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Oiê! Tudo bom com vocês? Espero que sim! Hoje tem capítulo novo fresquinho pra vocês, espero que gostem, comentem o que acharam e não se esqueçam de votar! Também quero convidar vocês para seguir meu instagram dinasds e meu canal no YouTube: Diná Santos, onde eu vou postar várias dicas de escrita e também o meu processo de escrita desse e de outros projetos, se você gosta desse tipo de vídeo se inscreve no canal (o link está no meu perfil!) que vamos ter muito conteúdo assim! Beijos, e sexta temos mais um capítulo! <3

Eu queria explorar o quarto e a casa, mas quando sentei na cama percebi que eu estava cansada e sonolenta, mesmo o dia estando claro lá fora eu me deitei e sem perceber peguei no sono. 

Quando eu acordei estava desnorteada, não entendi logo de cara onde eu estava, nem que horas eram, meu corpo indicava que era de manhã, mas o relógio marcava seis da noite. Aí a confusão foi maior. Sentei na cama e tentei lembrar das minhas últimas horas, só depois de alguns minutos consegui me situar, mas isso não melhorou muito meu estado, logo senti as lágrimas caírem, eu já estava com saudade dos meus amigos e da minha família...

A porta do quarto se abriu e eu limpei as lágrimas bem rápido, e vi Felipe surgindo, espiando dentro do quarto.

- Desculpa, Julie... Eu te acordei? - ele perguntou.

- Não, Felipe. Eu já estava acordada, na verdade, eu estava confusa, não conseguia lembrar de onde estava.  - falei, dando uma risada sem graça.

- Isso é normal, é por causa do fuso horário.  Vai demorar uns dias pra você se acostumar.

- Meu Deus, não quero sentir isso toda vez que acordar...

- Não vai, é porque hoje é seu primeiro dia, tudo está mais confuso, mas vai passar. 

- Assim espero. - pensei, mas eu sabia que não foi apenas a diferença de horário que me deixou mal, foi lembrar de uma vez só dos problemas que eu deixei no Brasil.

- Nós vamos jantar fora hoje, em comemoração à sua chegada. Estávamos só esperando você acordar.

- Bom, então eu vou me trocar. - falei.

- Te esperamos lá embaixo.

- Tá bom.

~~*~~

Escolhi uma roupa e entrei no banheiro, demorei debaixo do chuveiro, eu ainda estava com a roupa da viagem, então precisava muito de um banho caprichado. Apesar de ter ficado bastante tempo no banho não consegui relaxar, eu estava tomada por um misto de sentimentos, mas o maior deles era a insegurança. Eu não sabia o que aconteceria daqui pra frente, o futuro estava me parecendo um grande espaço vazio, isso poderia parecer a oportunidade de refazer sonhos e me reinventar, mas  eu não conseguia visualizar nada de concreto ou que eu desejasse muito viver, era tudo repleto de incertezas.  Essa era a pior sensação que eu poderia sentir naquele momento, eu já iria morar por um ano em um país estranho, precisava ao menos de algo para me servir de âncora e agora eu não sentia nada preenchendo esse lugar...

Saí do banheiro devagar e sentei na cama, minha mala estava aberta e dentro dela a minha Bíblia me encarava, eu não lembrava se tinha lido algum versículo na semana que se passou. A única coisa que lembrei é que ela tinha sido um presente de Benjamim, uma demonstração de cuidado que ele tivera para comigo... E como eu sentia falta desse cuidado!

Eu segurei a Bíblia em minhas mãos, mas não a abri, logo a devolvi para a mala e a cobri com algumas roupas. Suspirei e vesti a minha roupa, um vestido e botas quentinhas acompanhadas de meia calça, nada muito incrível, mas o suficiente para  não congelar. Deixei meu cabelo solto, e notei que ele já estava maior do quando cortei, e agora eu estava gostando dele assim.

Passei maquiagem e desci, tentando parecer tão fina como qualquer garota francesa, falhei miseravelmente ao receber os olhares da família de Aldo, e de outros rostos que eu não reconhecia. Exibi um sorriso pseudo-colgate e me aproximei deles, que estavam sentados num sofá. 

- Julieta! - a mãe de Felipe, Adélia, falou e veio ao meu encontro com uma mistura perfeita de alegria e elegância. - É muito bom ter você conosco. 

Nos abraçamos e ela me conduziu até onde estavam os outros. O pai de Felipe também me cumprimentou e então minha atenção foi atraída por um ponto na sala, estava entre dois desconhecidos, e também estava me olhando, tinha lindos cachos loiros e profundos olhos azuis. Quando ele abriu um sorriso doce para mim, senti tanta paz quanto jamais tinha sentido, e era como se tivesse um pedaço do céu ali bem na minha frente, não sei que tipo de pensamento era esse que eu estava tendo, mas isso tudo me veio à mente em questão de segundos como uma corrente de água que eu não conseguia controlar.

Não sei se passei segundos ou minutos observando-o, só torcia para que eu não estivesse dando vexame.

- Julie, eles são nossos amigos, Oliver e Raul, trabalham com o meu marido.  - Adélia falou, apontando para os desconhecidos que ladeavam o garoto. - E este é Jean, um jovem novo da nossa igreja, ele estuda na mesma escola que você vai estudar e vai poder te ajudar em muitas coisas.

Eu sorri e estendi minha mão, ele olhou e parecia em dúvida sobre o que fazer, até que se aproximou e beijou minha mão respeitosamente.

Mademoseille. - cumprimentou.

Apenas balancei a cabeça, em parte por estar encantada com o jeito francês daquele garoto magnífico, e também por não saber como responder aquele cumprimento. Em fim, eu estava bem perdida. Me sentindo um ponto aleatório numa Paris que tinha tudo em seu devido lugar.

- Eles irão nos acompanhar no jantar.

Não soube o que pensar sobre ter a companhia de Jean no meu primeiro jantar na França, eu poderia cometer mil e uma gafes na frente dele, e só de imaginar isso eu já corava como um pimentão.

Nós saímos da casa, e fomos caminhando, o restaurante não era muito longe, tínhamos que atravessar algumas ruas. Adélia e seu marido andavam na frente, eu ia atrás junto com Felipe, e por último vinham Raul,  Oliver e Jean.

- Nossas aulas começam agora. - Felipe avisou. - Vamos aprender como se pede comida.

- É importantíssimo. - falei, e escutei uma risada calorosa atrás de mim.

Me virei e percebi que o som vinha de Jean.

- Ele fala a minha língua? - perguntei baixinho para Felipe.

- Fala. Ele é português. - ele cochichou de volta. - Então, você observa o que dissermos e tenta deduzir o que significa pelo contexto, eu vou te corrigindo...

Felipe foi me explicando uma porção de coisas sobre o cotidiano da França e eu pouco prestei atenção no caminho, toda minha atenção estava no que ele me dizia.

Quando estávamos atravessando uma rua, entortei o meu pé e fiquei um pouco atrás de Felipe.

- Ai. - choraminguei, e continuei andando mancando um pouco.

Fiquei alguns passos atrás de Felipe e dei passos lentos em direção à calçada. E então olhei para a o lado, de onde vinha uma luz muito forte. Era o farol de um carro, vindo com toda a velocidade em minha direção...

- Ah meu... Deus!

Enlace (COMPLETO)Onde histórias criam vida. Descubra agora