Capítulo 2

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Está quente hoje.

Em plena quatro da tarde, o sol está escaldante sobre o meu rosto. Não por estar esse clima ruim, mas por eu estar fazendo exercícios fortes, me deixando com esse temperamento.

Há árvores por todos os lados. A cidade é um lugar muito bonito, luxuoso e sofisticado demais para pessoas de má fé. Temo pelo futuro, observar homens jogarem lixos no chão tornou-se algo tão comum quanto beber água.

O suor descia nas minhas costas.

O meu cabelo balança para os dois lados, sucessivamente.

Eu canto a música enquanto corro, calma e quase tranquila.

O meu peito lateja pela falta de oxigênio. Não é uma sensação nova, só preciso diminuir o ritmo e continuar correndo. Talvez uma alimentação saudável impediria tais hábitos desagradáveis no meu corpo.

— Droga! — Sussurro quando perco um pouco a visão, mesmo assim não paro de correr.

Aquilo estava voltando outra vez, aquela tontura. Já sei o que vem depois, desmaio. Não quero ir para o hospital outra vez. Talvez seja porque me esqueci de comer, como sempre, isso já estava virando rotina.

Tento não parar de correr, mas foi impossível.

Paro e coloco as mãos nos joelhos, respiro fundo algumas vezes, debaixo de uma árvore.

Meu cabelo está desarrumado e colado em meu pescoço, inclinado para baixo.

Olho ao lado, ví algumas mulheres lindas correndo rápido. Canso muito rápido, meu sonho era correr bastante e acalmar a minha raiva de tudo, lutando.

Avisto um lugar mais confortável. Sento no banco e suspiro. Com a respiração forte e cansada.

— Água... — Sussurro.

A minha respiração está pesada e arrasta com certa frequência de tempo. Apoio as minhas duas mãos no banco e ego o meu corpo, ando em volta naquele lugar à procura de água.

Encontro o que queria e corro até lá, com certa dificuldade.

— Quero uma água natural, por favor. — Peço para a vendedora de uma baquinha no meio da praça.

Estou muito cansada. Faz alguns meses que não corro. Minha pressão talvez já esteja alta, mas consigo um pouco mais depois daqui.

— Você está bem? — Uma voz de mulher pergunta. Levanto os olhos para ver quem é. A vendedora.

Olhos escuros, cabelos curtos e negros. Morena. Meia gordinha. E um belo sorriso colgate.

Eu sorri para ela também com um esforço total para não mostrar o meu medo de desmaiar alí mesmo. Ela talvez tenha acreditado.

— Estou. — Digo tentando pegar o dinheiro — Droga!

— Algum problema? — Pergunta ela me fitando.

— Quanto é? — Pergunto a encarando assustada.

— Seis! — Ela diz me olhando. Parecia impaciente.

— Esqueci o meu dinheiro, mas eu preciso de água. Estou passando mal! — Digo quase sussurrando a encarando e franzindo minha testa.

Uma milionária como eu e minha família que pode comprar todo esse Central Park, não tenho no momento para comprar uma garrafa de água? Com míseros seis dólares?

Aah, que azar!

— Sinto muito. Sem dinheiro, sem o conteúdo. — Ela diz rudemente, segurando a garrafa de água e se virando.

Observo a água se distanciando e a minha garganta seca.

Como uma pessoa pode ser tão má por causa de seis dólares? Ela talvez não me conheça.

Você me conhece? — Apontei o dedo para mim mesma. — Estou... perguntando se me conhece... — Disse quase sem fôlego.

— Sem dinheiro. Sem água. — Ela voltou a me encarar.

— Eu... só... quero...

— Eu pago! — Uma voz grossa e autoritária masculina soou no momento, jogando as seis pratas em cima do balcão e me tirando dos meus pensamentos homicidas.

Viro-me para vê-lo melhor e sou surpreendida com sua aproximação no meu corpo.

— Não precisa... — Sussurro segurando firme no balcão azul desbotado.

Respiro forte ao mesmo tempo que encaro o homem loiro de olhos claros e um sorriso esplêndido me encarar, presunçoso. O sol atrapalhava um pouco a minha vista, o deixando ainda mais bonito.

Ele está brilhando ou é coisa da minha cabeça?

— Você está bem? — Ele pergunta tirando o sorriso lindo dos lábios e fazendo uma careta estranha.

— Estou... — Sussurro quase perdendo os sentidos.

Meu coração bate muito rápido e meu suor escorre pelo meu rosto. Talvez seja porque corri muito por duas horas inteiras, e pior, não comi nada hoje.

Não posso simplesmente desmaiar.

— Pega a água, rápido. — Ele diz alto para a mulher que me observava.

Ela se vira e pega uma água gelada, aponta na direção do homem.

— Não.Precisa. — Digo pausando as palavras. Não estou conseguindo falar qualquer coisa.

— Toma! — Ele alfineta, abre o litrinho d'agua e me entrega.

Me ignorou por completo.

Pego a água e quando aproximo nos meus lábios, tudo escurece.

Meus olhos pesam e os fecho, desmaiando.

Meus olhos pesam e os fecho, desmaiando

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Até o próximo capítulo...

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