Os raios da manhã que se formava adentravam na penumbra da sala. Afonso tenta evitar a luminosidade tapando o rosto com uma almofada, estava dormindo no sofá e a noite foi deveras agitada, primeiro as crianças não dormiram, estavam com medo e forçaram os dois adultos a inspecionar toda a casa para provar que não havia nenhum poço muito menos algum local que a tal sandako poderia entrar, além de pedirem para desligar qualquer eletrônico : televisões das tomadas, celulares, até o micro-ondas pois segundo os menores parecia uma TV e a sandako poderia utilizar como meio de adentrar na casa... Depois desta verdadeira epopeia de caça ao fantasma da mulher cabeluda japonesa, as crianças resolveram se acalmar e finalmente foram dormir... Arthur tentou arrumar o quarto de hospedes para Afonso, o único problema seria que o tal quarto estava abarrotado de livros, nem era possível identificar onde estava a cama no meio de tantos livros e documentos, o inglês ficou envergonhado e até ofereceu a sua cama para o vizinho que não aceitou e preferiu a sala... Estava tão cansado que nem reparara como o sofá era duro, agora de manhã podia sentir as dores se alastrando pelo o seu corpo.
– Ainda bem que hoje é domingo... – Resmungou se levantando, não podia lutar contra o sol e nem contra o amanhecer, massageou o pescoço dolorido e sentiu um calafrio percorrer o seu corpo...Notou seu peitoral nu e se recordou do outro fato que tinha ocorrido: nenhuma das camisas de Arthur lhe couberam, parecia que era maior, em tamanho, do que o pequeno inglês o que levou a dormir sem camisa. Esperava que não pegasse algum resfriado...
–Queria dormir mais um pouco... –Continuava a resmungar até ouvir alguém se arrastando pelo corredor para a cozinha, logo Arthur apareceu, vestia somente uma camisa regata branca e cueca, que aliás exibia mini-bandeiras da Inglaterra como estampas, estranhamente a visão do outro homem naquelas vestes fez Afonso corar e desviar o olhar, estava sendo tolo...Afinal, Arthur nem estava nu! E se o estivesse? O que isso teria de mal? Os dois eram homens! Mesmo assim... Achava que estava invadindo de alguma forma a privacidade do amigo o espiando dessa forma.
O inglês parecia um zumbi, nem notara o vizinho e se encaminhou aos tropeços a cozinha. Seus cabelos loiros que no dia-a-dia já apresentavam um estilo desarrumado, pareciam ter alcançando um novo nível de desleixo, era como um furacão tivesse passado pelas mechas douradas...Algo que Afonso achou deveras adorável.
–Problemas para acordar? –Riu baixo ao ver o amigo bater com cabeça em uma das portas dos armários enquanto tentava abri-lo, o comentário passou despercebido pelo o outro, pelo visto o estado zumbi do inglês era bem severo. Afonso se levanta e resolveu tentar ajudar, na verdade, temia que Arthur se machucasse naquela forma.
–Arthur...Você quer que eu faça o café? –Imaginou que era esse o motivo do inglês procurar nos armários alguma coisa.
–Café?! Bloody hell! O que você pensa que eu sou!? Bollocks (besteira)...Quem precisa de uma merda de café! Quero o meu chá! Preciso do meu chá! Eu não sou um maldito americano com seus malditos cafés expressos! Não! –Resmungou o Inglês, para a surpresa de Afonso, nunca vira o vizinho utilizar aquele linguajar... Parecia que Arthur era cheio de surpresas...
–Er...Quer que eu ajude a encontrar o chá?
–Obvio! –Rosnou ainda concentrado na sua busca épica pelo o glorioso chá, o português logo percebe que o tal produto procurado estava em cima da bancada, todo o tempo, a vista de todos. Afonso leva a mão ao rosto, abafando a gargalhada que estava começando a se formar, aquilo estava sendo hilário.
–Seria esse? –Entrega o chá ao inglês mal-humorado.
–S-sim! ...Obrigado! –Resmungou pegando o chá e já se direcionado para o fogão para esquentar a agua. Afonso ficou a observar, primeiro achou interessante conhecer essa nova faceta do vizinho, outro fato que notara era como Arthur era magro, não como fosse algo ruim , tal como uma doença, anorexia ou algo do tipo, não! Arthur era esguio, sua pele alva parecia brilhar com a luz do amanhecer, sem falar que ...Ele tinha uma bunda...Sim Arthur tinha uma bunda redonda e empinada, era realmente algo que não tinha reparado na noite anterior e nem durante os dias que tinha conhecido o vizinho, talvez fosse o fato dele estar só de cueca...
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Vizinhos
FanfictionAfonso decidiu que deveria recomeçar a sua vida depois de um evento traumático em sua vida, novo país... Novo trabalho... Seria perfeito para um jovem pai viúvo e seu pequeno filho. Quem sabe que surpresas o destino pode trazer a eles? Será que pode...