fracasso

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hello

Redesenhe meus lábios

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Redesenhe meus lábios

Apague o seu toque

Isso tudo é demais para mim

Assopre

Como fumaça ao ar

Como você pode morrer descuidadamente?

-Six Feet Under by Billie Eilish

Alejandro despertou sentindo o cheiro de fumaça, saiu da cama as pressas e acordou a esposa

-está sentindo esse cheiro? esqueceu o gás ligado?

-não, eu deixei tudo direitinho

-Camila! -os dois falaram ao mesmo tempo

Correram seguindo o cheiro da fumaça até que chegaram na entrada do porão de onde estava vindo, Alejandro foi pegar um extintor de incêndio e os dois desceram até lá encontrando Camila desmaiada no chão

-ai meu Deus! o que ela foi fazer!

O fogo estava quase chegando perto dela, seu braço tinha uma queimadura de primeiro grau, seu pai a pegou nos braços e levou para fora dali, botando-a no sofá, enquanto sua mãe ligava para a ambulância ele desceu para apagar o fogo, a sorte era que as chamas não estavam tão violentas e poderia ser apagada com o extintor. Depois de controlar a situação ouviu o barulho das sirenes, os paramédicos entraram na casa para pegar a garota.

-o que aconteceu?

-um incêndio

Eles não queria mencionar que foi algo proposital, não falaram muita coisa, na verdade, apenas a acompanharam até a ambulância e partiram para o hospital mais próximo. O enfermeiro que estava dentro colocou uma máscara de oxigênio nela que começou a tossir

-onde que eu estou? eu morri? -tossiu mais vezes

-não filha, graças a Deus isso não aconteceu, estamos indo para o hospital

-porque fez uma coisa dessas Camila? nós poderíamos não ter conseguido chegar a tempo, pense em como nos sentiríamos de encontrar a nossa filha em meio as brasas, morta

-eu.. eu.. não sei o que aconteceu, eu não quis, quer dizer, eu não sei porque fiz.. isso -tossiu

O paramédico ficou olhando para os dois buscando respostas

-ela tem esquizofrenia

A ambulância logo chegou ao hospital e levaram ela pra examinar

-eu.. não consigo respirar direito..

-por causa da fumaça que inalou, tente não falar muito agora

O médico a examinou

-por pouco você não teve uma intoxicação respiratória, mas vai ter que ficar em observação

-quanto tempo?

-de dois a três dias, apenas para ter certeza de que não vai ocorrer nenhum problema, a voz dela está um pouco rouca, algumas substâncias presentes na fumaça pode ser muito perigoso, eu vou aplicar um soro e peço para que descanse

-eu.. estou com dificuldade..

-de respirar, eu sei... vou te deixar com a máscara de oxigênio, não force seu pulmão, fique quieta e descanse ok?

Ela assentiu com a cabeça e então o médico saiu, a noite seria longa e cansativa

-eu não vou dar sermão agora, mas quando sair daqui a gente vai ter que conversar Camila, eu e seu pai nos esforçamos para te manter bem e você faz isso? eu fiquei desesperada -ela chorou

Camila se sentiu ainda mais inútil e triste, eles não entendiam que a culpa não era dela, foi como se não tivesse controle de si mesma quando começou aquele incêndio, estava muito frágil e isso não era uma coisa boa, não era bom estar sozinha em momentos assim

-eu preciso voltar pra casa e arrumar a bagunça que ficou, nem sei se fechei a porta direito, saímos muito apressados

-faça isso querido, por favor, eu vou ficar aqui com ela

-como já está tarde, assim que eu terminar eu tomo um banho, durmo o restante das horas que tem e pela manhã venho até aqui

-precisa ir no colégio avisar aos professores dela o motivo dela faltar

-eu farei isso, vou pedir um atestado ao médico

Deu um beijo no rosto da esposa e saiu do quarto, ele não estava nada animado, não queria brigar com a filha também e deixá-la ainda pior do que já estava, mas era difícil ver sua única filha naquela situação, era difícil lidar com a esquizofrenia, quando a viam frágil isso também os atingia, teve medo pela filha e também pela sua esposa, ela não podia ter preocupações demais, sua saúde também estava muito perfeita, tinha queda de pressão de vez em quando, ela tentava esconder, mas como esposo, ele prestava atenção, sabia que ela apenas não queria preocupá-lo.

(...)

Após esvaziar garrafas, colocar tudo pra fora e cair sobre o próprio vômito, Lauren se arrastou até o banheiro na intenção de tomar um banho, mas acabou sofrendo uma queda na cerâmica molhada, ficou com um ''belo'' de um hematoma na coxa, ouviu seu celular tocar e sua cabeça doeu, mas foi atender, nem tinha notado que em sua bebedeira tinha enviado mensagens para Normani.

-o que é?

-eu não acredito que está fazendo merda novamente Lauren

-me deixa, não seja uma chata.. eu mereço estar assim, o que eu não quero é que ninguém fique me ligando

-eu sou sua amiga e é o meu dever tentar cuidar de você, está passando dos limites, daqui a pouco estará nos alcoólicos anônimos, como seus pais podem não perceber nada? eles não ouviram nada? não vieram a seu quarto?

-não, eles estão ocupados com seus rostos enfurnados na tela de um computador, trabalhando e se preocupando com os meus irmãos, as vezes acho que sou adotada

-não fale besteira, precisa conversar com eles

-eu não quero conversar, eu só quero beber, trás mais pra mim? acabou meu estoque

-de jeito nenhum

-eu vou ligar pra Keana, ela trás e ainda terei sexo pra me divertir

-do jeito que está e da forma que sua voz está você não tem forças nem pra mover um dedo, muito menos pra fazer sexo, tome um banho e vá dormir, falta poucas horas pro dia amanhecer e temos aula, não quer tirar notas ruins uh?

-não

-então faça o que estou pedindo

-tudo bem, Mani se você não fosse minha amiga eu...

-você não faria nada, nem vem com essa Lauren Jauregui, que pra meu lado não rola

-Dinah Jane, já sei

-mesmo sem Dinah não rolaria, te vejo apenas como amiga, você teve a chance de ter alguém que realmente gostava de você, mas agiu feito uma idiota e estragou tudo

-Camila?

-é.. ela mesma, mas não quero conversar sobre isso com você assim, bêbada, depois a gente se fala, faça o que mandei ok?

-está bem, tchau

Desligou e voltou ao banheiro, tirou as roupas que fedia a álcool e foi pra de baixo do chuveiro, tremeu ao sentir a água gelada, mas faria bem pra ela, voltaria logo para seu estado normal. Se sentia miserável, todo o dinheiro que tinha não era o suficiente para fazê-la se sentir bem naquele momento, estava um lixo, se sentindo como uma moribunda, se afogando na bebida para tentar se sentir preenchida, mas como sempre o vazio apenas aumentava.

Esquizofrenia - CamrenOnde histórias criam vida. Descubra agora