Capítulo 5

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Desço as escadas lentamente enquanto pego no corrimão marron, brilhoso. Algo que foi enfeitado por mim durante toda a tarde. O aniversário não é meu, mas eu amava a sensação de estar comemorando algo.

Há muitas pessoas, mais do que eu mesma pensei ter convidado. Jess sempre foi muito exagerada com tudo e não deveria ter a deixado chamar até as pessoas das ruas.

Mal de família.

— Uaau... — Sussurro olhando para baixo.

Está simplesmente lindo. Todos com uma taça de bebidas na mão. Casais, garotos e garotas se conhecendo. No mínimo, uns quatro casais. O resto quase tudo são homem mais maduros, de quarenta a cinquenta anos. Minha irmã é um saco. Espero que no meu seja totalmente diferente. Quero que seja na praia.

Porquê? Pelo simples fato de amar praias.

— Tá lindaaa... — Judy grita de boca aberta no fim da escada. Faço uma referência figindo ser uma princesa e ela ri.

Judy é minha melhor amiga da faculdade.

Seu namorado é o menino mais tolo da escola, bonito, mas tolo. Ela traiu ele umas quatro vezes e ele nem percebe. Não sei como ela consegue fazer isso. E ainda diz que ama o coitado do Matthew.

Pobre corno.

— Você também não está de jogar fora. — Digo e ela assente.

Desço as escadas e a abraço.

— Adivinha o que dei pra Jess? — Ela pergunta cruzando os braços nos meus, e faz uma carinha maliciosa.

— Nem quero saber! — Já faço cara de nojo.

Judy é muito louca. Pode ter dado um sapo, ou alguma coisa referente a sexo, tipo isso.

Já pedi para ela ir no psiquiatra, mas não aceita o fato de estar faltando algo na sua cabeça, tipo, a consciência, o senso ou qualquer detalhe que a torna humana.

— Um vibrador! — Ela rir alto.

Travo as pernas.

Algumas pessoas que estavam do lado nos encaram e ela ri mais alto ainda.

— Tá maluca? Fala baixo! — Sorrio envergonhada. — O que ela disse? — Pergunto segurando o sorriso.

— Ela não sabe que fui eu, ela nem viu ainda. E está sem remetente. — Ela põe as mãos na boca pra esconder as gargalhadas, que não deu muito certo.

Que garota maluca.

— Vamos, quero roubar brigadeiros! — Ela diz puxando o meu braço e correndo no meio das pessoas como crianças.

Essa maluca tem 23 anos e definitivamente não parece. Todos dão 10 anos pelos seus atos. Os seus olhos são tão negros quanto os fios de cabelos.

— Me desculpe  — Digo quando topo num homem de costas, loiro.

Topo na metade das pessoas e Judy não para de correr.

— Fiquei sabendo que desmaiou e foi pro hospital! — Ela diz me encarando, assim que ela enche a boca de brigadeiro.

— Não teve como mandar mensagem! — Digo dando de ombros.

— Mesmo assim! Hoje nem me mandou mensagem, nem pra dizer que tem um vizinho novo e que é gato. — Ela diz olhando para o homem de costas.

Viro-me rapidamente, quase como um movimento relâmpago e natural.

Ele estava fotografando as pessoas. Foi o que topei, sem querer. Ela sabe mais que eu.

— É ele? — Pergunto franzindo a testa.

— MEU DEUS! Você mora aqui, em cima dele e eu no fim do mundo, sei mais do que você? —  Me encara rindo.

Olho para ela.

— Me desculpe por eu ter desmaiado e ido para o hospital, não deu tempo pra investigar a vida dos outros! — Franzi a testa.

— Ele é um gato, admite! — Ela diz olhando para ele.

Viro os olhos para olhá-lo e estudá-lo com mais atenção. O meu coração acelera por pensar que estou fazendo algo errado. Já que estava de costas para fitar Judy e suas maluquices, precisava estar realmente vidrada naquele distância para poder vê-lo com clareza.

Ele está apontando a câmera no meu rosto, de longe. Ouvi o barulhinho anunciando a foto ter saído e ponho as mãos no rosto. As tiro e o vejo de cabeça baixa rindo, olhando a foto.

Como ele ousa?

Me distancio da minha amiga e caminho na direção dele, passando a mão no meu vestido.

— Oi? — Tenho o chamar — Sinto muito, mas poderia apagar a foto? — Fui educada, aproximando-me.

Ele levanta o olhar para mim. Meus pés gelaram. Fiquei sem voz e sem palavras. Uma corrente elétrica percorreu por todo o meu corpo e percebi ardilosamente de onde eu o conheço.

Levei um susto, um susto bom, eu diria.

Era ele. Era o menino que me salvou mais cedo. Na minha frente e... sorrindo?

Até o próximo capítulo

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Até o próximo capítulo...

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