Capítulo 7- Lembranças parte 2

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- Eu estava louco e não sabia o que fazer Erick... - e ele começou a chorar muito novamente.

Lembro que eu chorava desesperadamente, lembro-me da minha irmã tentando me acalmar, lembro-me da cara dos bandidos e das tatuagens dos caras. Se eu soubesse que isso iria acontecer eu nunca teria saído de casa, mas os meus desejos infantis tomaram conta de mim.

- Por favor, pai... Não me deixa, eu ainda não to pronto pra te perder ainda.

- Richard...

- Para Lourenie.

- Pai?

- Filho ouve sua irmã...

- Pai, não me deixa agora, por favor.

- Eu vou ficar bem, acalma tudo vai ficar bem, depois que tudo isso acabar nós vamos tomar sorvete ou...

- Eu não quero sorvete... - se formou um silêncio macabro naquela hora, senti um frio, eu não gostava daquela sensação. - Eu quero você pai, do meu lado. - não percebi o quanto eu gritava e com isso pessoas chegavam perto. - Eu quero você pai, do meu lado, do meu lado quando eu ganhar meu primeiro campeonato de futebol, minha primeira competição de jiu-jitsu, quero que o senhor me ensine a fazer a barba quando eu crescer. - eu chorava e gritava muito era desesperador. - Eu quero ter você pra me dar conselhos, pai eu te amo e não quero te perder.

- EU AMO VOCÊS MEUS FILHOS...

- Pai?

- Papai?

- Nãããããããããããããããoooooooo.

- Papai.

- Não me deixa pai, acorda pai, eu não deixo você morrer aqui, acorda pai.

- Acorda pai, por favor.

- Paaaaaaaaaaai.

- Kenny meu amor, por favor, acorda, não me deixa.

- Ana meu amor...

- Não se esforce meu amor, a ambulância já chegou a gente vai te salvar.

- Não vai dar tempo, eu só quero que você saiba que eu te amo muito e eu nunca amei outra mulher como eu amo você, você sempre vai ser o meu primeiro amor. Louren eu te amo muito meu anjo, seja cuidadosa, inteligente, e muito carinhosa com seus amigos, seu irmão e sua mãe. Richard, eu quero que você cuide muito bem da sua irmã e da sua mãe, você a partir de agora é o homem da casa, quero que você proteja elas, assim como eu protegi vocês hoje.

- Mas, pai eu não... Eu não... Eu não consegui proteger o senhor.

- Meu garoto a culpa não foi sua, mas agora você vai protegê-las.

- Eu prometo pai.

- Família. agora precisamos levá-lo.

- Sim, é claro.

- Eu quero ir com ele.

- Richard deixa só a mamãe ir.

- Não eu quero ir com ele também.

- Vamos Richard, Lourenie vá pra casa e ligue para os seus tios e tias e mande-os irem lá pra casa e explique a situação.

- Ta bom mãe.

Minha irmã foi sempre mais tranquila e com a cabeça no lugar, e ainda é até hoje. Eu fiquei muito tempo triste e pensando no meu pai, cheguei a ir ao psiquiatra até as coisas se voltarem ao normal.

- E o seu pai Richard?

- Ah sim desculpa.

Depois eu entrei na ambulância com minha mãe e meu pai na maca...

- O ferimento foi muito profundo e ele perdeu muito sangue e vai ser preciso fazer uma transfusão de sangue.

- Ah sim, sangue não vai ser problema o meu tipo sanguíneo é compatível com o dele.

- Mas você bebe ou tomou algum antibiótico dentro de uma semana.

- Não eu acho que não.

- Ta bom vamos começar a tirar seu sangue agora e vamos fazer o teste para comprovar pra quando chegar lá ir logo fazer a transfusão.

- Okay, pode seguir.

- Eu também quero ajudar.

- Converse com seu pai, ele esta inconsciente, mas ele consegue te ouvir, esse é o melhor remédio.

- Pai, você vai ficar bem ta, logo a gente vai estar juntos de novo, como uma família. - eu chorava muito e sentia uma dor no coração muito forte. - Se lembra de quando eu fugia da escola pra jogar bola na quadra perto da nossa sorveteria favorita, e você magicamente aparecia na quadra e me tirava de lá a força e a gente brigava, mas depois nós íamos tomar sorvete, mas quando chegávamos em casa você me deixava de castigo. Eu queria que você me pegasse e me deixasse de castigo mil vezes do que eu te perder agora pai, por favor, pai não me deixa. - deitei-me sobre seu corpo e chorei.

- Bom está tudo certo, então vamos começar a tirar o sangue e...

Assustei-me no momento em que ouvi um alarme vindo da máquina que estava ligado ao seu corpo.

- Essa não, o coração dele parou de bater, vamos começar a massagem cardíaca.

- Pai não...

- Richard, vem pra cá.

-Eles tentaram reviver meu pai, eles tentaram de tudo Erick, mas ele morreu ali naquela ambulância, na minha frente. - Ele chorava e me abraçava forte e eu retribuía. - Eu queria ele aqui comigo Erick, queria que ele te conhecesse com certeza ele ia te adorar.

- Mas nos ladrões você viu alguma coisa neles, uma tatuagem cicatriz?

- Eu falei pra polícia que tinha visto no pulso dele uma tatuagem de um código, mas eu não sabia que era número romano.

- Mas você se lembra?

- Sim, era MCMXCV.

Eu estava em choque com tudo isso que ele estava me contando, não sabia o que fazer eu só o abraçava muito e beijava sua cabeça na esperança de acalma-lo. E lá estava eu e ele no banco sozinhos, realmente não tinha mais ninguém naquele local só nós e um casal de velhinhos que tinham uma barraquinha ali perto.

- Erick... - me chamou me libertando de meus pensamentos.

- Oi Richard...

- Me promete uma coisa?

- O que?

- Não me deixa sozinho, promete nunca me abandonar?

- O que você esta falando... Claro eu nunca vou te abandonar eu te amo Richard. - agora era eu que estava chorando. - Eu te amo e nunca vou te deixar por nada desse mundo, você foi o primeiro garoto em que eu confio e amo não quero te perder nem troca-lo por nada.

- Eu te amo muito Erick, muito, muito, muito mesmo..

A gente se beijou e foi ali que eu soube que eu não trocaria ele por nada eu o amo demais pra deixa-lo, não só pela sua história, mas pelo que ele é, ele é um homem calmo, carinhoso, romântico, zelador eu o amo por conta disso e eu não quero outra pessoa, se não for ele eu não quero mais ninguém.

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Sempre Estaremos JuntosOnde histórias criam vida. Descubra agora