PARTE 1.

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Tudo acontecia o mais natural possível...pessoas caminhavam para lá e para cá,as crianças brincavam na calçada de suas casas,os pássaros voavam de galho em galho...tudo fluía bem. Certo,talvez nem todos estejam tendo um dia tão feliz assim,como eu por exemplo.

Isaac Hampton é meu nome,posso aparentar ter 16 anos,mas na verdade tenho 20,cabelo preto e cacheado,olhos castanhos...será que tem alguma importância?. Eu moro sozinho,apenas achei melhor sair da casa dos meus pais. Meu emprego não é lá essas coisas,mas ser atendente de fast food tem suas aventuras.

..."sorria ou será despedido" era o lema,talvez "chore e implore por um aumento" fosse mais aceitável...

Sabe,eu não gosto muito de falar sobre mim,acho que as vezes podemos ser irrelevantes para as pessoas. Desculpe a grosseria,mas não sou nada além de uma pessoa vivendo uma vida normal como qualquer outra.

...

Naquele dia eu atrasava para o trabalho,poderia colocar a culpa no despertador se ele tivesse pilhas. Nem sei como fiz,apenas coloquei meu uniforme e sai correndo de casa sem olhar para trás,fiquei quase meia hora tentando ligar o velho carro que meu pai me deu. Quando o veículo finalmente da sinal de vida saio em disparada...

...alguns minutos depois cheguei no local de trabalho,estacionei o carro e assim que entrei meu chefe me esperava no caixa com uma cara nada amigável.

— Já é a quinta vez nessa semana Isaac. — Disse ele.

— Desculpe,é que... — Tento explicar.

— Qual é a história dessa vez,se é que tem uma...venha até minha sala.

O segui até sua sala e lá ele me encheu com suas reclamações,com a mão no queixo eu até ouvia,mas talvez no lugar de sua voz eu imaginasse o locutor do futebol de ontem.

— Não sabe atender bem os clientes,não dá informações corretas,os outros reclamam do seu serviço... — Dizia ele.

Tudo o que eu fazia era balançar a cabeça como se estivesse escutando tudo.

— Isaac,ao menos está prestando atenção no que eu estou dizendo?...aposto que nem sabe o nome desse estabelecimento.

— É claro que sei...tem haver com comida?.

Ele revira os olhos com minha pergunta,respira fundo e fala.

— Eu guardei isso por muito tempo e acho que já é a hora...essa foi a última hora de água...você está demitido,entregue seu crachá.

...eu nunca me senti tão leve em minha vida...

— Bom,foi ótimo trabalhar para vocês sugadores de alma,até nunca mais... — Falei saindo dali.

Por mais que seja ruim ser demitido de um emprego eu estava numa tranquilidade maravilhosa,afinal,já fui demitido de vários outros então...

Ainda naquela manhã cheguei em casa com um jornal nas mãos e logo iniciei a busca de um novo emprego,como sou sortudo não havia nada e rapidamente fui perdendo a esperança,agora tudo parecia conspirar contra mim,mas sempre foi assim então não tenho do que reclamar...

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PALAVRAS DO AUTOR
(Mais uma nova história,tenha uma ótima leitura e até o próximo capítulo)

O Mundo Das TinieblasOnde histórias criam vida. Descubra agora