Os Desencontros de Milla

#71

#Milla Vittorio

- 2 dias para o casamento...

Não consegui dormir minha cabeça parece que vai explodir, a imagem do Conrado sendo preso não sai da minha mente,  junto com a imagem da advogada argumentando pra tentar ajudar ele, e também não sai da minha cabeça eu  fugindo de lá, sei que eu não ia poder fazer nada, mas ainda assim me sinto uma covarde, me sinto péssima.

- Ainda não estou acreditando que prenderam o Conrado, ele deve estar arrasado!

Julia está com a cara no notebook dês de muito cedo, lendo tudo que é publicado sabre o Conrado.

- Ele mereceu!

Falei seria, Julia me encarou.

- Você acha que ele é culpado?

Não disse nada.

- Conrado pode ter sido um filha da puta com você, mas eu não acho que ele seria capaz de colocar em risco a empresa dele, ele lutou tanto pra chegar onde chegou!

- Dylan me disse uma vez que as acusações eram reais!

Julia me olha seria.

- Você sabia que o Dylan  fugiu ontem? A polícia esta atrás dele!

Agora entendi o por que da mala, e as férias.

- Vi ele ontem, com uma mala, mas não fazia ideia de que ele estava fugindo!

Agora eu não faço ideia do que estar acontecendo.

- Pois é, Dylan jogou toda a culpa pro Conrado e fugiu do país, ele fez tudo, e quando a bomba ia explodir ele caiu fora, típico dele não é!

- O que você quer dizer com isso Julia?

Perguntei confusa.

- Não estou dizendo que o Conrado é inocente, não, mas o Dylan que fez tudo, Conrado descobriu a tempo de parar, e de fazer todas as provas sumirem, mas o idiota do Dylan continuou fazendo tudo que é errado escondido do Conrado, e agora o Conrado está preso, e o verdadeiro criminoso fugiu!

Agora tudo faz sentido, por que eu tenho essa mania idiota de julgar o Conrado, antes mesmo de saber o que este acontecendo, acabei acreditando no maior mentiroso que já conheci no idiota do Dylan, eu sou mesmo uma idiota, meu coração parece que vai sair pela boca.

- O que vai acontecer agora Julia?

Perguntei.

- Torce pra que encontrem o Dylan logo!

Peguei minha bolsa, e meu celular.

- O que você está fazendo? Aonde você vai?

Respirei fundo e encarei a Julia.

- Preciso fazer uma coisa, não demoro!

- Você está bem com tudo isso?

Julia perguntou com um tom de voz sério.

- Não!

Falei saindo do apartamento. Peguei o elevador, entrei no taxi minutos depois.

- Qual é o destino!

- Delegacia por favor!

Estou indo até a delegacia, sei que minha ida até lá não vai mudar nada, nem resolver a situação que o Conrado estar, mas preciso entender muita coisa, e só o Conrado pode me tirar todas as dúvidas que tenho agora.

O taxista estacionou o táxi do outro lado da delegacia, e tem jornalista por todos os lados, eu deveria ter imaginado isso. O que eu faço agora? Parece que tudo está indo conta a minha vontade de conversar com o Conrado, por que quando se trata do Conrado é tudo tão complicado? e por que simplesmente eu não deixo tudo pra lá e continuou seguindo minha vida?

- Vai ficar aqui?

O motorista perguntou, respirei fundo.

- Não!

Vou me casar em dois dias, dois dias, eu queria que esse dia chegasse rápido, mas agora não quero mais, por que não quero estar confusa num dia tão importante como esse, mas quanto mais os dias vão se passando, mais confusa eu fico, parece que tudo vai desmontando e a única coisa que continua firme é meu casamento, preciso decidir de uma vez o que fazer.

Dei um novo endereço pro motorista, estou indo pro apartamento do Joe, nesse momento ele é a única pessoa que pode me ajudar, por que ele é o único que consegue me mostrar o caminho certo que eu devo seguir, Joe parece me entender, e eu gosto de ouvir os conselhos que ele tem pra me dar, e nesse momento é disso que eu preciso.

***

Bati na porta, não demorou muito pra ele abrir.

- Oi Milla!

Entrei no apartamento. Andei de um lado pro outro.

- Milla está tudo bem?

Parei de andar e encarei o Joe.

- Me ajuda Joe!

Sinto meus olhos encherem de lágrimas  Joe não disse nada, só ficou me olhando.

- Eu não superei!

Falei.

- O que você não superou?

Joe está me olhando confuso, se ele está confuso imagina como eu estou?

- O Conrado, eu não superei ele, sei que é loucura, eu mal conheço ele, nosso relacionamento durou um pouco mas que um mês, mas foi o suficiente pra...!

Não conseguir terminar de falar, minha respiração estar forte, e meu coração batendo acelerado.

- Você ama o Conrado Milla?

Joe perguntou me olhando nos olhos.

Uma lágrima rolou em meu rosto.

- Eu amo, mas também amo muito o Henry!

Eu nunca achei que era possível amar dois homens, queria ainda poder acreditar nisso, mas agora vejo que se pode amar sim, eu amo o Conrado, amo o jeito que ele me olha, como me toca, o jeito que ele se comporta quando está comigo, mas ódio o fato dele nunca me dizer o que sente de verdade, ódio ele  por que ele não se abre pra mim, e eu amo o Henry, amo muito, amo o Henry porque ele está sempre comigo, por que ele me passa segurança, me apoia, Henry e meu príncipe, mas eu o ódio sempre que eu desejo que ele seja o Conrado.

Joe se aproximou de mim e me abraçou forte, eu estava precisando de um abraço.

- Eu não sei o que estar acontecendo comigo Joe, não faço ideia do que fazer!

- Você vai descobrir Milla!

Joe falou sussurrando em meu ouvido.

- Quando?

Perguntei, minha voz quase não sai, sinto a respiração forte do Joe.

- Não sei, essa é a parte ruim!

Sabe, eu sempre achei era eu poderia ser uma mulher forte, que sabe exatamente como resolver todos os problemas, uma mulher confiante, mas não sou assim, nunca vou ser, sempre vou ser a Milla fraca, confusa, que se mete em confusões, que faz péssimas escolhas, a Milla que sempre vai depender de alguém, eu sempre vou ser essa Milla, só que eu não quero ser covarde, não posso ser covarde.

Abracei o Joe mais forte...