Sorry

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Décimo Dia – 15:00 da Tarde

Era o décimo dia. Me peguei de repente lembrando do que vimos escrito na parede da biblioteca naquele primeiro dia. "Dez dias, Vocês serão os próximos". Fazia uns dois dias que ao víamos Samara, nem nada de estranho, será que havia acabado? Eu duvidava muito disso. Eu estava sozinha no quarto da casa olhando as coisas, passando o tempo. Não tínhamos muita coisa pra fazer então o combinado era apenas sobreviver ao dia de hoje. Era mais difícil do que parecia. 

De repente ouvi a porta do quarto se fechar sozinha. Olhei em volta procurando alguém... Nada.

_Will?_ chamei baixo_ é você?

Ninguém me respondeu, mas fiquei numa boa. Devia ser o vento. 

Estava olhando uns porta retratos, pensando na minha mãe e no meu pai. Onde estariam todas aquelas pessoas que sumiram. Foi ai que ouvi passos atrás de mim. Me virei às pressas, mas não havia ninguém. 

_Quem ta ai?_ perguntei_ isso não tem graça. 

Nada de responderem, me virei querendo sair do quarto e me juntar aos outros e meu coração quase saiu pela boca quando vi Samara parada bem ali, sentada na poltrona do quarto, sorrindo... Linda e assustadora.

_Samara_ sussurrei, a respiração falha.

_Parece que descobriu meu nome_ ela sorriu. 

_O que você quer comigo?_ perguntei_ porque fez todos desaparecerem. Porque nós
escolheu ?

Eu não acreditava que estava mesmo conversando com uma... Morta, mas eu precisava saber por que, talvez assim tivesse um jeito de acabar com tudo isso e ela parou de sorrir, ficando de repente séria, mas não com raiva e sim triste. 

_É porque nós éramos como eles? Quer dizer, cinco meninos, cinco meninas. Como as pessoas que te fizeram aquilo?_ questionei_ somos diferentes deles, nunca faríamos isso.

_Não é por eles_ ela disse_ é por você Eva.

_Eu... Eu não entendo_ disse nervosa, era cada vez mais difícil respirar.

_Sabe a sua casa?_ ela disse_ eu morei lá, quando ainda era uma menina, eu fui feliz lá. Mas ai nos mudamos para aquela maldita casa e tudo mudou, nunca mais foi a mesma coisa.

_E o que eu tenho haver com isso?_ questionei.

_Tem que você roubou minha vida... Aquilo tudo era pra ter sido meu_ respondeu agora zangada_ você e seus amigos idiotas tem a vida que devia ser minha e se eu não posso tê-la, vocês também não podem.

_Não pode julgar a culpa do que lhe aconteceu em mim.

_Ah eu posso. Tiraram a minha vida sem se importar_ deu de ombros_ porque eu deveria me importar com você?

Ela não estava mesmo disposta a negociar. De repente Samara se transformou, deixando de ser a menininha assustada e virando a garota de dezoito anos que morrera no dia vinte de agosto de 1911. Ela era tão linda. Era uma pena o que lhe acontecera. 

_Escuta Samara, não precisa ser assim_ eu disse_ meus amigos e eu não temos nada haver com isso e sentimos de verdade pelo que te aconteceu, mas só que nos matar não vai mudar nada. Não vai trazer sua vida de volta. 

_Você acha que eles se importam com você não é?_ sorriu_ é por isso que tem medo de morrer. Porque não quer deixá-los, mas esta errada. Eles não se importam e vão arrumar um jeito de viver sem você.

_O que?_ eu congelei.

_Eles não te amam_ ela murmurou_ você é descartável. Você morre e eles arrumam alguém pra por em seu lugar.

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