Capítulo doze- Bem Vinda Ao Submundo Sobrenatural

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Não.

Ele não sabe do que está falando, ele sequer me conhece. Repetia para si mesma, tentando acalmar o misto de emoções que lhe invadiu. Raiva. Tristeza e Incredulidade.

-Cansei dessa palhaçada! Todos vocês são patéticos! Você sequer me conhece, vive me perseguindo, depois arruma um pretexto para me trazer até aqui e então me diz que Elisabeth não é minha mãe?- riu com escárnio e chutou a porta de madeira, furiosa. O estrondo reverberou pelo silêncio da sala.- Inacreditável! Vocês são todos sádicos, doentes mentais que precisam desesperadamente de ajuda profissional.- apontou na direção de cada um dos jovens acusatória antes alcançar a maçaneta da porta, mas foi impedida pelo corpo de Aaron, que rapidamente se agigantou à sua frente, cruzando os braços sobre seu peito impaciente, e a olhou severamente.

-Você não vai fugir. Você vai sentar seu traseiro nesse sofá e vai nos ouvir! Está na hora de abrir os olhos pro mundo, Scarlett. Está na hora de crescer, e observar algo além do seu próprio umbigo. Você sabe que tem algo errado há muito tempo, apenas não quer ver.- seu tom timbre era intimidador e áspero.

Ele começou a avançar em passos firmes, forçando Scarlett a recuar, até que a parte de trás de seus joelhos se chocassem contra o sofá. Ela se sentou à contra-gosto, e manteve seu olhar fixo em qualquer coisa que não fosse os pares de olhos que a encaravam.

-O que vocês querem de mim?- perguntou exausta. Estava cansada de brigar, principalmente com o rapaz. E talvez, apenas talvez, ouvir o que ele tinha para dizer não fosse uma má ideia. Ela tinha plena consciência de que cada vez mais, as lacunas ao redor de sua vida aumentavam deliberadamente.

-Eu não estava mentindo.- começou, sentando-se ao lado de Scarlett, que retraiu seu corpo instintivamente com a aproximação.- Ela não é sua mãe. De verdade, não faço ideia do quão insano isso soa, mas eu lhe garanto. Elisabeth não possuía laços sanguíneos com você, Scarlett. Eu conhecia sua...- ele interrompeu a si mesmo, seus olhos distantes, mas Scarlett não pareceu notar sua hesitação.- Eu sei que isso te assusta, mas preciso que confie em nós.- ele continuou, olhando para Kiera e Miles que assentiram veemente para que ele prosseguisse.- Quer conhecer a verdadeira história da sua vida?- instigou, voltando a encarar Scarlett, que engoliu em seco.

Não. Era o que queria responder, não sabia se estava preparada, ou se realmente podia confiar nas palavras Aaron, mas algo no fundo de sua mente lhe instigava a assentir para que o rapaz prosseguisse, e ela o fez receosa.

-Certo. Vamos começar do início.- pigarreou.- Londres, seu lar, o lugar que você pensa livrar de toda a perversidade, não está apenas cercado por criminosos sórdidos. -fez-se uma pausa.- Está cercado por criaturas odiosas mais antigas e perversas do que você sequer pode imaginar. Eu te apresento o maravilhoso mundo dos sobrenarurais.- riu sem humor. -Humanos coexistem com bruxas, nephilins, anjos caídos, e até mesmo os sórdidos demônios, entre outras criaturas quase extintas. Os Humanos nunca estiveram sozinhos.- explicou, a garota o olhava incrédula, como se ele lhe dissesse uma enorme barbaridade.- Elisabeth não é sua mãe porque ela é um anjo caído, Scarlett. Um anjo caído que fugiu do Paraíso com algo muito valioso. Algo que pode mudar todas as regras do jogo e causar uma guerra. Só que agora, todas as criaturas que rastejam pelo mundo, estão correndo para cá nesse momento em busca disso. Estão correndo atrás de você, porque com o desaparecimento de Elisabeth, eles pensam que você tem o que eles procuram. Por isso, eles virão até você. É por isso que precisamos da sua ajuda, para interceptá-los, afinal, você é a assassina mais temida de Londres, certo?- concluiu, o canto de sua boca levemente erguido em um mínimo sorriso desafiador.

A Garota piscou atônita, tentando digerir as palavras do jovem. Fazia algum sentido, obviamente, se analisasse todos os últimos acontecimentos surreais da sua vida. Subitamente, a imagem de Joe invadiu seus pensamentos, ela sequer sabia onde ele estava, seria possível que ele corresse risco de vida? Ela esperava que não, mas ultimamente, nem tudo em sua vida vinha acontecendo conforme ela esperava.

Criaturas Celestiais - A Ascensão [CONCLUÍDO]Onde histórias criam vida. Descubra agora