24. NÃO SE PODE CONFIAR EM VAMPIRAS

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Mais tarde naquela noite, quando todos da casa já estavam deitados, Lorenzo saiu de seu quarto o mais sorrateiramente possível e se apressou em direção a saída de sua casa.

Do lado de fora, enquanto seguia pela calçada, Lorenzo imaginava diferentes formas de poder ofender a namorada do irmão a chamando de Victória (a vilã do Crepúsculo) e o irmão de James. Alguns minutos depois de encontrar a carta ele percebeu que Bell não havia especificado as horas para se encontrar com ele, então Lorenzo decidira que ia deixá-la esperando o máximo possível – ele estava furioso com toda aquela situação; furioso com Frederico por ter ido embora de casa e começado a se relacionar com uma vampira, furioso com a vampira por conseguir influenciar seu irmão a agira contra as leis do clã, e furioso consigo mesmo por se deixar envolver em toda essa confusão.

Quando chegou a praça ele a encontrou sentada em um dos bancos de cimento e seguiu até perto dela.

- Fico feliz que... – Ela começou a falar quando ele estava perto o suficiente, mas Lorenzo a interrompeu.

- O que você quer? – Ele perguntou, sem rodeios.

- Eu quero tentar te fazer entender. – Ela se levantou e ficou de frente com o garoto, ela era alguns centímetros mais alta. – Ter um filho é um sonho meu e principalmente do seu irmão.

- Adotem um. – Ele disse rispidamente, e não se sentiu nenhum pouco culpado por ser mal educado.

- É diferente Lorenzo, nós queremos um filho que se pareça conosco. – Lorenzo não podia acreditar no que estava ouvindo.

- Se o Frederico quer realmente seguir com essa ideia maluca e acabar se tornando um renegado, ele vai fazer isso sozinho. Eu não vou ajudar!

De repente Bell avançou em direção a Lorenzo e o segurou pelos ombros o encarando com os olhos arregalados.

- Você vai ajudar o seu irmão para que consigamos ter um filho. – Ela disse devagar.

O mal-estar veio instantaneamente.

Bruxos Roseanos não podem ser hipnotizados por vampiros, em nenhuma hipótese. Quando algum vampiro decide tentar duas coisas podem acontecer: ou a magia do bruxo age involuntariamente de forma a eliminar o vampiro, ou o bruxo pode se abater em um mal-estar terrível que pode durar por horas. Infelizmente a magia de Lorenzo agiu no segundo caso.

O garoto escorregou das mãos da vampira e ele caiu sentado no chão, tudo em volta parecia rodar em volta dele. Lorenzo até pensou em fazer uma piadinha sobre o universo girar em torno dele, mas aquela com toda certeza não era a melhor.

- Eu te falei que nós não podemos ser hipnotizados! – Lorenzo ouviu a voz do irmão vindo de alguma direção, mas não conseguiu saber de qual lado.

Tentando se acalmar, o garoto dobrou as pernas e colocou a cabeça entre os joelhos. Não pareceu resolver o problema.

De repente um zumbido começou em volta do corpo de Lorenzo e ele sentiu que o mundo parava aos poucos.

- Você podia ter acabado morta! – Frederico falou em tom de preocupação.

- Podia mesmo, na verdade eu preferiria! – Lorenzo falou, ele levantou a cabeça e percebeu que Frederico estava usando magia nele. – Pena que não temos um Edward para completar o serviço.

Quando já estava quase completamente bem – não havia magia que pudesse fazê-lo melhorar completamente depois da tentativa de hipnose, Lorenzo iria precisar de uma longa noite de sono pra se recompor – seu irmão lhe ajudou a levantar e ele encarou a cunhada.

- Nunca mais pense em me procurar. – Ela puxou o braço que Frederico segurara para lhe ajudar a levantar. – Eu já estou farto de vocês dois.

Lorenzo apressou o passo o máximo que podia estando tonto e depois do que pareceu uma eternidade conseguiu chegar em casa. Enquanto seguia em direção a escada ele esbarrou no pai que saia da cozinha.

- Lorenzo, onde você estava? – Seu pai perguntou.

- Estava com Frederico...

O garoto então contou sobre as mensagens do irmão, sobre seus planos em tentar fazer uma vampira engravidar, sobre os encontros que tivera com eles e incrivelmente se sentiu um pouco aliviado quando terminou.

- Fico triste que você tenha demorado tanto para decidir me contar isso Lorenzo, mas é bom que finalmente tenha me contado.

- Me desculpe, pai!

- Tudo bem, agora vá para o seu quarto dormir, amanhã pensaremos no que iremos fazer enquanto a Frederico estar se tornando um renegado.

Lorenzo subiu para o seu quarto e se jogou na cama sem trocar de roupa e tirar os sapatos, antes de adormecer tudo o que ele conseguiu pensar fora se perguntar se havia feito à coisa certa ao contar tudo ao pai. Duas vozes no fundo da sua mente se divergiam.

Pequenos Garotos Maus - Livro 2: PerseguidosOnde histórias criam vida. Descubra agora