Capítulo 4 - Jessy

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No dia seguinte tento agir com normalidade. Minha mãe quer que eu fique em casa, mas eu prefiro deixar as coisas acontecerem. Chego cedo na Faculdade e vou conhecer o campus, estar quase deserto, falta umas três horas ainda para o inicio das aulas, como não consegui dormir direito, resolvi dar uma relaxada por aqui antes do dia realmente começar.
Ligo meu mp3 no último volume e deito na grama, a brisa e o ar fresco me dão boas vindas e por alguns preciosos minutos me sento em paz. De repente aquele arrepio, uma sensação de estar sendo vigiada. Desligo a música e me sento devagar, não tem ninguém por perto, exceto um grupo de alunos já se formando do outro lado do campus, olho para os lados e nada. Acho que estou ficando louca!

- Procurando alguém? - Levo a mão a boca com um grito abafado. O bastardo me assustou.

- Você fica sempre se esgueirando por aí? Avisa quando estiver chegando cara. - Ele simplesmente sorrir.

- Você parece tensa, estou aqui para te oferecer aquele sorvete. Aceita? - Penso em recusar, mas como minha vida já está tenebrosa, acho que não tem como piorar.

- Já que está implorando! - Ele me olha com cara de espanto e eu começo a gargalhar.

Caminhamos uns quinze minutos pelo campus até chegar na lanchonete. Falta menos de uma hora agora para as aulas e já tem alunos por toda parte, entramos no estabelecimento e pedimos o sorvete. Percebo que o senhor Gustavo gostosão está me encarando.

- Estou com um chifre de unicórnio na testa? - Eu tento ser doce e simpática, mas esse cara me irrita ao extremo.

- Estou apenas apreciando a paisagem. -Oh, oh, oh, oh minha nossa, esse cara é problema. Tenho que me livrar dele o mais breve possível.

Viro as costas ignorando o calor que me dar em algumas partes que não deveria. Tá, eu não sou nenhuma virgem, mas minha primeira e última experiência não foi nada tão excepcional e também é algo que eu nem quero lembrar. Juan, aquele filho da puta! Perdi minha virgindade com ele, estava toda apaixonada e sorridente, até que no outro dia ele passou com outra por entre os braços e a beijou na minha frente. "Você era idiota Jessy". Sim, eu fui idiota e se esse marmanjo aqui acha que eu vou arriar os quatro pneus por ele, está completamente perdido, eu me recuso a deixar alguém me fazer mau novamente.

- Tem fumaça saindo da sua cabeça. - Ele só pode estar brincando!

- Que fumaça? - Ele me analisa de cima abaixo e diz:

- Dá pra ver que você está pensando demais mocinha. - Aff, eu e essa mania de transparecer meus pensamentos.

- Nada que seja da sua conta! - Ele apenas sorrir. Que desgraçado! Eu jogo sete pedras em cima dele e ele apenas sorri? Ele é maluco ou o que?

Vou embora da lanchonete sem nem olhar para trás. Nossa, mas que cara irritante.
Pouco tempo depois o sinal toca e eu caminho direto para a aula. O dia corre normalmente, eu não vejo a hora de chegar em casa, tomar um super banho e deitar para dormir. Quero fingir que não tenho um mundo de problemas e que posso dormir tranquila e sem mais preocupações.

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Herdeira Da Maldição Onde histórias criam vida. Descubra agora