Capítulo 6 - Eu te odeio.

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Christopher.

Saio daquilo que seria o meu último dia letivo no colégio, me despedindo de todos e do ambiente que foi de grande valia e crescimento por meus últimos tempos vividos.

Ainda estávamos no fim de setembro, mas ser um dos melhores, se não o melhor, me trazia vários benefícios próprios, junto a ele claramente minha despedida precoce do ensino médio.

Até meu certificado seria adiantado, pois meu pai queria que  eu já desse entrada na faculdade que faria, e eu mal podia esperar para o feito.

E meus amigos, o dinheiro e o poder tinha dessas coisas também, meu pai movia céus e terras para ter o que queria, e eu o seguia, não ficando para trás. Afinal, para que serviria os benefícios se não para usufruir?

Hoje e mais precisamente agora por tanto, eu era um cara normal e sem juizo que arriscava e queria a adrenalina do perigo.

Ótimo porra. Os dezoito estavam atrás da porta e eu já estava atrás do meu réu primário. Que sensação de merda.

Vou sem medo de errar atrás de Marcelo, esse era o nome do filho da puta que se considerava o subchefe do tráfico comandado em uma das ruas de Caracas, o mesmo cara que havia me seduzido em uma oferta mirabolante, me oferecendo uma proposta quase irrecusável.

Achava graça em Marcelo e toda sua gangue, eram um bando de arruaceiros que juravam ser temidos e descolavam alguma grana fácil, com serviços sujos.

Para mim nada além de imbecis, mas imbecis que poderiam me ajudar a fechar com chave de ouro os detalhes finais da festa que eu promovia.

Seria bom pra caralho, pois faria o que faltava sem me preocupar em raciocinar o meu dinheiro.

Depois disso, nada.

Andei pelo beco formado atrás do colégio, onde sabia que veria um de seus homens fazendo um ponto, eles se espalhavam para a venda da droga, caso um fosse pego não afetaria todo o ramo.

Não custou nada para eu achar e avisar Diogo, um dos aviõezinhos, pau mandado de Marcelo.

O idiota sorriu pra mim como se já soubesse para que eu estava ali.

Tá vai, previsível demais obviamente. O que mais eu poderia querer tratar com seu chefe além dessa porra?

Me acerco mais para ele, que não pensa um segundo antes de se levantar estendendo a mão para mim. Encaro sua face sem ao menos me mover, apenas para deixar meus olhos observarem sua tentativa de comprimento, que eu não faria questão nenhuma de corresponder, e não o faço.

- Ah, ok. - Após segundos inquietantes aos quais demoram para ele perceber que não irei corresponder, sua mão cai ao lado de seu corpo.

- Sem enrolação ou perca de tempo com comprimentos idiotas, Diogo. Sabe que vim apenas para falar com Marcelo, então por favor, facilite para nós dois. - Solto com a paciência se evaporando rapidamente, encarando-o de braços cruzados, como se esse homem fosse um inimigo que eu precisasse combater.

Não gostava dele, e muito menos da expressão ridícula que mantinha ao me olhar.

Diogo apenas assentiu despreocupado.

- O patrão tinha deixado avisado que você viria, já estávamos preparados para sua visita. - Ele batia a ponta do polegar constantemente no espelho do relógio gigante que rodeava seu punho, e esse som, com a mania estupida já era o suficiente para elevar meu nível de nervoso. - Dom Marcelo separou com carinho, e deixou a mercadoria especial comigo para lhe passar, o meu senhor teve imprevistos de última hora, e teve que fazer uma viagem de urgência. Espero que entenda Christopher.

Paixão Obsessiva | 1° temp.| Vondy {EM REVISÃO.}Onde histórias criam vida. Descubra agora