Marcelo estava sentado junto ao balcão, tomando uma cerveja. Estava na cidade a trabalho e se hospedara na casa de seu primo Daniel, e era este quem estava sentado ao seu lado. Estava em Fortaleza para acompanhar a construção de um edifício e ficaria no mínimo um ano na cidade, mas lógico que não pretendia ficar na casa do parente todo esse tempo. Viu quando três moças entraram no barzinho, conversando animadas. Eram todas bonitas, mas apenas uma lhe chamou a atenção. Era a menor das três, vestia calça jeans justa, o que evidenciava um bumbum redondo e arrebitado, os cabelos estavam presos num rabo de cavalo e uma leve maquiagem realçava a beleza de seu rosto.
- Quem são, Daniel?- perguntou ele, fazendo um gesto com a cabeça na direção delas.
- São do exército. - falou o primo.- Amanda, Rebeca e Evelin indo no sentido horário.
- São bem bonitas. Trabalha com elas?
- Elas são do interno, então acabo não tendo muito contato, mas as conheço daqui.
- Humm... poderia me apresentar a elas, não!?- propôs Marcelo sorrindo para elas.
- Qual delas será sua presa?-perguntou o outro rindo, torcendo para que não fosse Amanda.
- Gostei da Rebeca.
- Ah, não!
- Por que não?- perguntou Marcelo, curioso.
- Bom, dizem as mas línguas que ela é amante do tenente Drumond.
- Hum...amante?! Quer dizer que é solteira.- observou ele.- Mas ele é casado?
- É meio complicado. A mulher o tinha abandonado, nas agora voltou. Não sei ao certo.- respondeu Daniel, sentindo-se sem graça em falar da vida do amigo.Amanda sorriu para o homem sentado junto ao balcão.
- Meninas, olhem o gato que está conversando com o sargento Frias.- falou ela.
- Nossa!- exclamou Evelin se abanando.
Rebeca olhou no momento em que ele lhe cumprimentava comum leve acenar de cabeça. Sem querer sorriu.
- Bonito mesmo.-concordou ela. "Mas não se compara ao meu tenente" terminou em pensamento. - Vou lá buscar um martini, está demorando hoje.- disse ela se levantando.
- Pelo jeito vai encher a cara hoje, né! - gritou Amanda, rindo.
Rebeca riu. Estava mesmo precisando ficar de porre.
- Raul, vê um martini no capricho pra mim. - pediu ela ao barman.
- Pode deixar, Rebeca.- disse o moço sorrindo.
- Olá Rebeca.- cumprimentou Frias, aproximando-se.
Rebeca se virou e sorriu para o moço.
- Ah! Oi Daniel, não tinha te visto.- falou ela dando um beijinho no rosto dele.
- Meu amigo quer conhecê-la.- falou ele apontando para Marcelo,vque estava sentado atrás de Rebeca, esta se virou.
Rebeca olhou para o moço. Ele tinha os olhos verdes, os cabelos eram espessos e castanhos, a barba estava por fazer, dando um charme especial ao rosto bonito. Notou que ele a olhou de cima a baixo, como que a comendo com os olhos. Sentiu-se envergonhada ao mesmo tempo em que sentia uma sensação estranha percorrer sei corpo.
- Muito prazer, meu nome é Marcelo.- ele apresentou-se.
- Rebeca.- falou ela olhando para a mão que ele estendia. Apertou a mão e ele levou a sua aos lábios sem que ela esperasse. Puxou a mão com delicadeza.
- Aqui está, Rebeca.- falou o barman, colocando seu copo sobre o balcão.
- Obrigada.- gritou ela.- Até mais.- falou para os outros dois e voltou para a mesa com as amigas. Respirou fundo, pois sentia os olhos verdes a acompanhando.
- Você foi rápida, hein.- observou Evelin, maldosa.
- Não fale besteira.- ralhou Rebeca.- Só tenho olhos para meu tenente.- brincou ela sorvendo um gole da bebida.
- Porque você é uma tonta.- falou a outra rindo.- Vá saber se agora ele não está lá, com a mulher dele.
Rebeca fuzilou a amiga.
- Não, ele não está.- falou ela, não tão segura do que dizia.
- Estou brincando, sua boba.- falou Evelin, rindo.
- Hahahah.- falou Rebeca, tirando seu celular da bolsa. Não tinha nenhuma mensagem de Eric.
- Seu amigo está vindo em nossa direção, Rebeca.- falou Amanda, sorrindo.- Acho que conquistou mais um admirador.- terminou.
- Ele não é meu ami...
- Vamos dançar, Rebeca?- perguntou Marcelo.
Rebeca levantou a cabeça e ia dizer não, mas ao ver a mão estendida e o sorriso nos lábios dele, trocou de idéia. Que mal haveria? Eric nem se dignou a mandar uma mensagem sequer.
- Claro.- falou levantando-se.
Tocava um forrozinho gostoso e Marcelo a enlaçou pela cintura, trazendo-a para junto de seu corpo. Ele era tão alto quanto Eric, apenas um pouco mais magro, talvez. Dançaram uma, duas, três músicas. Rebeca percebeu que a cada música ele juntava mais o corpo ao dela, as mãos as vezes acariciando sua cintura. Ela sentiu-se incomodada, mas não teve coragem de afasta-lo dela. Na verdade estava até gostando, reconheceu ela xingando-se.
- Você é uma delícia, sabia.- sussurrou ele em seu ouvido.
- Acho melhor pararmos por aqui.- falou ela, empurrando-o, mas ele a segurou com mais firmeza.
- Não leve a mal, Rebeca.- pediu ele, fitando-a.- Eu a achei muito bonita.
- Obrigada Marcelo, nas guarde seus comentários para você mesmo. Agora me solte, por favor.- pediu ela sem desviar os olhos dos dele.
- Tudo bem. Mas você não está chateada comigo, está?- perguntou ele antes de solta-la.
- Não, só que não gosto desse tipo de conversa.- esclareceu ela.
- Me desculpe.- pediu ele, soltando-a.
- Que isso não volte a se repetir.- terminou ela, dando-lhe as costas e voltando para a mesa. Por que estava tão nervosa? perguntou-se. Afinal, fora só um elogio que ele lhe fizera e qualquer mulher ali ficaria explodindo de auto estima se recebessem um elogio de um homem bonito como ele. Dessa vez sentou-se de costas para o balcão.
- Nossa! O que aconteceu?- perguntou Amanda percebendo sua cara.
- Nada demais. Só não gostei de um comentário que ele fez.- respondeu, sorvendo um gole de sua bebida quente.
- Sinto muito em lhe dizer, mas ele está vindo de novo.- falou a amiga.
- Podemos nos sentar?- perguntou Daniel.
- Claro que sim.- respondeu Amanda mais que depressa, pois todos sabiam que ela é Daniel tinham um caso.
Rebeca não disse nada. Olhou se celular novamente. Nenhuma mensagem. Ele não viria mais. Permaneceu quieta a maior parte do tempo, só ouvindo as conversas.Eric chegou em casa um pouco mais tarde que de costume. Havia passado em um bar e tomado algumas cervejas e doses de uísque. Conversara com Rebeca no término de seus turnos e estava sentido por hoje não poder ir vê-la. Contara a ela da conversa que teria como Sofia e dissera que estava confiante que até o final do mês já estariam com os papéis do divórcio assinados. Ela porém ouviu calada e não se pronunciou quanto ao assunto, dizendo que hoje sairia com as amigas para comemorar o aniversário de Amanda. Ele não gostou da idéia, mas não disse nada. Ela era livre para fazer o que bem quisesse. Antes de ir, ela apenas disse que torcia para que Sofia não complicasse a situação e que se ele quisesse, poderia ir até sua casa mais tarde. Sofria quando pensava que, talvez nesse momento, alguém poderia estar flertando com ela. Não gostava de pensar nessa possibilidade. Rebeca era sua!
- Demorou.- falou Sofia recebendo-o com um sorriso.
Eric foi direto ao barzinho e pegou uma dose de uísque. Sentou-se no sofá, encarando a mulher. Sofia era muito bonita, ainda conservava os mesmos traços de seus vinte anos. Fora apaixonado por ela na juventude, tanto que se casaram muito jovens, ele com vinte e ela com dezoito anos. Mas hoje não sentia mais nada por ela, apenas um amor por ela ser a mãe de seu filho.
- O que tem a pedir, Sofia? Quais são as suas exigências para me dar o divórcio?- perguntou ele tomando num só gole o líquido que estava em seu copo. Levantou-se e tomou outra dose, completando o copo uma terceira vez. Viu Sofia se aproximar, os olhos cheios de luxúria. Ela estava com um robe de cetim, deixando a mostra o colo dos seios. Ela retirou o copo de sua mão e se abraçou a ele, tocando seus lábios devagar, vendo se ele não fugia.
Eric deixou que o beijasse, mas quando percebeu que o beijo se aprofundava, afastou-se. Não era isso o que queria!
- Não Sofia.- falou ele, a voz mole por causa das muitas doses de uísque que havia ingerido.
- Por quê?- perguntou ela deixando cair o robe, revelando seu corpo esbelto, coberto por uma lingerie preta.- Lembra-se? Essa é a sua cor preferida, de rendas, como você gosta. Não me acha mais atraente?- se aproximava enquanto falava.
- Você é muito bonita, Sofia. Não é por isso que quero me separar de você.- falou ele, fugindo.
- Então por que está fugindo de mim? Você me deseja ainda, senão não estaria inventando desculpas e nem fugindo.- falou ela abraçando-o pelas costas, os seios contra ele e as mãos acariciando se peito.
Eric fechou os olhos.
- Eu sei que ainda sente alguma coisa por mim, amor.
- Não Sofia.- resistiu ele, indo para seu quarto. Tirou suas roupas e foi tomar um banho. Sofia foi atrás dele, tirou suas roupas e foi para o banheiro. Ele estava com os braços apoiados na parede, a água escorrendo por suas costas. Abraçou-o por trás, uma das mãos envolvendo seu sexo.
Eric virou-se e a agarrou, beijando-a com ardor. Queria o divórcio sim, porque não a amava mais, nas descobriu que seu corpo ainda desejava aquela mulher. Fez sexo com ela com desespero, como nunca havia feito antes.Eric acordou sentindo o peso de uma perna enroscada nas suas e uma cabeça em seu ombro. Levou as duas mãos a cabeça.
- Bom dia, amor.- falou Sofia, sorrindo.
Eric pulou da cama.
- Sofia, isso não quer dizer que desisti...
- E nem eu desisti de você.- falou ela, interrompendo-o.- Eu o amo e ontem você demonstrou o quanto me deseja ainda. O fato de você estar transando com uma vagabunda qualquer não vai me fazer desistir de você. Não vai ser uma vadia qualquer que vai roubar meu marido. Eu não vou te dar o divórcio, até pensei nessa possibilidade, mas depois de ter me amado com tanta intensidade, não vai dar.- terminou ela saindo logo em seguida.
Eric mordeu o dedo polegar. Rebeca! Ela iria odia-lo o resto da vida. Pegou seu celular e mandou uma mensagem.Rebeca acordou com o barulho do celular. Agora pouco que conseguira pegar no sono, pois esperara que Eric apareceria. Mas ele não veio! Olhou a mensagem." Bom dia, minha pequena. Me desculpe nas peguei no sono. Não vejo a hora de vê-la. Beijos!!"
Ela não respondeu. Seu coração dizia que não era esse o motivo dele não ter vindo. Desligou o celular. Não queria saber dele hoje.
Uma hora depois seu interfone tocava insistentemente. Não atendeu.
- Rebeca? Eu sei que você está aí.- ouviu ele gritar. O que ele estava pensando? Que iria fazer escândalo em sua porta? Atrevido!
Pegou o interfone e falou:
- Vai embora, Eric.
- Não. Quero vê-la.
- Por favor, Eric, não insista. Não quero explicações. O que acontece em sua casa é problema seu, afinal não sou mais do que um caso pra você. Agora vai embora.- falou firmemente e desligou, depois chorou. Chorou muito.
Eric bateu com os punhos no muro. Não ia perde-la!
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Indiscutivelmente, Amor!!( Concluído)
Lãng mạn- Pare de falar besteiras, pequena. - Não sou mais a sua pequena. - Você sempre será minha pequena! Um homem casado, uma colega de trabalho e um amor capaz de superar uma traição. Assim é a história de Eric e Rebeca.