46 | Aquele com o Pandemônio

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And I tried to run before, but I'm not running anymore, because I've fought against it hard enough to know that you love who you love.

— Obrigada por ter vindo, Belle — Gina agradeceu a amiga pela milésima vez.

Ao final do jantar na noite anterior, Isabelle tinha se oferecido para participar do almoço com a família de Gina e inclusive dado a excelente sugestão de que Draco deveria dar as caras por lá só depois que a notícia tivesse sido dada e bem aceita. Draco tinha a impressão de que aquilo seria o mesmo que escrever "covarde" na sua testa, mas viu o quanto Gina tinha ficado aliviada com a sugestão e concordou.

Gina sabia muito bem que não existia a chance dos seus pais e irmãos lidarem bem com a notícia. Tinha certeza que mesmo que eles recebessem o Draco em primeiro lugar, o expulsariam depois que soubessem.

— Claro — Isabelle respondeu como se não fosse mais que sua obrigação — Você já pensou em como vai introduzir o assunto?

— Já. Várias formas diferentes, nenhuma delas com um final feliz.

O sofrimento de Gina era perceptível em sua expressão. Isabelle tentou animar a amiga com algumas piadas, mas não funcionou. Então optaram pela versão band-aid: descer, sentar à mesa, contar a notícia logo e enfrentar o pandemônio.

— Mamãe mandou chamar vocês para o almoço — Gui falou, colocando a cabeça na porta do quarto de Gina — Tá tudo bem? — perguntou ao ver que Gina fazia uma oração silenciosa pela milionésima vez.

— Tá sim — Isabelle quem respondeu, enquanto empurrava Gina para a porta — Ela tá um pouco nervosa, mas vai ficar tudo bem. Vamos lá, Gi. Você consegue!

Foi empurrando a amiga até chegarem à mesa, onde os pais de Gina e grande parte dos seus irmãos já estavam.

— Coloca o cinto de segurança — Isabelle sussurrou para Gui, que se sentou ao seu lado — Esse almoço vai acontecer a 220km por horas.

Ele ia perguntar o que ela queria dizer com aquilo, mas suspeitou que Gina tivesse alguma notícia para dar. Afinal, ela estava com uma cara pálida de medo. E se sua irmã que tinha a fama de ser corajosa e nunca temer nada ou ninguém estava com tanto medo, é porque boa coisa não era.

— Gina, você está bem, querida? — Molly perguntou — Você está tão pálida!

Gina soltou um grunhido como resposta.

— Na verdade, Molly, a Gina tem uma notícia para dar. Não é, amiga? — Isabelle incentivou.

— Uma notícia? — os olhos da mãe brilharam — Que notícia, Gina querida?

— Eu, uhm... Eu estou namorando. — Gina viu o sorriso no rosto dos pais crescer, e antes que eles tivessem a oportunidade de berrar que estavam felizes por ela e por Harry, acrescentou: — Não é o Harry.

Molly e Arthur franziram suas sobrancelhas, confusos, e se entreolharam, esperando que Gina explicasse.

— Estou namorando o Draco. Tenho certeza que vocês...

— Você tá namorando o Malfoy? — Fred interrompeu o que Gina dizia.

— Isso é sério? — George completou.

Gina abriu a boca para responder, mas foi impedida por seu pai, que da ponta da mesa perguntou:

— Gina... Isso é verdade? Você está namorando o filho dos Malfoy? — seu tom estava tão carregado de tristeza e decepção que o coração de Gina começou a bater mais rápido.

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