22. ALEC FINALMENTE CRIA CORAGEM PRA FALAR O QUE QUER

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Depois que pegou tudo o que ia precisar da despensa e da geladeira de casa naquele dia após seus amigos saírem de sua casa, Alec correu até o banheiro um tomou um banho rápido. Quando saiu do banheiro ele vestiu uma calça cáqui, vestiu uma camiseta preta e um casaco verde e calçou os coturnos.

Ele guardou toda a comida em uma bolsa junto com uma manta e saiu do quarto apressado, seu pai estava entrando em casa no momento em que ele ia em direção a saída.

- Ei, você não ta indo fugir de casa, não é? – Seu pai brincou indicando a bolsa em suas costas.

- Não... Na verdade eu to indo pra um encontro. – Ele baixou a cabeça ao dizer isso porque sentia que seu rosto ficava vermelho de vergonha.

- Oh... Um encontro de verdade? Que bom filho! Isso é muito bom! – Alec encarou o pai porque ele parecia surpreso demais. – Desculpa filho, eu não quis parecer tão surpreso...

- Tudo bem pai, eu preciso ir logo senão me atraso.

Ao sair de casa Alec seguiu até a garagem para pegar outro capacete para Nicole, e logo ele seguia pelas ruas de Rosalinda.

Quando parou em frente a casa de Nicole ela já estava do lado de fora o esperando. Alec ficou impressionado em quanto ela conseguia ficar tão linda usando calça jeans escura, um moletom cinza escrito "New Rules" (Alec achava que já tinha escutado uma música com aquele nome) e calçada com coturnos. Seus cabelos estavam soltos como sempre.

- A gente vai ter que ir nisso? – Ela não parecia muito segura em montar na moto.

- Não se preocupe, eu vou me manter dentro do limite de trânsito. – Ele diz sorrindo.

Nicole colocou o capacete apesar do medo e montou na moto.

- Espera um pouco – ela falou quando Alec já estava saindo. – Você não tem idade pra pilotar essa coisa.

- Ah, depende do ponto de vista. – Ele praticamente gritou para ela enquanto virava a esquina.

- Só tem um ponto de vista: o da lei.

Alec riu e continuou seguindo com a moto, mas sem acelerar muito.

Ele seguiu pelo caminho conhecido e parou na estrada perto do lago no fundo da propriedade dos Ruby.

- Uau, você acabou de ganhar muitos pontos pela escolha do lugar. – Ela disse e Alec sorriu. – Mas perde muitos outros por pilotar uma moto só tendo quinze anos.

- Da próxima vez eu te busco no carro do meu pai. – Ele disse segurando a mão dela e a levando em direção à passarela de madeira do lago.

- Obrigado, mas não. Você também não deveria dirigir um carro tendo a sua idade.

Eles pararam no fim da passarela e Alec tirou a bolsa das costas. Ele pegou a manta e a colocou no chão e logo depois se sentou.

- Você me acompanha, senhorita? – Ele falou rindo e ela se sentou ao seu lado.

Ele tirou as sacolas com a comida da bolsa e começou a arrumar tudo sobre a manta. Nicole o ajudou.

Aquela parecia a noite perfeita. Enquanto os últimos raios de sol sumiam no horizonte a lua cheia já brilhava no alto do céu; as luzes de todos os postes na rua atrás deles já estavam acesas o que fazia parecer que aquela era a noite mais iluminada que Alec já vira.

- Vamos atacar? – Alec falou antes de pegar um mini sanduíche de presunto e dar uma mordida.

- Confesso que nunca fiz um piquenique de noite e em um lugar tão bonito como esse. – Nicole falou pegando uma bolacha de chocolate.

- Então eu acho que recuperei todos os pontos que perdi agora á pouco.

Eles riram.

Os dois continuaram a conversar, Nicole contou uma história sobre o colégio interno em que estudava e em um dia ela e uma colega fugiram apenas para fazer um piquenique; elas acabaram ficando um tempo de "castigo" pra aprender. Alec contou que ele e os amigos costumavam muito ir aquele lago para brincar, mas que depois que um dos amigos morrera no fim do ano anterior, eles nunca mais haviam indo juntos lá.

Ele ficou bastante aliviado quando Nicole não lhe perguntou como Eric morrera porque ele teria que contar a história que os pais do amigo haviam inventado para contar aos excluídos. E Alec não queria mentir em relação a uma história tão séria quanto a morte.

Depois de alguns minutos os dois já se sentiam cheios quando Alec percebeu que já estava completamente de noite.

- O sol se pôs completamente, e nós nem percebemos. – Ele disse rindo.

Naquele momento seus olhos se encontraram com os de Nicole e nenhum dos dois desviou o olhar. Alec percebeu que o brilho da lua estava refletindo nos olhos e na pele dela. Certa vez Alec assistira um filme que contava uma história da mitologia grega – talvez fosse o filme de Hércules, mas ele achava todas aquelas histórias tão parecidas – e nesse filme tinha uma ninfa que tinha a pele dourada brilhante; naquele momento o garoto imaginou que ela fosse uma ninfa em uma versão com pele prateada.

Nicole se moveu levemente chegando mais perto dele e levantou a mão passando-a em seu rosto, ele resistiu à tentação de fechar os olhos. De repente foi como se toda a cena se acelerasse: Alec colocou a mão atrás do pescoço dela e a puxou para perto de si a beijando. Os dois logo estavam de joelhos, os corpos encostados, os braços dele apertavam as costas dela como se tentasse puxá-la para mais perto. Os braços dela envolviam seus pescoços e suas mãos dançavam sobre seus cabelos.

Alec percebeu que a boca de Nicole tinha gosto de biscoito recheado Oreo, e isso o fez sorrir. Ele amava aquele biscoito.

- Não imaginava que isso fosse ser tão bom assim. – Nicole disse após se afastar um pouco, mas então voltou a beijá-lo novamente.

- Eu imaginava, eu sei que beijo muito bem. – Ele brincou e então a beijou novamente enquanto ela abria um sorriso.

Os dois continuaram nessa brincadeira de ficarem conversando entre os beijos até que Alec guardou o restante da comida na bolsa e os dois se deitaram sobre a manta e ficaram olhando para o céu.

- Um encontro perfeito em uma noite perfeita. – Ela falou. – Eu nem sei se tenho mais pontos para te dar.

Alec virou o rosto e deu um beijo leve na bochecha dela.

- Sabe... – ele precisou reunir toda a sua coragem para tentar dizer aquilo que estava pensando. – Eu sei que nós só tivemos... o quê? Quatro encontros? – Ele brincou ao se lembrar que Nicole dissera que até os encontros que eles não foram contavam. – Mas se você quiser, nós poderíamos tentar algo sério.

Ele evitara usar a palavra "namoro", apesar de ser aquilo que ele queria.

- Eu quero sim.

- O que você disse? – Ele ficou surpreso por ele ter sido tão direta.

- Alec, eu quero tentar algo sério com você.

E então ela se apoiou sobre o cotovelo e lhe deu um beijo.

Eles ficaram ali, daquele jeito, pelo que pareceu pouco tempo para Alec. Ele sentia que poderia ficar o dia inteiro com ela que ainda acharia pouco tempo.   

Pequenos Garotos Maus - Livro 2: PerseguidosOnde histórias criam vida. Descubra agora