Como encontrar uma razão para viver, estando em meio a um inferno pessoal dentro de sua própria mente?
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Durante a madrugada Camila teve pesadelos, dormia por alguns minutos e logo acordava, sua cabeça estava doendo porque não conseguia parar de pensar em Lauren e em que teria que esperar o outro final de semana para finalmente vê-la. Sua celular acendeu e ela viu que era uma mensagem dela, abriu rapidamente.
Amor: "você me deixa fora de mim com tanto sentimento que tenho pra te oferecer. você me acha sempre que eu me perco. eu já sinto a sua falta amor, mesmo ainda nem tendo chegado a Orlando, mas quando receber essa mensagem eu já estarei lá. eu amo você, espere por mim por favor. ''
Claro que ela esperaria, não faria outra coisa além de esperar ansiosa por Lauren. Mesmo com as mãos tremendo um pouco ela digitou, era sinal que Lauren já tinha chegado em Orlando.
"Eu também te amo muito... estarei te esperando amor. Chegou bem?"
Esperou alguns minutos e logo teve retorno.
"Sim, e para a minha sorte serei colega de quarto de uma menina que conheci no avião, ela se chama emily, a namorada dela vai fazer artes visuais.. na mesma Universidade que você. Eu estou com tanto sono.. queria não estar e ficar fala do com você"
Camila sentiu um leve incômodo ao saber sobre a tal emily, sabia que ela teria uma colega de quarto, mas sua mente traiçoeira lhe fazia imaginar mil e uma coisas ruins a respeito disso, como por exemplo, lauren se apaixonando por ela ou por qualquer outra garota de Orlando, uma menos problemática.
"A gente se fala quando puder então.. vai dormir tá? Cuidado, e se cuida, já que não posso cuidar de você agora. Durma bem, eu amo você"
Enviou e passou a mão no rosto pra enxugar uma lágrima.
Lauren estava sentada em sua cama de solteiro com o celular na mão enquanto emily se trocava no banheiro. Depois que chegaram foram recepcionadas e levadas para o quarto.
-foi sorte terem colocado a gente no mesmo quarto. Ei. . O que foi?
Percebeu Lauren chorando e se aproximou.
-nada... Eu só. . Preciso dormir um pouco, descansar a minha mente
-sei que sente a falta de Camila, mas pense bem.. olha pra mim, eu nem se quer posso trocar mensagens com a Kaya, ela não pode usar celular na clínica a não ser na presença dos pais dela... e isso está me matando, mas eu tento me manter bem, por nós duas
-sempre tem alguém no relacionamento que segura a barra. . Preciso que seja eu, mas tenho medo de não conseguir
-calma, vem aqui
Envolveu ela com seus braços e a abraçou
-shh.. é só uma faculdade e alguns quilômetros de distância, você vai poder ver ela na próxima semana* assim que organizarem nossos horários de aula
-você não tem medo?
-de quê?
-de Kaya encontrar outra garota, para protegê-la e cuidar dela quando está frágil?
Emily soltou ela e se afastou
-mas é claro! Eu penso nisso o tempo inteiro, mas o que posso fazer além de confiar no nosso amor? Nada! Você tem que fazer o mesmo
-você é forte
-Eu só aparento. Agora deita aí e descansa, amanhã você liga pra sua namorada e fica um pouco melhor.. Eu estou morrendo de saudades da voz da Kaya, droga.. e do beijo dela -passou a mão no rosto -mas alguém tem que ser forte aqui
-obrigada
-Boa noite lauren
-Boa noite!
Desligaram a luz do quarto e cada uma virou para um lado. Lauren estava tão cansada que pegou no sono rápido.
Ao contrário dela Camila estava bem alerta, não sabia porque suas mãos tremiam tanto e seu coração estava acelerado, era aquela sensação desesperadora de antes. Pegou água e tomou um pouco, mas sem querer deixou a taça cair e quando foi catar os cacos cortou o dedo, e o sangramento a fez ficar apavorada.
-droga!
"Eu o olho o meu reflexo no espelho. Por que estou fazendo isso comigo? Enlouquecendo por um erro tão pequeno. Eu quase deixei o meu verdadeiro eu escondido"
Logo sinuhe apareceu na cozinha por causa do barulho e correu até Camila, se abaixou para perto dela tendo cuidado por causa da barriga.
-ei querida, o que aconteceu?
-eu.. eu queria água e quebrei sem querer.. está saindo sangue, faz parar mãe..
-shhh calma.. foi só um corte
Camila começou a chorar descontroladamente e Sinu sabia que não era por causa de corte e muito menos por ter quebrado a taça.
"Não perca quem você é, no borrão das estrelas. Ver é iludir, sonhar é acreditar. É normal não estar bem. Às vezes, é difícil Seguir o seu coração. As lágrimas não são uma derrota. Todos estão sofrendo"
-ela vai estar lá se eu for atrás dela
-o que? Lá onde?
-lá. . No nosso lugar
-Camila.. vem, se levanta
Levou ela para a sala e fez um curativo em seu dedo. Foi até o armário e pegou Clonazepan, apesar do bom tempo sem o uso dele, ela precisava naquele momento. Levou com um copo de água.
-tome, vai te deixar mais calma ok?
-está tudo bem?
Alejandro se aproximou com uma cara de sono
-Sim amor, volte a dormir, foi só um copo quebrado, vou leva-la para o quarto
-eu vou te esperar aqui na sala
Ela assentiu e subiu as escadas com Camila para o quatro. Colocou ela deitada na cama, a mesma não dizia uma palavra.
-vai ficar mais calma agora que se medicou
Ela só conseguia pensar que não queria voltar a ser a dependente de remédios que era antes.
-qualquer coisa me chame ok?
Ela assentiu. Sinu deu um beijo no rosto dela e encostou a porta do quarto. Quando desceu Alejandro estava guardando as facas.
-está começando de novo?
Perguntou nervoso
-eu não sei, espero que não
-eu vou guardar isso por precaução, não quero que ela se machuque
-vai ficar tudo bem, é só o choque de ter se despedido de lauren hoje
-espero que sim
-calma amor, Camila é forte, vai ficar tudo bem. Vamos dormir, sim?
Alejandro concordou e eles foram para o quarto. O remédio em si fez efeito e Camila dormiu, mas por volta das 4:40 da madrugada ela despertou de súbito e levantou da cama.
-ela vai estar no nosso lugar
Sussurrou baixo e saiu do quarto. A casa estava em silêncio e ela foi até a porta, girou a chave e abriu saindo para o relento.
-eu estou indo lolo...
Ela estava com a mente confusa e perturbada, e não sabia o que dizia, saiu de pijama na madrugada desviando de algumas árvores no caminho. Nem sabia como chegar ao local que queria, sempre ia de carro com lauren. Estava tão zonza e quando acelerou os passos para atravessar a rua viu um clarão dos faróis.
