- Isso são horas, Rebeca?- repreendeu-a a mãe, que estava sentada à mesa com Ricardo, tomando o café da manhã.
- A noite rendeu, ne maninha?!- provocou o irmão.
Rebeca fez uma careta para o irmão. Sentou- se, estava faminta.
- Isso porque ela não queria conhecer nenhum viúvo, mamãe. - continuou Ricardo.
Rebeca engasgou com o pedaço de pão que tinha na boca, ao ouvir o que o irmão dizia.
- O que?- perguntou incrédula.
- Conheceu ele, filha? Mas já passou a noite com ele?- preocupou-se a mãe.
- Mamãe! - falou ela ficando vermelha.- Olha o que você faz, Ricardo.
- Só falei a verdade.- defendeu-se o irmão.
- Engraçadinho. - falou ela, sorrindo. A vida inteira o irmão a colocava em situação constrangedora com a mãe.
- Mas então, filha?
- Mamãe, eu já o conhecia, trabalhamos juntos em Fortaleza.
- Só trabalharam? - ironizou o irmão de novo.
- Pare Ricardo. - falou ela.
- Ricardo deixe sua irmã. - ralhou a mãe. - Mas você conheceu a mulher dele então?
- Deve estar havendo algum engano. Eric não é viúvo.
- Lógico que é. - falou o irmão.
Rebeca sentiu o queixo tremer, sentindo as lágrimas subirem-lhe aos olhos. Prensou os lábios para que elas não caíssem.
- O que foi, Rebeca?- perguntou o irmão percebendo sua mudança.
- Sofia...ela...ela...como?- estava sem saber o que falar.
- No parto de Helena.- respondeu o irmão.
Rebeca enxugou as lágrimas que escorreram ao pensar em Pedro.
- Filha?- a mãe se sentou ao seu lado.- O que está acontecendo? Você era amiga dela?
- Não, mamãe. - respondeu ela mordendo o lábio inferior. - Eu tive um relacionamento com Eric antes de Marcelo.
- Você foi amante dele, Rebeca? - apavorou-se a mãe.
- Não! Quer dizer...ele estava separado, mãe. Eu me apaixonei por ele.- estava na hora de dizer o por que do desmanche de seu noivado.
- Ta explicado porque o noivado relâmpago com Marcelo.- falou Ricardo.
- Você largou de seu noivo para ficar com Eric? Por isso sua vinda pra cá. - a mãe quase gritava.
- Pare com isso os dois.- gritou Rebeca.- Eu não sabia que Eric estava aqui. E sim, meu noivado com Marcelo foi pra ver se eu conseguia esquecer o Eric.- continuou ela, se levantando. Tinha perdido o apetite. - Estão satisfeitos? Eu o amo, sim mamãe, passei a noite com ele e vou passar quantas vezes isso me fizer feliz.- completou e saiu da mesa indo para seu quarto.
Por que Eric não lhe dissera nada? Será que poderia acreditar que entre eles ainda haveria uma chance? E se isso fosse um sinal de que só fora uma noite, afinal havia uma pessoa na vida dele. Pegou o celular e viu que tinha uma mensagem. Eric!
" Bom dia, pequena! Já estou com saudade. Temos que conversar. A vejo hoje noite?" Ela sorriu enquanto lia.
" Claro que sim. Te espero no The Lord's Pub às 19:00 horas. Saudades, beijos. "
Rebeca deitou-se na cama com o celular nas mãos. Ele não a tinha esquecido. Ele a amava! Levantou-se e foi tomar um banho.
Maria entrou no banco às 14:30 com Helena nos braços. Precisava resolver um problema em sua conta.
Rebeca olhou o celular, 14:30. Ainda havia duas pessoas na sua frente para serem atendidas, já estava impaciente, pois já tinha uma hora que esperava, só ficaria porque tinha que resolver a transferência de sua conta. Viu a mulher chegar e sentar-se a seu lado. Rebeca sorriu ao ver a criança no colo da senhora.
- Que bonequinha mais linda.- falou ela, pegando a mãozinha da menina.- Como ela se chama?
- Helena.- respondeu Maria olhando a moça. Teve a impressão de conhecê -la de algum lugar.
- Bonito nome.
- Eu a conheço de algum lugar.- falou a mulher.
Rebeca olhou o celular, mensagem de Eric. "Combinado, beijos." ela sorriu para a mulher.
- Bom, eu fiquei um tempo fora da cidade, mas pode ser, sou do exército.
Maria sorriu.
- Claro! Eu a vejo todos os dias. Você é bem mais bonita pessoalmente.
Rebeca olhou para a mulher com as sobrancelhas erguidas.
- Rebeca seu nome, não é?
- Sim.- respondeu desconfiada.
- Meu patrão tem uma foto sua em casa.
- Quem é seu patrão? - perguntou suspendendo a respiração.
- O capitão Drumond.
Rebeca sentiu o coração acelerar. Aquela era a filha de Eric! Olhou para a criança. Claro! Era parecida com ele, mais do que Pedro. Ficou sem saber o que dizer. Desviou os olhos para a entrada do Banco. Percebeu uma movimentação estranha, enquanto um homem passavam pela porta giratória e ia conversar com o segurança e logo outros dois entravam. Pegou o celular. " Eric, estou no banco. Tem uns homens aqui, atitude suspeita." digitou ela e enviou a mensagem. " Vai haver um assalto." conseguiu escrever. Olhou para a mulher com a filha de Eric nos braços.
- Senhora, saia do Banco.- falou ela devagar e baixo. - Vai embora.
A mulher olhou para ela, assustada.
- Mas eu...
- Por favor, saia daqui.- mandou ela por entre os dentes. Não podia correr o risco de acontecer alguma coisa com a filha do homem que amava. Pegou o celular, mensagem de Eric. " Que banco você está? "
Não deu tempo de responder, pois os homens anunciaram o assalto. Olhou para a mulher a seu lado.
- Todos para o chão, celulares nas mãos. - gritou um dos homens, enquanto o outro passava recolhendo os aparelhos.
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Indiscutivelmente, Amor!!( Concluído)
Romance- Pare de falar besteiras, pequena. - Não sou mais a sua pequena. - Você sempre será minha pequena! Um homem casado, uma colega de trabalho e um amor capaz de superar uma traição. Assim é a história de Eric e Rebeca.