Scarlet

21 9 0
                                    

Acordo embrenhada no Jake, ele está a olhar atentamente para mim com os seus olhos verdes.
Amo o Jake, não podia ser mais verdade. Ele dá comigo em doida, e isso é verdade, mas ultimamente tem-se mostrado muito simpático e adoro estar com ele. Amo-o e não há mais nada a dizer. Fiquei extremamente surpreendida quando me disse que me amava, pensava que ele não podia comigo. Ver a cidade com o Jake, ainda por cima à noite foi completamente diferente do que ter visto com o Noah ou com o Kevin. O Jake não teve pesadelos esta noite, não sei se porque dormiu comigo ou se calhou. Sustém o meu olhar e eu também.
-Bom dia, dormiste bem? - Pergunta e passa as mãos pelo meu cabelo, prendendo-o atrás da orelha.
-Sim e tu? - Repito a pergunta. Ele sorri e passa os polegares pela minha face.
-Surpreendentemente sim. - Diz e beija-me a ponta do nariz.
-Sabes... Eu tenho ouvido que tu tens... - atrapalho-me ao falar sobre os seus pesadelos, com medo da sua reação. Sei que não seria a mesma do que a de há cinco dias atrás, mas mesmo assim.
-Pesadelos? Pois é uma merda. - Diz secamente, parando a carícia que estava a fazer no meu rosto.
-Não te quero chatear com isso, estava simplesmente preocupada. - Digo. Não quero que ele tenha pesadelos e que sofra com eles.
-Não preciso da tua pena.
-Não é pena, Jake, é preocupação. Amo-te e quero que estejas bem, dormir incluindo. - quando digo estas palavras ele suspira e acena positivamente com a cabeça.
-Eu sei, é só que é uma merda muito pesada sobre mim. Não gosto de pensar nisto e os pesadelos atormentam-me há anos. Mas hoje dormi contigo e não tive pesadelos. Desculpa, amo-te Scar.
Adoro a maneira como ele diz o meu nome no diminutivo que a minha mãe usava. Faz-me lembrar dela, mas adoro ouvi-lo pronunciar o meu nome assim.
-O Kevin, eu vou falar com ele. - Digo é espero a sua reação.
-Sobre? - Pergunta, já irritado.
-Vou acabar com ele. - Explico. Não é justo para ninguém que eu namore com o Kevin e ame o Jake. A verdade é que descobri que não amo verdadeiramente o Kevin. Era como se ele fosse da família, na verdade. Com o Jake não é assim, amo-o mesmo a sério e pela primeira vez sei o que isso realmente significa.
-Ainda bem, se continuas  a andar com ele não podemos desenvolver nada entre nós. - Diz secamente, mas depois corrige-se. - Amo-te e quero estar contigo.
-Também te amo. - Sorrio e ele passa os polegares pela minha bochecha.
-Já dormiste com ele numa cama? - Pergunta, do nada. Fico confusa com esta pergunta. Na verdade nunca dormi com ninguém numa cama.
-Na verdade nunca dormi com ninguém.
-Fixe, eu também não. - Confessa e eu fico perplexa a olhar para ele. - Há muita coisa que não sabes sobre mim de que não me orgulho, mas eu... Eu já fodi com algumas raparigas, mas nunca durmo com elas. - Declara e eu faço um esgar. Esta informação não me deixa muito contente, mas mas desde que seja passado por mim tudo bem.
-Isso é passado? - Pergunto e ele fica surpreendido com a minha pergunta.
-Agora sim. Desde que te conheci, depois de ti que é passado. - Responde. - Não te incomoda que eu tenha fodido com imensas raparigas? - Contorço a cara ante a escolha de palavras dele. - Desculpa, de ter tido relações com tantas raparigas?
-Bem, não me deixa propriamente feliz, mas consigo lidar com isso. - Minto em boa conta. Deixa-me louca que ele já tenha dormido com umas quantas raparigas.
-Foda-se se fosses tu eu passava-me. - Diz e franze o sobrolho.
-Pois. - Digo apenas.
-Pois? - repete com um sorriso sarcástico, as duas covinhas nas bochechas, o piercing entre os dentes. Esta visão deixa-me completamente à mercê dele. Ele é lindo e não se esforça minimamente por isso. Ele puxa-me para o seu colo e eu fico sentada em cima dele.
-Quero ser o único que te faz sentir assim. O único cujo o nome vai ser gemido por esses lábios carnudos. - Silva ao meu ouvido e fico com pele de galinha. - Mas agora vamos lá para baixo treinar. - Diz, sorrindo.
-Isso foi cruel. - Brinco.
-Só ver o teu corpo e não poder tocar é cruel, por isso não fales. - tem um sorriso lindo estampado no rosto e os olhos verdes cintilam de bom humor.
Depois de me levantar, ele pega numa t-shirt e uns calções e veste-se.
Eu estou vestida com a t-shirt que ele usou ontem, que tem um cheiro mentolado incrível. Fica-me enorme, pelo meio das coxas e eu, surpreendentemente, adoro usá-la.
Sigo para o meu quarto com ele sempre atrás de mim e entro. Vou até ao armário e tiro de lá uma blusa de alças de algodão fina branca e uns calções do mesmo material preto. O Jake segue cada movimento meu atentamente até eu estar pronta.
Descemos as escadas e preparamos os nossos pequenos almoços.
-Nunca uses essa roupa fora de casa. - Diz-me. Eu olho com ele com um olhar interrogativo. - É extremamente sensual e mostra demasiado.
-Então o que é que sugeres que use para treinar? Eu faço ballet, se não uso estes calções uso uma saia igualmente curta. - Se ele acha o que me vai dizer o que posso ou não usar está profundamente errado.
-Os gajos vão ficar todos a olhar. - Diz e eu encolho os ombros.
-E eu com isso? Não quero saber desses rapazes. - É verdade que há sempre um bando de pervertidos a olhar, mas desde que não me façam nada tudo bem, tenho obrigação de usar estas roupas para as aulas de ballet.
-Não gosto disso.
-Eu tenho mesmo que usar estas roupas, são obrigatórias nas aulas de ballet e não vou abdicar da universidade e das minhas notas porque tu não gostas que use a roupa obrigatória. - Disparo. Ele sabe que eu tenho razão e é bom que não discuta mais, não vai e certeza ganhar nada com isso.
-Que porra está bem. - Expira.
Vamos os dois para o ginásio e lá o Jake começa de imediato a colocar as fitas adesivas pretas e eu começo a alongar. Sei que tem o olhar posto em mim, sinto-o.

STAY STRONGOnde histórias criam vida. Descubra agora