Até depois do fim

Surpresa boa é aquela que a gente não esquece

 

DUAS SEMANA DEPOIS

As semanas passaram muito rápido.

Eu e Rafa agora, estavámos quase sem tempo de nos ver e já havia passado um mês desde a nossa "PROVA DE FOGO".

Ela estava de em uma cidade no interior do estado e eu na capital.

A casa de santo estava em função, devido os novos adeptos.
E praticamente o tempo livre que eu tinha, era pra ficar no Ilê e eu já não aguentava mais.

Queria minha casa, minha cama, e se possivel a minha mulher.

Nem acreditei quando fez um mês de abstinência.
Mas, estava díficil aguentar. Confesso.
Não via a hora daquela tortura acabar.

Estava na cozinha do Ilê, quando ouvi um bip no meu celular.

MENSAGEM DE RAFAELLA
-Oi amor! Estamos nos arrumando para pegar a estrada de volta para casa.
Devo chegar durante a madrugada.
Vamos dá um churrasco na casa da praia do futuro no Domingo.
Vai está de folga né?
Você não pode faltar. Vai ser o aniversário do seu amigo vovô Francisco, então, nem pense em faltar.
Te aviso quando chegar em casa.
Tô morrendo de saudade.

-Oi amor! Dirija com cuidado e olho na estrada.
A função aqui na casa de santo termina amanhã. Então provavelmente irei para minha casa assim que acabar.
Nos vemos no Domingo então?
E mande o endereço dessa casa na praia do futuro, porque eu nem sabia que existia.

Fiquei pensando por um tempo, e analisando direito, eu conhecia bem pouco sobre a família de Rafaella.
Apenas que eram de classe média.
Mas não sabia que tinham sítio, casa de praia, e agora estava meio apreensiva pois certamente íria conhecer outra parte da família.

Não sabia se estava confortável com aquela situação. Estava me sentindo pouco para ela.
Tentei desviar aquele pensamento.

Conversamos um pouco por mensagem e depois voltei as minhas tarefas que ainda estavam longe de acabar...

Na madrugada ela me mandou mensagem dizendo que já havia chegado. Mas que ao amanhecer iria para a tal casa, na praia do futuro ajudar a mãe com os preparativos para o aniversário do avô.

Eu estava tão cansada que só respondi e larguei o celular no canto.
Duas semanas de função na casa de santo.
Trabalhando a noite.
Sem sexo.
Sem bebida.
Sem Rafaella.
Era demais pra mim.
Adormeci na cadeira mesmo.

Yá Roberta acordou com a corda toda na manhã do Sabádo.
Já agilizou tudo o que tinha pra fazer, e no fim da tarde, enfim, nos liberou para irmos para casa.

Todos os filhos de santo estavam exaustos. Andavámos iguais zumbis.
Lembro-me apenas de chegar em casa, tomar um banho e deitar.
Eram mais ou menos 19:00hs.

Por volta de 00:20hs acordei, com muita sede.
Fui até a cozinha, peguei uma caixinha de suco da geladeira e bebi na bico mesmo.

Rafaella tinha mandado mil mensagens e tinha ligado várias vezes.
A última só falava o endereço (repentindo umas 5 vezes)
E que o churrasco íria começar as 11:00hs da manhã.

Respondi a mensagem explicando que eu havia dormido de tanto cansaço. E que ela não se preocupasse que eu estaria lá, e já havia comprado o presente do seu avô.
Falei que voltaria a dormir.

E realmente o fiz.
Deitei na cama e capotei.

ALGUMAS HORAS DEPOIS

Abri os olhos e já estava claro.
Nem parecia que havia dormido 8 horas initerruptas.

Havia um silêncio em casa.
Aos Domingos Jéss quase não aparecia.

Mingau estava dormindo do meu lado, acordei ela com beijinhos de saudade.
-Miau! (Reclamando por tê-la acordado)

Estava ainda muito cansada, além de um misto de ansiedade, saudade e realmente apreensiva. Não conhecia a casa, os amigos da família, e nem sabia quem estaria alí.

Mas, não perderia o aniversário de meu amigo por nada, além de matar a saudade do meu amor, que não nos víamos a quase duas semanas.

Sentei na cama, e tentei visualizar uma roupa.
Escolhi uma bermuda jeans branca, uma camiseta azul royal, e uma sandália de couro escuro.

Escolhida a roupa. fui para a sala, coloquei uma música animada e tentei fazer algo que parecia um sanduiche. Estava longe de ser, mas serviu para aplacar a fome.

Sentei calmamente, saboreando meu lanchinho feio, porém delicioso. Quando resolvi ligar para Rafa.

-Bom dia meu amor!
Que saudade de você. Tá tudo bem?- perguntei

-Oi amor, bom dia. Também tô com saudade cabeção.
Tá tudo bem sim, estava deixando você dormir mais um pouco, para poder começar a te ligar.
Acordeu cedo porquê?!-Rafa falou com uma voz de quem tinha acabado de acordar.

-Acordei cedo porque estava com fome. (rimos juntas) -Você acabou de acordar também né passarinho?

-Passarinho? (Deu uma risada alta)
-Ai amor só você pra me por um apelido desses.
É tão bom acordar e ouvir sua voz sabia? Vem logo pra cá! Não demora não.
(Falou com aquela voz de preguiça)

-Tá bom amor, vou me ajeitar e ir.
Mas acho que chego por volta de 11:00hs mesmo ok?

-Tá né? Vou aproveitar e levantar logo. Minha mãe deve está super atrapalhada na cozinha. Até daqui a pouco amor.

-Até daqui a pouco tudão.(*apelidinhos piegas. Prometo não falar os outros ok? Rs)

Desliguei e voltei a comer. Logo depois e ao som de Armandinho, fui pro banheiro, tomar banho.
Agora já estava mais animada.
Minutos depois...
Saí do banho e sempre em comunicação com a mingau fui me vestir.

Estava me sentindo bem aquela manhã. Vesti a roupinha escolhida, um perfume suave e me certifiquei se a  casa estava devidamente fechada, e se tinha comida no pratinho de mingau.
Tudo ok?
Bora lá.