Capítulo nove: Olho da lagoa.

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- Me chamo André. Vocês não me conhecem, mas eu venho observando vocês há um tempo. Será que eu poderia entrar? Está chovendo. – O menino falou.

- Entra ai. – Daniel falou.

- Obrigado. – Ele falou entrando.

- De onde você veio? – Micaela perguntou.

- Bom... Eu estou perdido. Eu não sei onde estou. Não sei que cidade é essa. Eu estou bem confuso com tudo que está acontecendo. – O menino começou a chorar.

- Calma... Vai ficar tudo bem. – Ellen falou. – Também ficamos assim quando chegamos aqui.

- Desculpa desabar assim. Mas é que eu estou com medo. Eu estou aqui há mais ou menos duas semanas, tendo que me virar com frutas e beber água do rio. Não sei como não já morri. Meu celular está sem área, eu estou com saudades de casa. Eu sou filho único, minha mãe faleceu e meu pai só tem a mim, e eu só tenho a ele. Eu tenho que ir para casa.

- Cara... Todos que vem para essa cidade também querem. – Daniel falou.

- Tem mais gente aqui? Eu passei esse tempo todo na mata e não vi mais ninguém.

- Tem sim.

- Quem são? E onde eles estão?

- Pessoas assim como nós. – Ellen falou. – Perdidas, cheias de perguntas, e esperando o dia de ir para casa.

- E esse dia vai chegar?

- Isso é o que não sabemos.

*

- Nossa. – Vitória falou depois do beijo.

- Eu fui muito abusado? – Perguntou Pedro.

- Não... Digamos que você me pegou de surpresa.

- Fala alguma coisa.

- Eu já senti algo por você um dia. Mas você namorava e eu não iria falar isso para você.

- Sério?

- Sim.

- E você está disposta a fazer esse sentimento voltar?

- Sim.

- Você não imagina o tamanho da felicidade que eu estou sentindo agora. – Ele a beija novamente.

- Huhum. – Cláudio faz barulho com a boca chegando. – Estou interrompendo alguma coisa?

- É... Sim.

- Me perdoe, mas Vitória... Eu queria saber se você está a fim de ir fazer aquilo que combinamos.

- O que vocês combinaram? – Pedro perguntou.

- O Cláudio me sugeriu que voltássemos para a casa do Akira, pra pegar nossas coisas que ficou lá. Quando viemos para cá, nós viemos sem nada.

- Você não vai. Eu vou com ele.

- Melhor você ficar aqui.

- Eu não quero que te aconteça nada de mal, o Afonso está por aí nos procurando e ele pode estar mais perto do que nós imaginamos.

- Então... Quem vai comigo?

- Eu vou. – Akira falou encarando ele. – A casa é minha e eu acho que eu deveria ir também e pegar umas coisas pessoais que estão por lá.

- Ótimo.

*

Enquanto isso na mata, Afonso continua indo mata adentro e chega à entrada da trilha que dividiu os caminhos dos meninos. E ele entra para a esquerda.

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