Notas inicias: Falas em seriam ditas em inglês estão destacadas em negrito.
O carro transitiva pela a estrada bem cuidada, margeada por casas de dois andares, com grandes janelas de estilo que mesclava o vitoriano com o moderno, grudadas umas nas outras, com seus jardins impecáveis. O motorista observava a clara diferença daquele ambiente para com seu antigo lar, do outro lado do atlântico.
–Eu não vou gostar! – Sentenciou um garotinho de 8 anos sentado no banco traseiro do automóvel, ele tinha pele morena e cabelos castanhos meio que encaracolados nas pontas dando um ar meio que angelical apesar da expressão emburrada que a criança agora exibia com direito a biquinho, braços cruzados e bochechas estufadas. Seus grandes olhos de íris castanhas que beiravam a cor de mel, vivazes, mirava o seu pai com intenso fervor da rebeldia infantil. Seu nome era Luciano e seu status no momento era estar extremamente chateado com o seu pai.
–Lu... Dê pelo menos uma chance! Nem chegamos a nossa nova casa e já está reclamando! Lembra-se o que te falei? Só deves falar que não gosta de algo ou alguma coisa quando testar ou provar essa mesma coisa! Formular opiniões precipitadas é algo errado de se fazer. – Explica com paciência o homem de cabelos longos e negros, amarrado por frouxo rabo de cavalo, uma cicatriz estava presente em seu olho esquerdo, parecia uma linha ténue escuro que cruzava parte de seu rosto, todavia não afeta a sua visão, mas deixava uma marca permanente no seu rosto elegante.
–Mas eu já sei que não vou gostar, papai! Tenho certeza! Tipo muita certeza! – O garotinho era bastante enfático em sua convicção, para não dizer teimoso. Afonso, o pai, observou o filho pelo retrovisor e suspirou longamente... Já Imaginara que seria complicado aquela transição não só de casa, mas de país, porém não podia voltar atrás, tinham que se mudar e reiniciar a vida... Necessitavam disso!
–Aposto que vai fazer vários amigos! Muito mais do que tínhamos lá no Brasil, não é mesmo? –Sorriu tentando animar.
–Não gosto dos meninos daqui... –Falou somente isso e virou o rosto para o lado, evitando olhar para o pai.
Você ainda não conheceu nenhum menino daqui... Afonso resolveu não falar isso em voz alta. Luciano não iria ver a lógica em seus argumentos formados pela teimosia.
"Só espero que ele não arrume brigas" pensou preocupado, conhecia o seu filho, sabia do que ele era capaz de fazer, ainda mais quando estava irritado. Luciano era muito esperto, só que as vezes utilizava essa sua "qualidade" para se meter em grandes confusões.
A jornada de carro logo acaba, estavam em um bairro suburbano típico inglês, Afonso sentia como dentro do filme do Harry Potter, na rua dos Dursley, era de fato parecido com aquela cena, casas idênticas umas as outras, com mudança na coloração da faixada, tão somente.
– Casas feias! –Anunciou, critico, Luciano saindo do carro, prontamente, vai até o jardim da casa que seria deles, resoluto, se agacha e pega um punhado de grama e coloca na boca.
–Luciano! O que pensa que está fazendo!? –Afonso vai até o filho o forçando a cuspir a grama ingerida.
–Estou provando... Você disse que se eu provasse antes de reclamar, poderíamos ir embora e voltar para o Brasil! –Explicou o menor como fosse a coisa mais óbvia do mundo.
–Não era esse tipo de "provar" que eu me referia...-Por que era tão difícil fazer Luciano entender? Será que ele não era um bom pai? Sabia que antes tinha sido muito ausente... Era algum tipo de castigo pela a sua carência na paternidade?
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Vizinhos
FanfictionAfonso decidiu que deveria recomeçar a sua vida depois de um evento traumático em sua vida, novo país... Novo trabalho... Seria perfeito para um jovem pai viúvo e seu pequeno filho. Quem sabe que surpresas o destino pode trazer a eles? Será que pode...