Amar é para quem tem coragem

42 7 5
                                    

Estávamos naquele clima gostoso, quando a paz foi quebrada pelo toque do celular dela.

-Oi Flavinha! Hum, sei, tá bom!
Chego daqui a pouco. Ainda estou no meu horário de almoço. (falou de olhos fechados, se aninhando mais perto de mim) -Tá bom amiga. Até já. (Desligou)

-Amor tenho que ir. Que sacríficio sair daqui! Mas se eu não levantar agora, acabo perdendo a hora. Vamos?

-Essa Flávinha trabalha com você Rafa?(Perguntei)

-Sim, trabalhamos juntas a uns 3 anos. Ela que estava de olho em você no samba. lembra? Até cheguei a comentar. Mas ela percebeu nossos olhares e passou a olhar pro Marcello.
E o Marcello pra ela.

Levantamos e Rafaella foi se arrumar.

No trajeto até seu trabalho, fomos conversando e parecia que já nos conhecíamos a anos. Éramos muito diferentes, mas estávamos apaixonadas até pelas nossas diferenças.

Meia hora depois, a deixei em frente ao Hospital. Prometendo ir busca-la pela manhã quando acabasse seu plantão.
Nos despedimos e fui embora.
Passei direto pra casa de minha Yá que já havia me mandado dezenas de mensagens.

Cheguei na casa de Yá Roberta e já fui entrando.
Ela estava no quarto deitada, assistindo um filme.

-Até que enfim né Ekedjí? Que sacrifício falar com você! (falou ela indicando um lugar na cama pra eu deitar)

-Ai Yá, ainda estou cansada depois dessa festança toda.(falei já me deitando em sua cama, tinhamos intimidade para isso)

-E aí, me conta! Como foi o encontro? (Deu uma risada alta)
-Ué! Como a senhora sabe?(sentei na cama de susto)

-Conversamos muito durante o tempo em que você estava ocupada arrumando as roupas no barracão.
Mandei você ir de propósito (Agora rindo como quem aprontasse) Ela é um charme né?
Falou que ia te convidar para tomar sorvete. Como foi? (curiosa)

Fui contar toda a história pra Yá.
Tudo o que tinha acontecido. Afinal ela já sabia de quase tudo mesmo.

Conversamos a tarde toda. Yá Roberta me falou que ela era uma otima moça e que já a conhecia um pouco. Me aconselhou a seguir nosso trato e me desejou sorte. Falou que estava feliz e que eu tinha feito o certo ao dispensar a garota que queria encontrar comigo.

Ao final da tarde, saímos para o mercado. Aproveitei a viagem e passei numa loja de cds e comprei o presente da Jéss.

A deixei em casa e fui para minha.
Estava muito cansada, e queria dormir cedo.
Cheguei em casa e Jéss já havia ido embora. A casa toda arrumada, mingau dormindo no sofá. Tomei um banho quentinho. peguei um copo de suco e fui pro quarto.

Olhei no rélogio ainda era cedo 20:30pm resolvi que ainda era muito cedo para dormir.

Levantei, pus um shorts, uma camiseta e fui na casa de Martinha. Ao chegar ela estava fazendo um café. Sentamos juntas na varanda do quintal da casa dela tomando café e a chamei para irmos na cachoeira na manhã seguinte. Ela aceitou o convite e fiquei de pega-la assim que voltasse com Rafaella. Ela ficou curiosa para saber quem era.
Mas apenas falei que seria surpresa. Nos despedimos e fui pra casa. Eram 22:40pm.

Cheguei em casa e fiquei trocando mensagens com Rafa, até dormir.
Acreditem. Para quem tinha uma vida sexual ativa, aquilo era um tormento. Mas até então, eu estava adorando aquela paz.

Marquei de encontrar Rafa as 07:00hr da manhã. Quando acabasse o plantão dela. Iriamos a sua casa, pegar roupa de banho pra ela, depois passaríamos e pegariamos Martinha. E seguiríamos para a cachoeira que ficava á mais ou menos 40 minutos da minha casa.
Tudo combinado.

Adormeci sentindo apenas o ronronar de Mingau deitada na cama comigo. E eu com aquele sorriso bobo na cara.

Custei a ouvir o bip do despertador as 06:00am.

Era maldade aquilo.
Ainda mais para mim que era praticamente uma criatura noturna.

Sentei na cama e fui desfrutar dos meus 5 minutos antes de acordar de fato.
Lembrei que teria de ir encontrar Rafaella. E queria aproveitar ao máximo aquele dia ao lado dela, afinal logo logo ia voltar a minha rotina normal de trabalho.

Levantei e já fui direto pro banheiro.
Saí do banho, me arrumei de forma bem simples. Apenas com um shorts bege claro, uma camiseta de mangas curtas azul marinho, uma sandália de praia.
Na mochila toalha, case com óculos de sol, protetor solar, claro! Perfume, hidratante e pente!
Coloquei o presente da Jéss em cima da mesa com um bilhete. *APROVEITE* ponha comidinha pra filhinha metida.
E saí.

Às 06:50am parei em frente ao trabalho dela.
Como cheguei um pouco mais cedo
Fui a uma padaria que ficava na esquina, louca por um café.
E já estava na fila para pagar, quando a avistei sair no portão principal, junto com sua amiga Flávia.
Se despediram com dois beijinhos no rosto e ela seguiu em direção ao meu carro.
Estava com um frescor na pele.
Nem parecia que tinha passado
a noite inteira acordada.

Ao me encontrar, foi logo falando:

-Oh amor, me dá um abraço... Que saudade de você".

-Que abraço gostoso! Que neném mais carente esse meu! (Eu sei é piegas! Eu sei! Mas que atire a primeira pedra quem nunca encheu o seu amor de apelidos carinhosos)

-Está muito cansada? Quer desistir de sair? (perguntei)
-Cansada estou sim, na verdade mais chateada que cansada. Nessa madrugada, faleceu um dos velhinhos que estava internado. Ele era tão bonzinho! Eu sei que isso não devia me abalar. Mas sou um ser humano, né?
Estou um pouco cansada, mas de forma alguma vou deixar de passar minha folga com você. Quero  aproveitar esse tempo juntas, até porque nosso fim de semana será um pouco distante. Ambas vão trabalhar.
Vamos na minha casa?
Temos de ir separadas, porque eu vim de carro. Você me segue até em casa, te apresento minhas gracinhas e saimos, pode ser?(como sempre ela falando e eu babando)

-Claro amor. (PRIMEIRA VEZ QUE TIVE CORAGEM DE CHAMA-LA DE AMOR. UHUUUULLLL!)

Fui seguindo o seu carro, até chegarmos naquela simpática rua no bairro Antônio Bezerra.
Para quem não conhece Fortaleza. As ruas de quase todos os bairros são bem planas, retas e as do bairro dela não era diferente das demais.

Parei, em frente a sua casa.
Ela abriu o portão e já foi pondo o carro dela na garagem que ficava do lado lateral a casa.

Depois veio e abriu a porta do lado, pegou minha mão, e falou me olhando nos olhos.

-Hey, não precisa ficar envergonhada tá? Minha mãe e meu pai ja sabem que você vem aqui. Desculpa, mas pros meus avós você é só uma amiga. Você entende né? São de outra geração. Mas não se preocupe, eles tratam muito bem quem eu chamo de amigo!
Minha mãe está ansiosa para te conhecer. O nome dela é Taís e meu pai é Otávio.
Vamos entrar? (falou rindo, tentando me tranquilizar)

Naquele momento eu estava muito nervosa. Afinal eu tinha envolvimento apenas com as mulheres, Nunca com as famílias delas.
Então a segui, temendo cometer alguma gafe. Sei la.
Ela abriu o portão de acesso a casa, abriu a porta e entramos. Como já havia mencionado, a casa era realmente grande.
A sala era dividida em dois espaços. Um de entrada da porta principal e outra parte era a sala de estar, muito bem decorada.
Havia uma escada que dava acesso aos quartos de cima e após a sala vinha a cozinha e a porta do banheiro social. Além de outras portas que eram dos quartos dos avós. Rafaella pegou minha mão, notando meu nervosismo.

-Hey amor! Tá tudo bem! Vamos?
Mãe! Cheguei! (anunciou a sua chegada) tem café nessa casa para duas famintas?(falou alegremente)

-Oi filha! Venha para varanda...Claro que tem! E fiz pão de queijo que você adora. (Uma voz gostosa de mãe veio da varanda da parte da cozinha)sua amiga Clara veio com você?

Gelei!
Segui Rafaella até a parte da varanda. E para a minha surpresa. Todos da casa estavam sentados a mesa. Tomando café da manhã. Seus pais, seus avós e avôs e seu irmão.






Até depois do fimOnde histórias criam vida. Descubra agora