Capítulo onze: A saída nunca esteve lá.

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- Quer saber? Melhor não arriscarmos a confiar nele. – Ellen falou.

- E o que você quer fazer? – Daniel perguntou.

- Vamos fazer uma trouxa com remédios, bandagens e algumas coisas mais e vamos embora daqui. Antes que ele volte.

- Mas e se ele voltar? E se ele for boa pessoa? Ellen... Ele tá perdido. Assim como nós. – Micaela falou.

- Temos que correr o risco. Nós não podemos ficar aqui e arriscar nossas vidas por uma pessoa que mal conhecemos.

- Se nós fugirmos daqui e ele for realmente inocente, eu nunca mais vou perdoar você.

- Não deixa teu coração mole agir agora. Age com a cabeça, deixa o coração de lado.

- Tá bom... Vamos logo com isso antes que ele volte.

Eles preparam a trouxa e quando estava prestes a sair...

- Aonde vocês pensam que vão? – André pergunta surgindo com Cláudio todo machucado.

- Cláudio! – Micaela fala admirada com o que vê.

- Olha só quem eu encontrei por ai zanzando pela mata. – André fala apontando uma arma para a cabeça do menino.

- Ele é nosso amigo, André... Pode confiar nele. – Daniel falou.

- Eu? Confiar nele? Acho que vocês não deviam ter confiado em mim... Sabe de uma coisa... – André falou pegando uma corrente atrás de uma estante. – Eu já vivia nessa cabana. Aqui em baixo. Tem uma pequena sala subterrânea para onde vocês vão agora. Pros fundos todo mundo, agora! – André ordena e o pessoal obedece.

Chegando aos fundos da cabana, os meninos notam uma porta escorada em um monte de pedras, como se fosse uma entrada.

- Como não vimos isso aqui antes? – Daniel perguntou.

- Sabe Daniel... – André falou. – Quando eu vi você e as meninas na mata, eu sabia que seria fácil domar você, mas não elas. – Ele se refere às meninas. – Elas são pessoas que pensam, pessoas que sabem o que faz. Você é uma pessoa boa demais, Daniel. Você tem que desconfiar mais, de observar mais, o mundo hoje em dia está muito perigoso e se tem uma coisa que eu aprendi com ele é que nunca devemos confiar nas pessoas. Agora todo mundo entra. – André abriu a porta onde tinha uns degraus para baixo. Daniel, Ellen e Micaela descem. – E você, bonitão... – Ele fala para Cláudio. – Você mal consegue ficar em pé, não é?

- Coloca tua mão na minha boca pra ver o estrago que eu ainda posso fazer. – Cláudio falou.

- Abriu a boca... E com coragem... Eu ia te ajudar a descer, mas só por causa disso vou deixar que você desça por conta própria. – André o empurra e a fraqueza do rapaz não o ajuda e ele cai de escada abaixo.

- Cláudio! – Daniel correu até ele e viu que ele estava desmaiado. Enquanto André dava risadas lá em cima. – Acabei de ter a certeza que você não tem coração mesmo. – Daniel falou.

- Não sei nem o que é isso. – André falou descendo as escadas e pegando umas das correntes. – Agora fica quietinho pra eu te acorrentar aqui, a não ser que você queira levar uma bala no meio da testa. – Ele falou batendo com o dedo indicador na testa de Daniel e o menino estica as mãos para ele. – Bom menino... Sabia que pelo menos nisso você seria esperto. – André acorrenta as mãos de Daniel e o prende a um gancho no chão. – Agora sua vez, mocinha... – Ele foi pro lado de Ellen, que tenta acertar um soco nele, mas erra feio. – Uau! Olha só quem está bancando a heroína. – Falou ele em meio a gargalhadas. – Vou te ensinar quem é que manda aqui. – Ele bate em seu rosto com a mão esquerda.

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