Rosa Lucilfer, a filha de Chrollo Lucilfer vai fazer o Exame Hunter afim de sair do Ryodan e começar sua própria vida. Mas no exame ela encontra um sobrevivente do clã Kurta que quer vingança. Em um momento de descuido, eles se tornam amigos. Agora...
Todos se acomodam no quarto. Eu me sento ao lado de Kurapika, que estava concentrado em um livro qualquer da estante sem perceber que eu estava olhando pra ele. Na verdade nem sei por que eu estou olhando pra ele. Eu não posso matá-lo nesse quarto pequeno e fechado. Como estou com o caderno na mão, acho que vou desenhar a minha vítima enquanto ela lê. Espero que não seja estranho. Eu coloco o lápis no papel, mas aí eu me lembro da cena do Kurapika rindo quando nós entramos na torre. Eu decidi que ia desenhar essa cena.
Mas eu devo mesmo matar o último Kurta? Eu desenho um círculo para a cabeça dele no papel. Olhando pra ele agora, é fácil assumir que eu poderia fazê-lo desistir dessa idéia maluca, mas depois da luta com o Majitani, eu não tenho certeza. Mas quer dizer... sempre tem um jeito, né? Ficar matando as pessoas é só a maneira mais fácil, que a aranha adota. Se eu quero sair do Ryodan, não deveria estar pensando como uma aranha, né?
Eu já vi essa novela antes. Eu sei como a vingança acaba com as pessoas. Lembro de uma vez que o meu pai não matou um vingador por preguiça. O vingador desistiu de sua vingança e até hoje eu lembro da cara dele quando percebeu que não tinha mais nada pra fazer na vida dele. Eu tinha acabado de conhecer o Kurapika, mas não queria vê-lo passando por isso.
Enquanto eu desenhava, eu ia lembrando do modo como o Kurapika ria. Ele era definitivamente uma pessoa muito abraçável. Eu adoro abraçar as pessoas. Hey, aranhas abraçam as pessoas antes de matar, né?
Eu estava tão focada em reproduzir a imagem que eu tinha na minha cabeça para o papel que nem reparei que estava sorrindo enquanto fazia isso. Só perdi a concentração quando aconteceu a coisa mais estranha que eu vi naquele dia. Mais estranha que o Killua arrancando o coração do Jones. Mais estranha que o Leorio apalpando a mulher lá. O meu cabelo piscou em rosa.
Foi por meio segundo, e eu vi pelo reflexo da televisão. Tão rápido que graças a Deus acho que ninguém reparou. Na verdade eu nem sei como eu reparei.
É brincadeira com a minha cara?
A última vez que isso aconteceu foi por causa do Sebastian, um personagem de anime que eu gostava quando tinha uns 12 anos. Na época eu tinha uma baita inveja de quem se apaixonava por pessoas que realmente existiam.
Agora, aparentemente eu me apaixonei por alguém que chega a ser pior que o Sebastian. E o pior é que tudo fazia sentido agora. Quer dizer... O cara quer matar minha família mas eu não quero que ele morra? Eu tendo vontade de abraçar o menino que acabou de dar um soco num cara porque ele tinha uma tatuagem falsa do Ryodan? Eu realmente só me ferro no amor.
De qualquer maneira, eu terminei o desenho à tempo de ficar entediada e sem nada pra fazer. Eu dei uma olhada na estante de livros e vi "Harry Potter e a Ordem da Fênix". Como eu sou uma potterhead, peguei o livro e abri em uma página aleatória. Por um momento eu vi o Kurapika olhar a capa do meu livro, dar um sorrisinho e voltar a ler o livro dele. Será que ele já leu Harry Potter? Será que ele gosta do livro ou o sorriso era de deboche? Afe, vou perguntar. Fazer o quê, ele vai morrer mesmo...
-Você já leu Harry Potter? -Eu pergunto, como quem não quer nada.
-Já li. Achei legal. Principalmente as criaturas mágicas e os lugares.
-Legal.... -Eu volto a ler, percebendo que o pouco assunto que a gente tinha já acabou. Ele parecia sério, e falar sobre Harry Potter com ele me deixava nervosa. Na verdade, falar com ele me deixava nervosa. Ai, não acredito que eu virei uma garota cliché de fanfic. Daqui a pouco eu tô caindo de cara no chão e o Kurapika tá brilhando no sol.
Após um tempo todos decidiram onde iam dormir e deitaram. Eu me apoiei na estante de livros e pra variar olhei pro Kurapika, que já estava dormindo com a cabeça apoiada em um livro. É mais forte do que eu. Daqui a pouco ele morre mesmo...
Eu deito do lado de Kurapika, usando zetsu e torcendo pra ele não acordar. Essa é a vantagem de ser uma ladra: Eu apago minha presença como ninguém. Ele é tão fofo dormindo... parece um bebê inocente... Ah! Mas se o meu cabelo ficar rosa de novo ele vai acordar! Eu volto pro meu lugar antes que alguém me visse do lado do Kurapika. Me apoio na estante e durmo com a Eva no colo. Tão fofa quanto o Kurapika.
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Eu acordo com a mordidinha de uma gata com fome. Tão esperta quanto o Kurapika também.
Eu sorrio e tiro da mochila um pacote de ração e um pacote de pocky. Eu coloco a ração na caixa dos pocky e dou a caixa pra Eva, ficando com aquele saquinho que vem dentro da caixa onde os pockys ficam.
Segundo dia e eu já estou entediada. Serão longas 50 horas. Assim como no dia anterior, eu passei o dia desenhando, lendo e conversando um pouco até todo mundo decidir dormir. Os lugares eram os mesmos de antes.
Na hora de dormir eu senti que estava sendo observada. Eu abri os olhos, achando que podia ser o pervertido do Leorio, mas o Leorio estava dormindo. No momento que eu abri os olhos, o Kurapika fechou os dele. Pensa que me engana.
Eu até olhei pra minha manga, pra ver se estava dando pra ver a minha tatuagem, mas não dava. "Será que o Kurapika gosta de mim também?" -Eu pensei. -"Que trágico. Virei a Julieta." Mas eu ignorei o assunto e dormi.
O tempo passou e eu estava ficando cada vez mais claustrofóbica naquele quarto. Todos aguardavam ansiosamente o contador chegar a zero. Dois minutos...... Um minuto...... Que minutos longos!....... A porta se abriu. Nós não temos tempo para comemorar, saímos todos voados rumo ao fim daquela torre infernal.
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Nota de autore:
Ai, ai, o amor é um cu, não é mesmo?
Ps: Você que reclama da quarentena, podia estar preso num quarto com uma criança, um tarado, um assassino e o seu crush que quer matar sua família. Então fica em casa. Eu hein.