Como encontrar uma razão para viver, estando em meio a um inferno pessoal dentro de sua própria mente?
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Camila olhava pela janela do seu quarto, a noite estava belíssima, o céu repleto de estrelas, a lua crescente brilhando junto a elas, e uma brisa fria gostosa entrando por sua janela e fazendo seus cabelos voarem. Ela olhava para as próprias mãos e até parecia que ia pra alguma de suas consultas quando era mais nova, ficava muito nervosa e com medo, as mãos tremiam, era como estava se sentindo, talvez fosse mais ansiedade do que medo, sabia que não tinha com o que se preocupar, mas ainda assim não conseguia conter o nervosismo, pensar em tudo que poderia acontecer, ou não, a deixava aflita. Viu quando o carro preto estacionou em frente a sua casa e então fechou a janela, era sua namorada, avistou quando ela saiu do carro com seus cabelos longos soltos ao vento, uma camiseta de uma banda que ela ama, The 1975, e uma jaqueta aberta, usava um shortinho colado ao corpo e um coturno escuro, era uma perfeita bad girl. A latina desceu as escadas em passos lentos e quando chegou ao final delas Lauren estava lá na sala, com um sorriso no rosto.
-eu já estava falando pra ela aqui, nada de bebidas alcoólicas, nada de saírem sem avisar, não durmam muito tarde e nem assistam filmes inconvenientes, e o principal, dormirem em quartos separados
-está bem papa, não se preocupe, eu só vou dormir fora –ela riu notando a preocupação do seu pai
-mas é a primeira vez, só iremos deixar porque confiamos na Lauren e em você também
-pode ficar tranquilo senhor Alejandro, eu vou cuidar bem dela
-eu preparei uns bolinhos de chuva deliciosos para tomarem com café
-não precisava se preocupar dona Sinu
-obrigada mama, e você vai adorar os bolinhos dela lolo, são deliciosos
-não quer vestir um casaco? Está um pouco frio lá fora, não quer que pegue um resfriado
As vezes eles a tratavam como se fosse uma criança, mas ela não ligava, sabia que eram assim desde sempre, cuidadosos.
-não precisa, vamos de carro e logo estarei aquecida quando chegar na casa
-lá tem uma lareira, eu acendo se fizer frio demais, faz um bom tempo que não a usamos, e tenho casacos quentinhos também caso ela precise
-obrigada Lauren
-podemos ir?
-sim
Camila pediu a benção aos seus pais, tinha esse costume desde criança, hoje em dia poucas pessoas faziam isso.
-sua benção pai, e sua benção mama
-Deus te abençoe minha querida –falaram juntos
-tchau maninha
Camila se abaixou para depositar um beijo no ventre de sua mãe. Então finalmente saíram, antes que seus pais prendessem as duas ali por mais tempo. Já dentro do carro Lauren girou a chave na ignição
