Butterfly - Monsta X

Capítulo 18

Redenção

Pego o casaco e a bolsa. Meu salto faz barulho no chão de madeira da casa. Depois de umas boas semanas sem ele, me dei ao luxo de voltar a usar o calçado ao qual tenho favoritismo e me deixa um pouco mais alta do que eu não sou. Sinto o familiar cheiro do café de Lia, mas vou dispensar hoje. Bebo algo no caminho para a delegacia.

— Estou indo. — Vasculho a minha bolsa em busca da chave do carro.

— Mady acho melhor ver isso. — Ariah tem uma voz fria, parece até assustada. Ergo o olhar do interior da mesma e me deparo com um oceano vermelho.

A mesa de centro, o sofá, o aparador de chaves, até o chão ao lado da porta, tudo está forrado por vasos e arranjos de rosas vermelhas. Meus lábios estão entreabertos e busco palavras para expressar o que estou vendo mais não encontro. Lia está encostada ao batente do corredor, ao lado da porta da cozinha, de braços cruzados olhando para mim com a sua típica cara de irmã mais velha. Se bem que ela é quase isso para mim.

— Eu não tenho vasos para tudo isso.  — Ela finalmente fala o que está pensando.

— O que é isso? — Questiono.

— Você que deveria nos dizer. Chegou hoje cedo e o entregador foi claro ao especificar Madeleine Jones.

Ariah tira um buquê do sofá e se senta com ele em seu colo. Coloca seu rosto apoiado nas flores, pisca os olhos de forma fofa e suspira retomando.

— Eu achei que era para mim, eu sei, sou muito iludida, mas quem deve nos dizer o que é isso é você mocinha. — Lia revira os olhos e vem em minha direção com um cartão negro em mãos.

— Veio com isso. — Ela me entregou. Abri o mesmo e a familiar letra cursiva em coloração dourada estava lá.

"Eu havia lhe dito que doze rosas continham um significado, entretanto parece que só doze não foram suficientes para você entender...".

— Hyunwoo...

Custo a acreditar que ele fez isso. Por que ele gosta de gastar tanto dinheiro? E por que ele é tão exagerado? Não preciso de uma assinatura para saber de quem se trata. Ele é a única pessoa que conheço a insistir sobre doze rosas.

— O cara bonitão que você estava de conversinha com ele na Danger? Aquele que você subiu na moto dele mesmo não gostando desse "meio de transporte" — Ariah imitou minha voz nas últimas palavras. Eu queria rir, mas me controlei.

— Se lembra da borboleta negra que eu lhe disse? — Ela fez cara de choque.

— O cara que parece com o filho da puta que não citamos o nome? — Agora eu ri. Não consigo me controlar com essa espontaneidade e falta de modos de Ariah.

— Sim.

— Cristo, ele é muito gato! Mas no meu peculiar gosto eu ainda prefiro o Hyungwon. — Peculiar, quero rir. Deixo uma nota mental para explorar essa frase em outro momento com ela. Para quem odiava do DJ até que eles se tornaram amigos de forma bem rápida.

— Você quer dizer que um cara que você conhece, e que são... Próximos —Lia parecia cuidadosa com as palavras — Sem contar que ele parece com...

— Mattew. — Completo.

— Sim, com ele. Te mandou esse exagero de flores? — Assinto. — Mady esse cara não é meio louco? Ou obsessivo? Ou...

— Exagerado. Sim, ele é muito exagerado. Ele parece sentir prazer em demonstrar seu poder aquisitivo para as pessoas a sua volta.

— Coloca poder aquisitivo nisso. Porque tudo isso de rosinhas deve ter retirado muitos bons dólares daquele bolso colado em coxas deliciosamente grossas. — Reviro os olhos. Ariah ainda está com o rosto enfiado nas flores como um gatinho com o novelo de lã.