FELIPE

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Felipe

Na escola é sempre a mesma coisa, chego às 07:00h da manhã e sempre sento com o meu grupo. Faço parte do grupo de populares, sou muito bonito não querendo me gabar, mas eu tinha a garota que queria.

Eu e meu grupo sempre pegava no pé de um único menino da minha sala, um "veado", eu adoro zombar da cara dele com todos os meus amigos e ele chegou até a chorar no dia em que Douglas e os outros mijaram nele, foram todos suspensos por três dias já que os pegaram no flagra. No fundo eu sabia que  estava errado, mas eu gostava de assistir aquelas coisas e manter a minha reputação.

Deu 16:00h e o pessoal foi se reunir em uma praça perto da escola, já que ainda era início das aulas, fevereiro, a gente ainda não tinha trabalhos ou redações para entregar, Lucas passou pela praça e Douglas que era o menino que mais gostava de zombar dele já se levantou e foi até ele, ontem nós o fizemos cair em um monte de folhas e quando eu notei Douglas já gritava com ele.

- Ei veadinho! - gritou Douglas enquanto Lucas continuava andando.
- Me deixa quieto Douglas - gritou Lucas.
- Sabe o que acontece com veado né? - Douglas gritou já acertando um soco nele.

Ele caiu, escorria sangue de um pouco abaixo do seu olho, eu fiquei preocupado mas não podia fazer nada, eu tinha que manter uma certa pose e reputação, as pessoas ao nosso redor riam da situação enquanto Lucas só sabia chorar.

Eu decidi ir para casa já era 17:15h da tarde e o cansaço já batia em meu corpo, fui indo para casa passei por Lucas que estava sentado com alguma garota amiga dele no banco da praça que o ajudava a limpar o sangue. Só o encarei e abaixei a cabeça.

Cheguei em casa e fui olhar meu celular, tinha umas vinte mensagens de texto do Douglas, eu me recusava a ler ou responder qualquer coisa naquele momento. E então deixei o celular de lado.

Acabei pegando no sono minutos depois de deitar. Acordei duas horas mais tarde para jantar e foi aí que li as mensagens que havia recebido.

"Viu o que fiz com o veadinho da nossa sala?"
"Porque você não foi me ajudar?"
"Amanhã eu já preparei algo pra que você faça com ele"
"Se você arregar eu juro que dou um jeito de acabar com sua vida"
"Até amanhã às 08:00h no vestiário da educação física"

Fiquei olhando as mensagens e me recusei responder, o que ele estava planejando? O que ele queria de mim? - sei que eu não queria colocar as minhas mãos em Lucas, mas é por isso que teria que fazer isso, nunca tinha encostado nele, só assistido de longe, as coisas, tanto que fui o único não suspenso quando mijaram nele. Nossos pais se conheciam, éramos vizinhos e eu não podia fazer com que nossos pais acabassem brigando.

Deu 01:00h da madrugada e acabei decidindo dormir, não sabia o que me esperava na escola aquele dia.

Amar é Um Erro (romance gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora