CAPÍTULO 06 - DIANA

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Os enjoos persistiram até o fim da tarde. Não conseguia comer nada, apenas beber água. Eu queria comer algum alimento sólido, estou morrendo de fome. Droga, filho… Levei a mão até a minha barriga, acariciando.

— Você poderia colaborar com a mamãe. Diminuir os enjoos e ser um bebê menos guloso, eu poderia comer uma transformadora de nuggets.

Droga, os meus desejos só aumentam. 
Nuggets…
Salada de fruta…
Sorvete…
Lasanha… 
A porta do apartamento foi aberta. Brenda entrou um pouco receosa.

— Oi, meu expediente terminou, só queria ver como você estava. — Brenda decidiu ficar até mais tarde na Floricultura para me ajudar.

— Um pouco melhor, os enjoos estão diminuindo.

Ela analisou as próprias unhas por alguns segundos, demonstrando nervosismo.

— Que bom que você já marcou um médico.

— Encontrei uma clínica completa na cidade; — Digo. — Vou começar o meu pré-natal.

Brenda arregalou os olhos. A mulher empalideceu na hora.

— Diana, você está grávida?

Um nó castigou a minha garganta, não queria chorar, mas era tão inevitável. Estou me sentindo sozinha, mesmo lutando para recomeçar e me agarrando na perseverança, não está sendo simples.

— Estou grávida de dois meses, ele ainda é tão novinho; — as lágrimas inundam meus olhos. — tenho medo de perdê-lo!

— Ei… — Brenda senta-se ao meu lado, segurando com firmeza na minha mão. — Eu estou aqui, pode contar comigo e você não vai perdê-lo.

— Ele é tudo que tenho, a minha única família.

— Eu vou com você no pré-natal, vou estar ao seu lado.

— Obrigada; — funguei. — Vou amar a sua companhia.

Brenda sorriu, limpando as minhas lágrimas.

— Quer desabafar, eu estou aqui!

Posso imaginar o porque Dona Vanda confiava na Brenda, ela tem um coração generoso.
Concordei com a cabeça, já está na hora de libertar essa sensação ruim dentro do meu peito. E se eu não conversar com alguém, posso explodir a qualquer momento.

— Flagrei o meu noivo pagando um boquete para o meu irmão.

Acho que a Brenda atingiu um nível máximo de palidez.

— Quê? O seu noivo e o seu irmão; — ela faz um gesto vulgar com os dedos, simulando o sexo anal. — Eles…

— Provavelmente!

— Uau. Nossa, que bando de traidores. Eu não posso acreditar, Diana.

— Eles tinham um caso amoroso há meses. Meu noivo insistia em dizer que era apenas curiosidade, ele só queria saber como era transar com outro homem, mas meu irmão confirmou tudo, abriu o jogo e a minha família ficou do lado dele, me julgando de impulsiva e incoerente.

— Desculpa a minha sinceridade, mas que família tóxica.

Sorri, aprovando o argumento da Brenda.

— Eu sempre pensei que fosse muito amada por minha família e amigos, mas quando decidi me separar do Bernardo e tentar recomeçar, todos acharam a minha decisão errada e irresponsável. Eu era gerente-executiva em uma das maiores empresa de cosméticos do País, tinha acabado de me formar na faculdade e conquistado o meu diploma. Na percepção dos meus pais, eu poderia relevar uma traição boba do meu irmão e principalmente do meu noivo.

A Patricinha e a Fera. ( DEGUSTAÇÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora