Capítulo 1

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POV Paul 

Nova York - Ano 2012 

Estamos em janeiro, época em que tudo volta ao normal depois de longas férias. Esse ano curti no Caribe. Muitas garotas, bebidas aos montes e sem juízo algum. Meu pai enche meu saco dizendo que está na hora de criar vergonha e trabalhar feito gente grande. Tenho 20 anos e tenho a vida que muito jovem pediu aos céus. Tenho meu próprio apartamento, uma funcionária que faz tudo e muito, muito dinheiro. Sou o único herdeiro de uma empresa conhecida mundialmente no ramo de carros. Papai dá a vida por ela, até mais que pela minha mãe. 

Não posso dizer que não trabalho, mas como dizem por aí  "já que sou patrão, faço o horário que eu quero" e nem ligo se chego as 8:00 da manhã ou as 13:00 horas...sei que vou chegar, sentar  ao lado do meu pai e ficar vendo papéis e pessoas o dia todo... que saco! 

Hoje mamãe me visitou cedo. Acordei com ela me chamando na beirada da cama:

- Vamos filho, seu pai tem uma reunião importante e quer sua presença.

Coloco o travesseiro na cabeça e peço mais cinco minutos. Não acredito que ela saiu da casa dela, veio até aqui só pra me chamar. Emma, minha funcionária, uma senhora já, faz todo o papel da minha mãe sabe: cuida da minha roupa, lava, passa, cozinha...enfim! Ou seja, não precisava vir até aqui. Era só avisar e pronto. 

Depois de muitas tentativas, abro os olhos e me levanto, sentando na cama e vejo que Emma está rindo e me olhando:

- Mãe ainda é madrugada...

- Já são 9 horas da manhã filho. Vamos, a reunião é daqui a uma hora.

Me levanto e saio rumo ao banheiro, enquanto elas vão até meu closet escolher qual roupa usarei para essa tal reunião importante. 

Quando volto do banheiro, vejo que tem várias ligações perdidas de Rebeca...mulher chata do caralho! A Rebeca é uma peguete que virou funcionária do meu pai a alguns meses..."grande contratação da empresa!" "Menina exemplar, cheia de vontade para trabalhar!" Essas são as palavras do meu pai a cada vez que nós cruzamos o corredor da empresa.

Eu conheci a Rebeca a uns três anos em uma festa. Um amigo me apresentou e eu acabei virando uma espécie de "P.A." com ela. Eu desde o início jurei que não queria nada sério com ela e nem com mulher nenhuma. Sou jovem demais pra me enroscar e passar o resto da vida com uma aliança prendendo meu dedo. Mas parece que ela ainda não entendeu o recado. Coitada, vai ficar querendo por muito tempo. Resolvo não atender, já que vou vê - la logo mais na empresa. 

Me arrumo, tomo um café rápido e saio com minha mãe rumo a empresa. No trânsito ela vai me perguntando sobre a vida, namoradinhas e etc...coisas de mãe.

Quando chegamos a secretária da recepção nos alerta sobre o atraso e ao contrário da minha mãe que apertou os passos, continuo ali, bem de boas.

Entramos na sala de reuniões e meu lugar está ali guardado ao lado do meu pai, que já me olha bravo:

- Atrasado de novo Paul?

- Cheguei não foi?

Cumprimento a todos na mesa e me sento, abrindo os programas do meu notebook. A reunião começa e nem preciso dizer o quanto foi chata. Rebeca não participou, pois meu pai a atolou em serviços. As horas passam e enfim, é dada por encerrada. Todos se levantam e um representante da nossa marca que mora em Los Angeles vem ao nosso encontro:

- Tudo certo para o fim de semana?

Meu pai me olha todo sorridente e diz:

- Sim, tudo certo! Ele vai e resolverá tudo!

Mais Uma VezOnde histórias criam vida. Descubra agora