Capítulo 6

53 6 2
                                    

Doze rosas

Destranco a porta sorrindo, ainda me lembrando do fim de tarde agradável com Ariah. Apesar de no primeiro momento ela não ter simpatizado muito com a ideia de não vir para sua própria casa no fim de semana, após explicar o motivo e tudo que aconteceu desde o momento que Kimmy inventou de sair até agora ela concordou plenamente. Sem contar que ela ficou eufórica em saber que desconfio que Lia esteja interessada nele. Só se passou um dia, eu sei, mas ela está agindo de forma tão instintiva com relação à Kihyun e está emanando todos os sintomas de alguém que está começando a se apaixonar. Arrisco dizer que ele é o tipo ideal dela.

Deixo a chave no aparador e antes de ir para o quarto procuro pelos dois na casa. Encontro Lia sentada ao redor da mesa de madeira da cozinha juntamente com Kihyun. Enquanto ela esfriava com um sopro e levava para os lábios dele uma colher da sopa, Kihyun silenciosamente observava-a com os óculos redondos remendados bem no meio. Sorri e dei meia volta. Quando ambos estiverem em sono profundo eu venho até a cozinha e me alimento com algo. Vou direto para o quarto de Ariah e deixo o meu para Lia como ela havia pedido.

Assim que fechei a porta mergulhei em um estudo profundo nos documentos que trouxe para casa. Alguns pontos ainda faltam para que eu tenha a certeza desses discursos dos depoimentos, um deles e sobre o tal de Libélula e essa tal Black Danger. Abro o computador e digito na barra de buscas o nome do tal lugar. Vários links aparecem e algumas imagens também, imagens essas de festas regadas a álcool. Talvez seja uma boate. Clico no link da página que seria o oficial do lugar e o logotipo é a ilustração de uma libélula. Segundo Tom os motoqueiros que estavam com ele ontem eram da Black Danger e um tal de Libélula foi buscá-lo lá. Lembro-me vagamente de ver Tom com um pingente de libélula no pescoço.

Desço um pouco mais e vejo as atrações do local, sendo elas: Lutas, festas com um DJ exclusivo e mais algumas coisas que me fazem revirar os olhos. Se rolar tanta droga lá dentro quanto com aqueles homens estavam com elas ontem, se nós fizermos uma batida naquele lugar não sobra nada, estão todos presos. Sem contar na luta. Eu li luta? Por um acaso eles são o UFC? Por que lutas clandestinas também são crimes. Anoto o endereço e o telefone do lugar em um pedaço de papel e coloco em meio as pastas. Não é muito longe da cidade, é uma das estradas velhas que quase não tem mais tráfego desde que o governo fez reformas e criou uma única rodovia que dá acesso aos outros municípios.

Estou me questionando se o Libélula que Tom disse tem algo haver com a libélula do logotipo da Black Danger e o pingente de libélula que ele usava no pescoço. Fecho o notebook e anoto nas folhas em branco tais questionamentos. Kimmy gosta muito de sair, talvez eu a convide ocasionalmente para ir comigo a tal casa. Enquanto ela se "diverte" eu dou uma vasculhada no local e tento responder as minhas próprias indagações.

Falando em Kimmy, não vou mentir que estou extremamente curiosa sobre quem seria esse paciente dela. O perfil que ela passou se encaixa perfeitamente com o borboleta negra. Qual a porcentagem de chance que o seu paciente seja o homem intrigante e assustador que conheci hoje? Encosto na cadeira da escrivaninha e jogo meu pescoço para trás olhando para o teto enquanto meus braços estão pendurados um de cada lado. Por que diabos agora que estou longe dele desejo estar perto para vê-lo mais uma vez? Ele me lembra daquilo, mas eu desejo o perigo de certa forma. Mordo meu lábio inferior tentando conter um súbito desejo que sobe como um frio em meu ventre ao me lembrar dos lábios cheios e avermelhados dele.

Sinto-me como Maria Madalena desejando o pecado de ter alguém santo. Porém, eu sou Madeleine e desejo o pecado de ter um demônio sombrio e de alma remotamente duvidosa só para mim.

Porém, com ele vem à lembrança do outro, daquele outro que não quero lembrar.

Mady. Querida Mady. Onde está a mamãe agora hum? Cadê a mamãe para proteger a princesinha dela?

Butterfly - Monsta XOnde histórias criam vida. Descubra agora