Disappointment

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Depois do nosso piquenique Will me levou até o cinema. Ele queria ver um filme de terror, mas eu não aceitei, odiava filmes de terror profundamente e o obriguei a comprar os ingressos pra um filme romântico. Eu já tinha visto o filme antes, duas vezes. Uma com Dylan e outra com meus amigos, mas o filme era tão perfeito que eu não pude evitar. 

_Não acredito que vou assistir esse filme ridículo de novo_ ele bufou inconformado enquanto pagava pela pipoca e as porcarias que comeríamos durante o filme.

_Não fala assim, o filme é perfeito_ eu disse sorridente.

_É meloso, e não tem nenhuma morte. Qual a graça disso?_ ele revirou os olhos. 

_Você por acaso tem alguma coisa contra o amor senhor Green?_ eu perguntei_ é um sentimento tão lindo. 

O sorriso dele sumiu de repente e me perguntei se tinha falado alguma coisa errada, mas eu acho que sabia o que era. Will era o único da turma que não tinha namorada. Sempre fazíamos programas de casais e ele ficava sozinho, excluído. Às vezes eu o arrastava comigo, mas percebia que ele não ficava a vontade. Eu na verdade nunca o vira com nenhuma garota. A ultima fora há uns dois anos atrás e não durou muito. Eu me perguntava se ele não tinha uma paixão secreta. Se era esse o motivo de ele ficar chateado quando eu falava de amor. Mas era improvável, se ele estivesse apaixonado ele diria pra mim. Nós não tínhamos segredos um com o outro. 

_Vamos assistir logo isso_ ele falou_ mas da próxima vez que formos ao cinema eu escolho o filme. Só se safou hoje porque é seu aniversário. 

_Desmancha essa cara, da próxima vez eu assisto o filme de terror, eu prometo. Mas hoje é meu dia_ sorri.

_Tudo bem, tudo bem_ ele forçou um sorriso e eu cai na gargalhada.

Eu nunca conseguia parar de sorrir quando eu estava com ele. Às vezes era irritante, ninguém me fazia tão bem quanto ele. Eu sei que é meio estranho, mas ele é o melhor amigo que alguém podia ter. 

William Narrando

Graças a Eva eu fui obrigado a assistir aquele filme meloso pela terceira vez. Mas valia a pena, valia pra vê-la feliz, e eu nunca havia a visto sorrir tanto num único dia. Era o aniversário dela, mas aquele dia era um presente pra mim. 

Quando o filme finalmente acabou, ainda demos um passeio pelo shopping e comprei um sorvete de morango pra ela. Eu comprava pra ela toda vez que saímos juntos. Nunca podia esquecer o sorvete de morango da madame.

_Obrigada Will, foi incrível_ ela sorriu me abraçando enquanto lambia o sorvete. 

_Que bom que gostou_ eu sorri pra ela_ mas agora vamos pra casa. Ainda temos um eclipse pra ver e deixamos o pessoal sozinho em casa.

_Verdade_ ela fez careta_ eles devem ter destruído minha casa. 

Nós fomos até o carro, mas antes que eu começasse a dirigir pude perceber ela um pouco nervosa olhando pro relógio de pulso. Ela até tentou disfarçar, mas eu sempre sabia quando tinha algo errado. 

_Qual o problema Eva?_ perguntei.

_Você vai ficar chateado comigo se eu disser_ ela respondeu preocupada.

_Eu não vou ficar chateado com você pequena_ eu garanti acariciando seu rosto_ isso é impossível. Pode me dizer qualquer coisa, sabe disso.

_Tudo bem_ ela respirou fundo_ é que eu não quero que me leve pra casa.

_Aonde você quer ir?_ perguntei, talvez eu tivesse esquecido de levá-la a algum lugar especial_ eu levo você.

_Quero ver o Dylan_ ela sussurrou. 

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