Capítulo 1

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1 ano depois.
Mellany Gilbert

— JESS! — Gritei minha irmã da cozinha.

Estava vestida apenas com um pijama de renda e não tive tempo para me trocar. Estávamos preparando tudo para a festa de hoje a noite em casa. Jess está no quarto namorando e tudo o que me vem a cabeça é em como ela consegue.

Que casal mais irritante.

Não vou arrumar tudo isso sozinha: balões, enfeites, copos e mais copos, caixas e mais caixas. Já estou ficando tonta de tanto olhar para tudo isso e não saber colocar no lugar certo. Talvez ter contratado alguém seria muito mais prático.

— JESS? DESCE LOGO DAÍ... NÃO VOU ARRUMAR ISSO SOZINHA. É O SEU ANIVERSÁRIO, NÃO O MEU! — Grito altamente furiosa, frustrada, deixo as enrugas de raiva se encolher no topo da minha testa e fito a escada de ida para o meu e o quarto dela.

Pego a caixa de enfeite e coloco por cima do balcão da cozinha. Caminho de encontro a escada, seguro o hall com força e fico alguns segundos esperando por sua resposta. Quando penso em gritar novamente, ouço o barulho da parede e os corpos baterem ela.

Reviro os olhos com raiva.

— ESTOU INDO! — Ela grita entre os sorrisos. Pelo visto, a coisa estava boa lá em cima.

O barulho da porta estronda pela casa vazia e permaneço em frente a escada, esperando. Eles aparecem ao topo e junto as sobrancelhas desejando estar dormindo, não trabalhando atoa.

— Falei para fazermos na frente do hotel daqui, vocês nunca me ouvem! — Thomas diz passando a mão no cabelo bagunçado e o arrumando, depois ele desce as escadas e bate em meu ombro.

Balanço com raiva e ouço o seu sorriso atrás de mim.

— É aqui do lado. — Digo dando de ombros e aponto o dedo para a porta da rua que estava aberta, deixando a claridade adentrar para a sala.

— Pelo menos seria ao ar livre. — Ele alfineta, sem deixar de rir, e se joga no sofá confortavelmente

Eu viro o meu corpo descontente.

— JESS? — A tiro do mundo da lua, parada no topo da escada.

Ela bufa e desde.

— Qual é! — Funga desanimada e abaixa os ombros.

— É seu aniversário, não meu. Tem que estar feliz. Pelo menos finge estar. — Digo a fitando e pego algumas caixas com dificuldade.

Inclino o meu para trás e me viro para a cozinha novamente, que é ao lado da escada.

— Você devia relaxar mais. — Ouço ela falar enquanto anda rebolando com as caixas nas mãos. — Só pra variar.

— Enquanto eu relaxo, seu namorado relaxa no sofá, você na escada e a festa desorganizada. — Eu disse gemendo com força até levar as caixas na cozinha e voltar arfando. Com as mãos na cintura.

Thomas cantarolava algo no sofá e puxa o máximo de ar possível e empurrando no balão. Olhá-lo permite a minha cabeça girar, a visão turva e o estômago contorcer. Tudo só de imaginar o meu corpo no seu lugar.

Não comi nada desde ontem e minha cabeça doía.

Ando em direção às caixas. Os balões ficam pra depois.

— TEMOS UM VIZINHO NOVO! — Ouço-a gritar da sala.

— EM UMA CASA OU NO HOTEL? — Grito de volta, tentando colocar uma caixa em cima de um armário, dentro da dispensa.

— NO HOTEL! — Ela grita abafando de novo.

No certo, estava beijando Thomas.

— ENTÃO NÃO VAI SER POR MUITO TEMPO! — Ela me ignora.

Estou cansada. Só queria estar na piscina com Jude, minha melhor amiga, e aproveitar o dia tão calorento como este. Não passar esta manhã pegando peso e sentindo o meu corpo enfraquecer cada vez mais não é o tipo de coisa que me cativa.

Ando rápido até a sala e encaro os dois novamente. As pernas de Jessica estavam sobre a de Thomas e os seus lábios grudados como de lesmas.

— Vamos arrumar ou não essa sala? — Pergunto pondo as mãos na cintura.

Os dois se soltam e sorriem.

— Hahaha! Não tem graça! — Digo ironizando.

Eles me ouvem.

Ficamos a tarde toda arrumando esse lugar. A tradição de Jessica desde criança, "fazer nossos aniversário com as próprias mãos". Não estava funcionando para ela ultimamente. E dizer isso depois de horas concertando lugares que nunca fiz na vida, deixou-me farta, ainda mais. Mas no fim, a casa estava impecável. A mesa de comida estava pronta e deliciosas.

Às oito todos estarão aqui.

Coloquei alguns balões na porta de entrada, alguns jogados pelo teto com fios brilhosos deixando o lugar mais atraente e menos clichê demais. A mesa estava coberta por frutas, em seus diversos modelos. Haviam algumas cadeiras separadas para alguns convidados e um belo painel de vidro decorado por gramas e rosas roxas, com alguns balões cinzas em um belo circulo geométrico para tirarmos fotos. O tapete vermelho de três metros no chão deixava tudo menos simples demais. As bebidas estavam espalhadas por toda parte da casa, em frigobares múltiplos.

Naquele momento tudo o que queria é o meu espaço. Estou deitada na cama espaçosa e pensando na vida encarando o teto branco. O que se espera de uma pessoa totalmente esgotada.

Entro no banheiro, tiro o meu pijama curto, preto, e ando para baixo do chuveiro. Não precisava da banheira, uma água fresca é o que meu corpo quer e precisa.

Depois e alguns minutos, saio do banho e vou vestir roupa. Irei a praça tentar andar um pouco, o mínimo que posso fazer para me próprio compensar. Visto um short jeans, preto e curto. Uma blusa branca do Queen. Um tênis da Vans com uns detalhes brancos. Amarro o meu cabelo com um rabo de cavalo e, o mais importante, meu fone de ouvido.

Desço a escada e pego os dois ainda se pegando.

Como conseguem tanto oxigênio pra isso?

— Tchau, Jess. — Os observo de canto de olho e passo reto, tentando no mínimo os ignorar. — Estou indo na praça. — Sussurro saindo de casa.

 — Sussurro saindo de casa

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Até o próximo capítulo...

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