Prólogo

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O mundo brilhou de um modo diferente esta noite. Eu preciso muito de uma camiseta maior e menos maquiagem no rosto, lembro-me exatamente das meninas da faculdade à procura de romance casual.

Talvez eu precise também.

Talvez ter aceitado sair com um total desconhecido não tenha sido uma boa ideia, está tão frio e solitário que parte de mim congelou pela falta de interesse, não pelo clima.

Os meus pés estavão congelados e essa é a primeira vez que entrei em um bar. Um bar fedorento e que não encontrava nenhuma jovem da minha idade ou qualquer tipo que fosse alguma mulher. Que cara trás uma menina para um lugar tão pacata desta maneira?

Tem um cheiro de óleo queimado, terra molhada e poeira. Algo estava morto aqui, tinha certeza disso.

Eu estou esperando um táxi a quase quinze minutos e nenhum apareceu, devido ao horário ou a localização. Talvez seja melhor ligar para minha irmã e deixar todo esse caos para trás de uma vez por todas. Apesar de que ela irá me matar se descobrir que saí com alguém através de um site de relacionamento.

Por que diachos fui baixar algo tão humilhante?

— Volte aqui, garota! — Ouvi ele chamar e tento no máximo ignorar, imóvel, apesar de que estou morrendo de medo a essa altura.

Um beijo forçado já foi demais para quem estava assustada em um lugar como esse, ter que sentir um menino me segurando da forma que ele havia me segurado, foi assustador.

Os carros estacionados aqui são velhos, com muitas árvores ao redor. Que lugar é este que só agora fui conhecer? Talvez seja do outro lado da cidade, não nego a agonia que é estar com certas paranoias em minha cabeça nesse momento. Já assisti muitos documentários, sei o que ocorre a seguir e não irei dar chance para isso acontecer.

Segurei o meu celular nas mãos e percebo o meu braço ser puxado com força. Virei-me assustada e sinto que naquele escuro algum grito não valeria muito a pena.

— Já está de saída?  — Pergunta sacudindo o cabelo cacheado para trás.

— Olha, Mike... — Começo.

— É Michael.

— Michael! Certo, Michael.  — Eu digo apavorada. — Está tarde, preciso ir.

Erguo o celular para discar o número de Jessica e sinto ele ser puxado e tomado de minhas mãos por Michael, violentamente. Eu gritei com o susto e ouço ele sorrindo.

— Está brincando, não é? Porque acabou de chegar!

— Não quero ficar aqui.  — Me virei.

Celular novo não seria um problema. Mas sinto meu braço ser puxado novamente e me vireo assustada, Michael agarra o meu corpo para perto e penso em gritar outra vez.

Alguém chega das sombras, sorrateiro, fecho os meus olhos. O corpo de Michael foi tirado do meu e me encolho amedrontada, sem querer abrir os olhos.

Estava apavorada e não ver a cena seria menos doloroso.

— Deixe-a em paz, pivete!  — Grita o outro homem e ouço o barulho de corpos e sento o medo agoniar cada parte de meu corpo.

Agarro o lado do meu vestido e rezei para que tudo isso passasse logo.

Outra mão toca as pontas dos meus dedos e abro os olhos, com medo, é quando percebo que haviam apagado as luzes do bar e não consego ver o rosto do homem. Mas a sua altura é maior que a minha e não parecia ser de Michael.

— Aqui está o seu celular.  — Ele diz e sinto o metal gelado em meus dedos, segurei com força e não disse nada. — Você está bem? Ele te machucou?

Nego. Não tenho o que dizer e provavelmente nada irá sair coerente da minha boca.

— Está tremendo. Acho que não seja desse setor. O que faz aqui esta hora?  — Ele tem a voz grave, diferente de outro qualquer homem que já ouvi na vida, pergunta e tentei olhar para os lados a procura de Michael. — Fique tranquila, o soco que dei o fará correr para longe.

— Quem é você? — Resolvi perguntar e ouvi ele sorrir, soltando-me.

Não quero que ele me solte, sinto que estou protegida com ele contra todos os meninos que queiram me ferir.

— Só saia daqui enquanto ainda estou por perto.

— Obrigada.  — Respondi estreitando os olhos, na esperança de tentar vê-lo, mas foi inútil. Viro as costas pegando o meu celular e discando o número da minha irmã mais velha, que atendeu rapidamente. — Jess, venha me buscar. — Solucei assustada.

 Onde está a esse horário? Você está bem? — Já pergunta preocupada.

— Estou bem. — Viro-me e olho a porta do bar fechada e a ultima luz de canto ascender, mostrando as costas do homem loiro que havia me protegido e simplesmente fugido.

Ele não se deu o trabalho de olhar para trás, mas observo bem o seu corpo partir pela escuridão.

Para Sempre ao seu lado/REVISANDOOnde histórias criam vida. Descubra agora