Jake

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Vou para casa, deixando-a sozinha à beira da estrada. Se ela não ligar nos primeiros vinte minutos, não volto. Como é que ela pôde achar logo que estive com uma rapariga? Na verdade, é a irmã do Adam, estava a pedir-lhe desculpa pelo que fiz no ano passado. Filmei-me com ela e depois fui mostrar ao irmão, só para lhe chagar o juízo. O Adam é horrível, não faz muito melhor com as que come, mas a sua fraqueza é a sua irmã.
Claro que a Scarlet tinha logo que assumir o pior, não a posso censurar, mas porque raio é que eu quereria estragar tudo agora? Quando estamos finalmente a ir bem?
Foda-se!
Passou meia hora, a Scar ainda não voltou. Vou ao fundo da rua e compro uma garrafa de whisky. Volto para casa e abro a garrafa quando chego ao pátio.

Passaram horas, a garrafa já está quase no fim, quando ouço a porta de entrada a abrir e fechar. Quando espreito para a rua, está a carrinha vermelha do Noah. Claro. Tinha mesmo que ser ele a trazê-la, o salvador.
A Scar entra no pátio como um tornado, mas não profere uma palavra. Senta-se numa das cadeiras do pátio estática, sem abrir a boca. O Noah entra a seguir, muito mais calmo, mas queda-se na entrada.
Pelo rosto inchado e vermelho a Scarlet, vejo que esteve a chorar. Ela acha mesmo que a traí.
-Porquê? - Pergunta passado algum tempo, deixando-me desconcertado. - Porque é que se estamos a ir tão bem, tinhas que fazer isto?
-Eu não fiz merda nenhuma. - Murmuro.
-Ai não? Beijaste aquela rapariga, se não fizeste mais, e depois claro que tinhas que te enfrascar. - Acusa. Ela não sabe porra nenhuma, nem sequer está disposta a ouvir, por isso em vez de responder, bebo mais um gole da bebida alcoólica.
Ela aproxima-se e tira-me a garrafa sem prévio aviso, atirando-a com toda a força contra a parede, fazendo-a estilhaçar-se. Que merda é esta?
-Foda-se o que é isto? - vocifero, e o Noah retesa-se ante o meu tom de voz. Ele acha mesmo que magoaria a Scar? Ele não me conhece mesmo.
-Sou eu a acabar com esta merda! A sério estávamos a ir bem, Jake. - Ela abana a cabeça triste e luta para as lágrimas não caírem. Aproximo-me dela, mas ela afasta-se.
-É melhor ires ter com a outra rapariga. - Diz, com desdém. Sei que está magoada, mas eu não fiz nada.
-Porra Scar! Ouve, eu não estive com a Joana. Ela é irmã do Adam, eu ia pedir-lhe desculpa pelo que fiz. Se te tenho a ti, porque é que haveria de querer estar com ela? - Ela suspira de alívio e eu apanho as lágrimas que vertem dos seus olhos azuis, tomando o seu rosto nas mãos.
-Então porque é que me deixaste ali, para te embebedares depois? - Pergunta. Está triste, mas aliviada agora. O Noah continua como um pamonha na porta do pátio.
-Porque não me deixaste explicar, assumisse o pior e não ligaste.
-Não tinha telemóvel, estava contigo. - Explica.
-Vieste com ele, passado quase três horas. - Estou furioso com este facto.
-Se tu não me tivesses deixado lá sem apoio nenhum, não teria de vir com ele. - Diz, num registo bem mais baixo que à bocado.
-Não gosto que andes com ele. - Digo e depois elevo a voz para que o Noah possa ouvir. - Podes ir embora!
A Scarlet manda-me um olhar fulminante e vai até ele. Porra.
-Obrigada por me trazeres, está tudo bem. - Agradece a Scar.
-Tens a certeza? - Pergunta o Noah, desviando por um milésimo de segundo o olhar para mim, e a minha miúda acena que sim com a cabeça. - Se precisares de alguma coisa liga, está bem? - pede e ela assegura-o de novo.
-Obrigada.

Depois de o Noah se ir embora, a Scar vem ter comigo outra vez. Detesto esta proximidade entre eles, tenho firmes intenções de acabar com ela, indo falar com o Noah mais tarde, mas a Scar não precisa de saber isso.
-Vamos para dentro? - Pede e eu pego-lhe na mão e conduzo-a para a sala. Ainda bem que não acordamos ninguém lá em cima.
Quero beijá-la, mostrar-lhe que é a única que eu quero, que não há qualquer outra que eu desejo. E este vestido, porra este vestido está a dar comigo em doido. Na festa, ninguém tirava os olhos dela, não os censuro, ela é linda, e está absolutamente perfeita hoje. Puxo-a pela cintura até ao quarto, e quando lá chegámos, ela vira-se de costas para mim, para lhe tirar o vestido.
Depois de abrir o fecho, percorro-lhe a coluna com as pontas dos dedos, causando-lhe um arrepio.
-Amo-te. - Sussurro-lhe ao ouvido e ela estremece, voltando-se para mim de novo.
-Amo-te. - Diz e beija-me, ficando nas pontas dos pés.

No dia seguinte, depois de chegar à universidade, tenho firmes intenções de ter uma conversa com o Noah.
Chego ao bloco de Ciências e dirijo-me à mulher atrás do balcão.
-Onde posso encontrar o Noah Collins? - Pergunto, e ela desvia os olhos do monitor à sua frente e verifica uns papéis.
-Sala 218, ao fundo do corredor à esquerda. - Informa e eu sigo as suas instruções até abrir a porta da sala onde o Noah se encontra.
-Que é que fazes aqui? - Pergunta o Noah desdenhoso quando me vê.
-Estou aqui para acertar umas coisas contigo. - Digo e ele revira os olhos. - Não te aproximes da Scarlet.
-Não me podes pedir isso. Não me vou afastar dela. - Diz indiferente.
-Olha estou a tentar controlar-me para não te dar um enxerto se porrada, colabora. - Cerro os maxilares e os punhos.
-Não me vais dar um enxerto de porrada, porque sabes que a Scarlet ia ficar danada contigo. É para além disso, meu, isso é doentio, vocês são basicamente irmãos. - Diz, voltando-se para mim. A minha paciência está a esgotar-se.
-Acredita que vou, lido com as consequências mais tarde. - Controlo-me ao máximo, mas isto está a dar cabo de mim.
-Não me vou afastar, gosto dela. - Encolhe os ombros.
-O que é queres para te afastar-se dela? - Pergunto, a minha paciência a esgotar-se a cada segundo que passa.
-Não quero nada, meu. Quando fizeres merda, o que tenho a certeza de que vais fazer, eu entro em cena. É ela vai começar a interessar-se por mim, e a fartar-se das tuas cenas. Ela é boa demais para ti. - Explica e sinto o meu corpo entrar em ebulição. O sorriso superior dele é a gota de água, o meu punho voa em direção ao seu nariz, provocando um som de algo a quebrar. Ele agarra-se à cara, com as mãos cobertas de sangue.
-Partiste-me o nariz, porra! - Queixa-se e avança na minha direção. Outro murro no seu maxilar, mas desprevenido apanhei um na bochecha. Que merda... Acerto-lhe com outro e outro, até ele estar no chão.
A rapariga da receção entra na sala, foda-se.
-Vou chamar os guardas. - Diz e eu saio imediatamente de cima do Noah, ele começa a chorar falsamente. Parvalhão.
-Estava aqui e ele atacou-me. - Choraminga o Noah.
Passados uns minutos chegam dois guardas que me levam para a prisão da universidade.



Este Jake, sempre a fazer uma das suas!
Adoro-vos, não se esqueçam do voto e comentário, vocês motivam-me. Beijo no core❤️❤️❤️

STAY STRONGOnde histórias criam vida. Descubra agora