Que o bem nos proteja

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-Olá, bom dia a todos (sorri não de simpatia. Mas de puro nervosismo, confesso)

-Olá, bom dia! Você deve ser a Clara! Muito bem vinda.(Dona Taís se levantou da mesa e veio me cumprimentar, e em seguida seu simpático marido sr. Otávio pai da Rafa)

-Bem vinda, Clara bom dia! Aceita um pão de queijo? Acabamos de pôr na mesa.(falou Otávio Jr. O irmão) me cedendo o seu lugar. Ele era um rapaz muito bonito, e educado. Rafaella era a cópia fiel do irmão)

Em uma enorme mesa estava todos os velhinhos da casa, e todos fizeram questão de me cumprimentar.
A varanda era imensa, seguida de um quintal com algumas árvores frutíferas.

Dona Taís fez questão de me servir uma xícara de café quente, com leite.

E Sr. Otávio já foi logo me perguntando para qual time eu torcia. Se eu era Fortaleza ou Ceará.
Todos se olharam entre sí e eu meio temendo em ser expulsa da casa se falasse o time contrário.
Mas todos agora olhavam para mim, inclusive Rafaella rindo.

-Bom, Torço para o Fortaleza. (Falei com cara de quem poderia apanhar)

A gritaria foi geral! Até os velhinhos se agitaram!

Isso aí! Já somos amigos! Melhor time!

O pai do sr. Otávio se levantou da cadeira e começou a beijar minha cabeça.

Rafaella e dona Taís só olhavam de longe rindo muito.

Otávio Jr. Veio perto de mim e falou:

-Já ganhou metade do coração das crianças...boa sorte e seja bem vinda.(piscando o olho)

Dona Taís que assistia a tudo de longe sorriu pra mim.

Ficamos falando alguns minutos sobre futebol e jogos de Dominó.
Prometi pro sr. Francisco em leva-lo ao estádio do Castelão no final do campeonato Cearense. Apesar de bem idoso, ele era bem durão e muito, extremamente simpático e carinhoso.
Foi amor a primeira vista.

As velhinhas eram melhores amigas uma da outra...o tempo inteiro juntas.

O pai de Rafaella era muito alegre. Aquele tipo que conta piada de tudo.

Rafaella desceu já banhada. Avisou aos pais que íamos para a cachoeira. E dona Taís preocupada com a sua princesa recomendou que eu não a deixasse nadar sozinha, pois ela não sabia nadar direito.

Caimos na risada, eu e todos os velhinhos.

Naquela casa havia paz, me senti muito bem junto a eles.
Estava me despedindo de todos quando sr. Francisco me trouxe um presente. Um chaveiro do time Fortaleza. Aquele gesto foi tão bonitinho que senti que havia ganhado um amigo.
Sr. Otávio e dona Taís só sorriam do outro lado da mesa.

Já no carro, Rafa rindo me falou:
-Amor desculpa! Eu havia me esquecido de mencionar o quanto meus avós são fánaticos por futebol e sobretudo o time do Fortaleza.
Meu avô Francisco sempre foi doidinho por esse time.
Mas você torce pro Fortaleza ou foi pura sorte?(ela me perguntou meio intrigada)

-Abra o porta luvas e veja por sí só. (Falei rindo)

Ela abriu e tinha uma bandeirinha do Fortaleza que eu sempre colocava em dias de Clássicos.

-Não sou fanática tipo eles. Mas sempre que posso vou aos jogos com o pessoal do trabalho. (falei rindo da sorte que eu tive)

Ela me olhou e falou sorrindo, com um semblante tão tranquilo.

-Você é uma caixinha de surpresas amor. Jamais pensei que você ia cair nas graças do mais durão dos meus avós.

Ela me olhou de uma forma tão carinhosa, que me fez pensar:
"Onde você estava, enquanto as erradas me encontravam?"

A vida tem dessas coisas.
Nos dá amores passageiros, e eles nos servem de pontes. Para que possamos encontrar a pessoa certa.
MAKTUB
ESTAVA ESCRITO.

Estavámos conversando animadas durante o trajeto até minha casa. E íamos passar na casa da Martinha para búsca-la.
Quando o celular toca e era a própria falando que não podia ir conosco porque o cano da pia estourou, e ela tinha chamado um rapaz para consertar, mas que ele ainda não havia chegado, então que nos duas fossemos sozinhas.

Não achei ruim. Confesso.

Teria a companhia dela só para mim.
Decidimos então ir para um lugar chamado "Balnéario das Andrêas" que fica em uma pequena cidade chamada Pacatuba, próximo a Maracanaú, região metropolitana de Fortaleza.

Pacatuba era aquela típica cidadezinha do interior. Tinha muito verde e um clima agradável, onde muitos turistas iam em busca de banhar-se nas suas cachoeiras, uma delas conhecida como: "Andrêas"...popularmente chamada de "bica".

E como era uma reserva ambiental, tinha toda uma infraestrutura na entrada.
Alguns restaurantes, segurança, estacionamento e etc.

Chegamos por volta de 11:00am. O dia estava lindo, ensolarado e apesar de ser uma terça-feira tinha um certo fluxo de pessoas, na maioria turistas.

Estacionamos e fomos procurar um restaurante mais próximo possível da água. O que não foi díficil de achar.

Escolhemos um e entramos.
Uma moça veio nos atender.
Pedi o cardápio e uma água com gelo e limão. Ficamos admiradas com tanto verde em volta.
Rafaella estava cansada, mas super animada.
A garçonete veio trazer a água e o cardápio.

Escolhemos juntas um peixe frito, que vinha com várias guarnições.
Inclusive aipim frito, que eu adoro.

Fizemos o pedido e Rafaella me chamou para irmos nos refrescar em uma das piscinas naturais até saír o almoço.

Aceitei...lógico.

Ela começou a tirar a roupa.
Eu sabia que ela tinha tatuagens, mas nunca que eram tão lindas e tão vívidas na sua pele branca.

Ao ficar apenas de bíquini, quase não pude conter a vontade de agarra-la e beija-la alí mesmo.

Mas hey! Calma Clara...não é assim!

Ela era linda mesmo. Tinha uma tatuagem de uma fênix colorida que vinha do seu ombro direito, até as costelas do lado esquerdo. Enorme, mas muito vívida e perfeitamente desenhada.

Além de uma frase em latim. "Carpe diem, quam minimun credula postero" que significa: "aproveite o dia hoje, e confie o mínimo possível no amanhã".

Fiquei admirando aquela mulher esquecendo todo o resto.

-Hey amor, vem!
(Ela falou ja mexendo no meu cabelo) tira essa roupa! Tá quente!

Tirei a camiseta e fiquei apenas de short.
Ela foi na minha frente e eu pude ver os detalhes das tatuagens. E do corpo dela.

Corpo esbelto, bíquini branco.
E eu só pensava em:
"Se controla Clara, se controla. Não estraga tudo agora!".

Entramos na água, estava uma delicia.
Rafaella me puxou e ficou agarrada em mim.
E eu pensando " MEU DEUS, QUE TORTURA" sentei em uma pedra. -Ela veio e sentou na minha frente, Me provocando.
Comecei a beijar seu pescoço longe dos olhares das poucas pessoas que estavam alí naquele momento.
Ela apertou minha coxa com força e, cheia de desejo, sussurrou, quase gemendo:
- Não faz isso! Se não vamos perder a cabeça aqui mesmo.
Ainda de olhos fechados, se soltou de mim e voltou a nadar.

Sentia ondas de calor, mesmo estando dentro d'água.
Desejava aquela mulher mais que tudo!

Porém, ainda faltava muito tempo para cumprir o nosso "Trato" e honrar minha promessa.

Porém Rafaella, não tinha a mínima intenção de parar de me provocar.

Até depois do fimOnde histórias criam vida. Descubra agora