Anne
Faz anos que não venho aqui, mas sei exatamente onde tenho que ir.
Lágrimas escorrem pelo meu rosto, aquela dor insuportável que me segue reaparece, e quando eu chego nas catacumbas, eu desabo de joelhos no chão, eu olho suas fotos embaçadas de tanta sujeira e as limpo com a minha camisa, eles eram tão jovens, eu era uma criança, e fiquei sozinha no mundo.
Tudo que eu sinto está misturado, a unica coisa que eu reconheço é a dor e a tristeza.
- Eu estou sozinha aqui, eu só quero ir pro lado de vocês. - digo chorando.
Eu pego meu celular e tiro uma lâmina de dentro da capinha.
- Você foi minha porta de saida por anos. - digo fitando a lamina - Você me ajudou, mas eu nunca consegui o que eu queria. - digo olhando a pequena pessa prateada. - Mamãe eu juro que tentei, eu juro, mas alguém sempre chegava e me mandava pro hospital, eu sinto muito. - digo desesperada.
Eu passo a lâmina no meu pulso algumas vezes e observo o sangue brotar da minha pele, a dor no meu braço é mil vezes menor que a do meu coração.
Eu me levanto e fico olhando as fotos deles.
- Papai me desculpe, mas eu não sou forte, eu sou fraca demais, eu não consigo suportar a dor dentro de mim, eu imploro pela morte todos dos dias da minha vida inútil, mas nunca consegui. - digo olhando seus nomes naquele lugar horrível. - Eu nunca vou ser feliz assim. - digo para mim mesma e me viro para ir embora. - Eu juro que não vou desistir de me juntar a vocês, mas também não vou desistir de tentar ser feliz.
Dito isto e vou pro carro.
Gotas de sangue escorrem do meu pulso até meus dedos e caem no carpete.
Eu limpo a mão na minha calça, coloco meus fones e volto a escutar música, algumas lágrimas caem, mas eu as limpo antes de chegar em casa.
Eu saio do carro e vejo Igor parado na porta, me olhando, por um segundo eu olho pro ceu, fecho meus olhos e respiro, estou tão cansada, depois vou na sua direção.
- Correu tudo bem?. - pergunta Igor quando eu chego perto dele.
- Sim. - digo inexpressiva.
Eu tento entrar, mas ele se colocar na minha frente olhando meu pulso.
- O que foi isso?. - pergunta irritado pegando meu braço para ver de perto.
- Não interessa. - digo e passo por ele.
Vou pro meu quarto e tranco a porta, me deito na cama e durmo.
Igor
Eu deixei Anne sair de casa sozinha, ela volta uma hora e meia depois, pergunto se foi tudo bem e ela me responde friamente, eu já estava sentindo cheiro de sangue desde que ela chegou, mas não sabia de onde vinha, até olhar pro pulso dela.
Fiquei com tanta raiva, ela saiu e foi pro quarto, eu fui pra floresta e extravasei, matei vários animais e me alimentei, voltei para casa todo sujo de sangue, fui pro meu quarto, mas Anne me viu antes de entrar, eu nem me importei apenas entrei no quarto e fui tomar banho.
Acabei o banho, peguei umas roupas no closet e me vesti, desci para almoçar e vi Anne e Megan já almoçando.
- Oi tio Igor. - disse Megan.
- Oi Megan. - digo me sentando.
- Tia Anne, a senhora está bem? Parece triste. - constada Megan preocupada.
- Eu estou bem Megan, obrigada por perguntar. - diz dando um sorriso fraco e falso, mas Megan nem percebe.
Almoçamos em total silêncio, quando acabei levei Megan pro quarto porque ela estava com sono.
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A Escolhida do Vampiro (Concluído)
VampireAnne uma órfã de 17 anos é adotada por um homem lindo porém muito misterioso, um homem que a causa arrepios de medo, um homem que pode ser bem carinhoso, mais também muito cruel quando contrariado. Igor um vampiro que adota uma órfã para ser sua no...