Atena, a deusa da sabedoria

407 44 11
                                    

     Atena aterrissou calmamente sobre o quartzo branco do chão e deu um passo em direção à luz do sol. Pude ver sua alta estatura, seu extenso vestido branco e seus ombros largos, onde descansava uma coruja Mocho-galego, sua fiel companheira.

     Logo, andou até a mesa, onde colocou seu elmo, sua lança e seu escudo. Desabou no trono ao meu lado esquerdo e respirou fundo.

     -A mesa não é lugar para armas! –exclamou Afrodite.

     -Eu sei. –Ela suspirou. -Já irei me retirar da mesa, junto a elas. Antes, preciso recuperar o folego. –Atena tinha uma voz um tanto grave e séria que provocava calafrios em outras divindades. –Eu estava em uma batalha!

     Olhei para os itens na mesa que eram tão brilhantes quanto Apolo e os admirei, com certeza haviam sido feitos por Hefesto. O escudo de ouro tinha o desenho de um rosto feminino com um ninho de cobras escandalosas sobre seu cocuruto. Era a símbolo da cabeça de Medusa decapitada.

     A coruja que estava com Atena, de repente saltou e sentou sobre o ombro de Ártemis.

     -Ártemis, precisamos conversar! –A deusa da sabedoria exclamou.

     -Sobre o que? -Ártemis tinha o mesmo rosto fino que seu irmão Apolo, porém, seus cabelos eram negros como a noite, sua pele brilhava como a lua e olhos tão iluminantes quanto à luz das estrelas. Ela era a personificação da caça noturna.

     -Podemos ir ao meu aposento e falar sobre o que aconteceu hoje. –Ela sugeriu, enquanto se levantava do Trono e jogava seu longo cabelo louro escuro nas costas. –Seria uma atitude sábia falarmos em particular.

     -Certo. –Ártemis se levantou.

     Atena então pegou sua lança e seu escudo, deixando o elmo para trás. E antes de sair do salão ao lado dela, se virou para mim e me pediu:

     -Lana, pode carregar o elmo para mim?

     -Sim, senhora. –Respondi.

     -Ótimo! –Ela exclamou. E continuou a dar seus passos com a deusa da caça.

     Corri dando passos leves, para conseguir acompanhá-las. O aposento de minha mãe era o segundo edifício mais alto do Monte Olimpo, alcançando a Mesosfera. O primeiro mais alto era o de Zeus e sua esposa Hera.

     -Ártemis, Poseidon está passando dos limites! –Exclamou minha mãe, segurando sua ira. Enquanto subíamos pela escada caracol de cristal.

     -Acalme-se! Você não pode permitir ele te deixe enraivecida.

     -Você não entende! Ele pensa que pode ser mais do que eu, só por ser a representação masculina para os mortais. –Ela respirou e tomou seu orgulho. –Poseidon perdeu a cidade de Atenas para mim e continua me importunando.

     -Vamos entrar em seu aposento e falar sobre isso. –Murmurou Ártemis, no tempo em que a consolava.

     Logo após chegarmos ao grande quarto, depus o elmo junto á lança e o escudo e me retirei.

     Eu sabia sobre a desavença que existia entre minha mãe e o deus dos mares, porém, me escondi detrás de uma pilastra e escutei a conversa. Tinha algo acontecendo.

     -Poseidon me desafiou mais uma vez! –Atena rosnou.

     -O que ele apeteceu desta vez?

     -Quis mais uma de minhas sacerdotisas. Desta vez, ele enunciou que carecia de alguém para servi-lo nos mares. Eu disse que não, pois elas são puras e minhas. Então ele propôs novamente um duelo.

A deusa do nadaOnde histórias criam vida. Descubra agora