Capítulo 2 - Uma desconhecida.

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Christopher.


Acordei pela manhã sem nenhuma animação para me levantar, eu definitivamente não queria ir para aquele terror diário chamado "escola", não.. não se enganem, estudar era uma das coisas que eu mais amava fazer, gostava de descobrir, de desvendar, compreender e aprender detalhadamente. Do tipo de pessoa que se senta e só sai dali com o projeto perfeitamente correto e bem feito, calculista e organizado. 

Mas nem meu amor por isso tudo ofuscaria o inferno que passo a cada dia naquele lugar. 

Peguei o uniforme devidamente passado e engomadinho e o coloquei com preguiça, aquilo tudo me irritava, me enchia ser assim, ter tudo assim como é.. me enoja, parecia que a cada dia eu me arrumava para o matadouro.

A cada dia eu me sentia mais fora de mim, eu não parecia pertencer ali, nada disso se encaixava em mim.

Baguncei meus cabelos de qualquer jeito e coloquei meus óculos de grau, não me importava muito, ou nada.. não importaria o que eu fizesse, eu sempre seria o patinho feio digno de chacota. Eu não precisava continuar lá, eu não tinha que aguentar tudo aquilo, mas uma parte de mim que eu nunca poderia deixar estava lá.

Meus pensamentos trouxeram a morena linda de sorriso fácil e encantador, sorrio com o coração disparado.  Sabe quando você sente que a pessoa está ali para ser sua? nasceu para você?! É tudo que eu sinto quando penso nela. 

Muitos diriam que eu era novo demais para amar tão intensamente, mas eu sabia o que sentia, como era forte a nossa ligação.. eu sabia que meu mundo mudou de imediato quando coloquei meus olhos em si pela primeira vez.

Eu não era um tipo violento, me segurava, guardava minhas dores. Mas eu não me imagino sem ela.. não sei o que faria se alguém tentasse romper essa linha que nos uni, nesse caso pensamentos insanos me assombra. E o pior é que ultimamente isso é tudo que eu penso, como se algo estivesse próximo a me derrubar.

Passo meus olhos em meu relógio de pulso e vejo que estou alguns minutos atrasado, puxo minha mochila e saio do quarto, descendo as escadas correndo. 

Passo direto e minha mãe grita-me quando já estou na porta para sair.

- Sim mãe? - Pergunto com carinho, pois ela é a melhor pessoa desse mundo.

- A Lica colocou seu café da manhã na mesa, você não vai tomar? - Seu tom era de sermão, sorrio.

- Mãezinha, não vai dar tempo, estou muito atrasado, mas como alguma coisa pelo caminho, fica tranquila tá? te amo dona Alexandra. - Mamãe cruzou os braços e fez bico, fui até ela e beijei sua bochecha.

- Eu também te amo, hoje passa, mas da próxima irá sentar e comer sim. 

- Pode deixar.

Sem mais atrasos me despedi e sai. Jarbas o motorista que me carregava desde que me lembro por gente, era quase um pai, na verdade me lembro de vê-lo muitas vezes mais do que via o doutor Victor Carsillas.

- Bom dia Jarbas. - O comprimento com um breve abraço.

- Muito bom dia menino, preparado para mais um dia? - Entramos no veiculo e ele o ligou, dando partida. 

- Na real? acho que nunca estou. A cada dia mais me sinto esgotado, cansado de frequentar aquele lugar, de conviver com aquelas pessoas interesseiras e mesquinhas.. mas é como você sabe, ainda aturo por Dulce.. não a deixaria sozinha. 

- Ah menino, você quem decide sabe? minha opinião já lhe dei, a menina Dulce se dar bem no colégio, tem os próprios amigos.. não precisa que fique a sua cola. - Deu-me seu conselho de sempre, seus olhos estavam na estrada, prestando a atenção, enquanto saia de sua boca o que alguns das poucas pessoas que eu me relacionava já haviam dito.

Paixão Obsessiva | 1° temp.| Vondy {EM REVISÃO.}Onde histórias criam vida. Descubra agora