos varias vezes, alguma coisa você devia ter reparado. Como eu sei que você tem uma pinta grande no saco. Um cicatriz na parte interna da coxa. – ele começou a chorar.
— Perdão! - gritou. — eu já ia te pedir isso, mas fui ameaçado por Douglas, você será o único homem da minha vida. O único.

Não falei mais nada, apenas o abracei. Tudo tinha sido um grande mal entendido da parte de nós dois, mas não sei se saberei perdoar, Fê podia ter falado comigo no mesmo momento em que recebeu as fotos. Joguei tudo na cara dele e falei mais um trilhão de coisas. Aquele garoto arrependido só sabia pedir perdão. Falou sobre tudo que Douglas havia dito e falou também sobre as ameaças.

Umas duas horas depois falei que tudo estava bem e sai de sua casa, preciso colocar a cabeça no lugar, preciso pensar, está tudo confuso. E agora Douglas e Felipe estão namorando, mesmo que seja falso, esperarei Felipe terminar a palhaçada toda, estarei aqui para ele com certeza.

No dia seguinte cheguei na escola e Douglas estava sozinho, Felipe chegou quinze minutos depois que cheguei  e nem na cara de Douglas ele olhou. Sinal de que a palhaçada tinha acabado. Andou em minha direção e disse tudo irá se acertar e me deu um selinho. Fomos para aula de mãos dadas e percebi o olhar matador de Douglas para nós. O demônio não nos deixará em paz, então o certo a fazer é ignorar.

Acabou que passei o dia todo ao lado do meu amor, e iríamos dormir juntos já que hoje Gabriel não dormirá em casa e meus pais só chegam amanhã pela tarde.

Deitamos e ficamos abraçados o tempo todo, só escutava ele sussurrando perdão na minha orelha e eu assentindo com a cabeça e dizendo que ele já estava perdoado e que nós dois ficaríamos bem, para deixar o ocorrido de lado mas dobrar a atenção com Douglas.

Fê desabou em lágrimas e disse que assim que o ano acabasse nós nos mudaremos para São Paulo e faremos nossa vida longe dessa cidade pacata e cheia de inveja. Mas ainda assim temos que manter a atenção enquanto estivermos aqui.

Nisso uma mensagem aparece na tela do meu celular.

"Ainda não acabou, Rs.
Xoxo, Doug <3"

Amar é Um Erro (romance gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora