Capítulo 5

244 43 7
                                    




O Norwegian era uma imensidão de navio. De longe as luzes acesas pareciam estrelas no céu escurecido da noite, sua estrutura imponente podia ser comparada a um hotel de trinta andares. Trinta andares!

— Uau!

Ouço minha própria exclamação assim que subimos. Minha ansiedade chega a ser palpável não apenas pelo fato de estar em um cruzeiro, mas pela sensação de liberdade. Tenho expectativas. Quero conhecer toda a estrutura daquela imensidão de navio. Norueguês. Meus olhos brilham maravilhados assim que me aproximo da proa. Daqui de cima, o mar é negro envolto por luzes cintilantes. A visão do horizonte é maravilhosa, algo inexplicável que faz meu coração bater descompassado. Admito que há muito não me sinto assim. Talvez pela proposta da viagem, minhas emoções estavam todas exacerbadas pela novidade. Tudo aqui é diferente do que já li em revistas, chega a ser concreta a sensação de liberdade rondando o ar.

— Não disse que era lindo?

— De noite é muito mais lindo do que imaginava. — respondo ao animo de Lessi que parece uma criança excitada cheia de presentes. — Nunca pensei que seria tão emocionante estar em alto mar.

— E você ainda não viu nada. Já vi que aqui tem sala de cinema, cassino, academia, playground... Definitivamente quatro dias serão estraçalhados por tanto entretenimento.

— Fez o serviço de casa direitinho, não é?

Ela ri e eu a imito, porque sabemos o quanto ela esperou por esse passeio.

— Fique tranquila que também é seguro. Vamos.

Lessi me puxa pela mão até a entrada principal. Esbarramos em várias pessoas e noto que muitas já estão no interior.

— Uau! — vislumbro embasbacada com o luxo do saguão.

— Hey, você podia mudar o repertório ? Uau, uau...

— Você, vai ficar barrando minhas emoções agora? — entorto minha boca enquanto finjo indignação — Eu extravaso minha emoção do jeito que eu quero.

— Ah qual é Beatrice! Tanto jeito de extravasar as emoções...

Com ela eu sei que argumentos são perdidos.

— Certo, Miss emoção. Me diga outro jeito de extravasar a minha emoção?

— Ora, beijando e... bem, você já sabe.

— Sei o quê?

— Já sabe, ora. Fazendo sexo pra começar.

— Hum, claro. Pelo que vejo tenho muitas opções aqui para isto... — ironizo sentindo-me vitoriosa dessa vez.

Ela sempre introduzia sexo em seus argumentos. Claro que sexo é bom, apesar de que não tenho uma vida muito repleta disto nos últimos meses, talvez anos. Mas, aqui sexo seria algo meio... duvidoso.

— Não vejo por que. Há uma multidão de homens aqui.

— Ok. Pode me apresentar um nesta multidão? — provoco, só para ver até onde ela iria com o argumento tosco.

Não sei por que penso em Cavagnalari tão logo ouço a palavra sexo. Não que o simples fato de pensar em meu cliente remetia-me á palavra. Mas, penso sim em como Carl faz amor. Pronto. Reconheço que de vez em quando, minha curiosidade recheia minha mente sobre o modo como ele tocava e se comportava fazendo sexo. Não posso negar, pelo menos para mim.

— A noite é só uma criança. — Lessi me devolve posuda, dona da razão.

— A noite é só uma criança.

Quando o Amor Chegar - já está na Amazon Onde histórias criam vida. Descubra agora