Até depois do fim

E tudo se faz novo

UM MÊS E MEIO DEPOIS

Sabe quando você apenas vai vivendo os dias?
Um de cada vez...

Já havia parado de chorar tanto.
Estava dando um tempo de bebida e de redes sociais.

Já fazia 2 meses e meio desde que ela terminou e eu estava me recuperando.
SOZINHA.

Seria injusto ficar com uma pessoa se meu pensamento ainda era Rafaella.

Então, era melhor ficar sozinha mesmo e seguir minha vidinha.

Nunca mais a ví.
Mas soube que ela havia ido na boate onde eu trabalhava com os amigos.

Curtiu a noite toda, dançou muito pelo que eu soube, porém, eu não estava trabalhando quando ela foi lá.

O tempo foi passando e quase 3 meses depois, numa certa noite eu estava trabalhando, fazendo contagem de vinhos para a adega e eram várias caixas de madeira pra contar.

Distraída com tantos números, passei por uma das caixas que tinha um prego pra fora da madeira, e fez um rasgo enorme na minha calça de trabalho.

Fiquei o restante da noite sentada, e todos da equipe rindo de mim.

Assim que acabou o expediente, saí do trabalho e fui para o centro de Fortaleza, disposta a procurar uma bendita calça preta do mesno jeito da outra.

Andei por várias lojas e nada de encontrar. Achava calça de todo jeito, menos a que eu queria.

Já cansada, com sono, e com fome, decidi comer algo, depois ir embora, daria um jeito no rasgado da calça se não encontrasse outra.

Parei numa pastelaria muito conhecida no centro de Fortaleza chamada "LEÃO DO NORTE".

Fiz meu pedido, comi um belo pastel com uma jarra de suco.

Depois de comer me bateu um sono que eu poderia dormir sentada que seria como se tivesse numa cama king size.

Com muito sono, saí da pastelaria e passando pela Praça do Ferreira, me distraí olhando os filmes em cartaz no tradicional cine São Luiz quando alguém esbarra em mim, virei e o homem veio pedir desculpa, era nada mais nada menos que Guilherme, ex- noivo de Rafaella em companhia da própria.

Quando ele me reconheceu, fechou a cara de imediato. Só disse:

"Hey, desculpa."

Porém ela, falou...

-Olá Clara, tudo bem?
(Estava muito bem vestida e perfumada como sempre.
Disfarcei para tentar esconder o nervosismo)

-Oi Rafaella, tudo certinho e você?

(Ela respondeu com um sorriso e assentiu com a cabeça)
-Você tá com cara de quem está dormindo em pé.
Fazendo compras?

-Realmente estou caindo de sono, passei direto do trabalho pra cá. Estou procurando uma calça porque a minha de trabalho rasgou e não tenho nenhuma parecida, então...aqui estou e ainda não achei.
(Falei olhando pra ela)

Guilherme já impaciente começou a chama-la pra ir embora.
Mas ela continuou a falar comigo.

-Olha, acho que você vai encontrar numa loja próximo a praça José de Alencar.
Sempre vejo calças do tipo social lá.
(Ela falou e gesticulou muito)

Olhei para Guilherme e ele estava com aquele olhar que mais parecia querer me fuzilar.

-Beleza, vou dá uma conferida nas lojas por lá.
Valeu!
(Segurei a lágrima com toda força que tinha)