ESPECIAL | Término 2.0

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There's never a right time to say goodbye.

Isabelle calçou as sandálias de couro Alexander McQueen e conferiu se estava tudo ok. Seu cabelo estava amarrado em um rabo de cavalo alto, e ela usava um macaquinho de renda amarelo neon de mangas compridas Valentino, e carregava uma clutch preta Kotur.

Tinha passado um corretivo, pó, blush, máscara e um batom nude. Terminou de colocar dinheiro e os cartões na clutch e conferiu o horário no seu celular: já eram sete e quarenta e cinco.

Pediu um carro e informou o endereço de Blaise. Ele já estava na porta esperando por ela, e eles seguiram para o destino final sem demora. Blaise chegou a perguntar onde estavam indo, mas Isabelle se limitou a dizer "surpresa", e então a conversa se encerrou.

Quando chegaram ao fatídico karaokê no qual ela tinha terminado com ele, Blaise ficou no mínimo surpreso, mas deu à Isabelle o benefício da dúvida. Afinal, ela não o levaria até ali se não tivesse uma boa razão. E ele só descobriu qual era depois que os dois já tinham se assentado na mesa e pedido duas cervejas.

— Então — ele tornou a perguntar — A que devo a honra de ser convidado pela minha ex-namorada para o bar no qual ela terminou comigo?

Isabelle sorriu.

— Eu achei que você merecia minha total e completa sinceridade sobre o que aconteceu. E talvez um pedido de desculpas.

— Tenho a sensação de que vou amar e detestar essa noite ao mesmo tempo — ele brincou.

— Também tenho.

Os dois sorriam agora.

— A sinceridade é a parte em que você me conta que me traiu com o Sirius e minha paranoia não era paranoia? — Blaise brincou.

— Você me conhece bem o suficiente para saber a resposta dessa pergunta — Isabelle respondeu.

— Sim — ele admitiu — Você vê traição como uma fraqueza. De alguma forma, eu sabia disso. Eu nunca acreditei de verdade que você estava me traindo. Não de forma racional, pelo menos. Mas eu ainda sentia ciúmes.

— Eu sei. E mesmo que eu não entenda como você não conseguia controlar suas emoções em uma situação na qual você racionalmente sabia que era paranoia, eu entendo da onde vinha o seu ciúmes.

— Entende?

— Claro que entendo — ela revirou os olhos — Eu não posso dizer que sei como você se sentiu, mas consigo ver a razão pela qual você sentiria ciúmes. E a verdade é que se eu fosse como qualquer outra garota que nós conhecemos em Hogwarts, as coisas teriam sido muito diferentes.

— Teriam.

Blaise sabia disso, ele soube desde o momento em que decidiu pedir Isabelle em namoro. Mas isso não o impediu de criar expectativas. E ele se perguntou várias vezes, se ela fosse qualquer outra menina, como o namoro deles teria acabado?

Ou será que não teria acabado?

E ele sabia que aquela era uma linha de pensamento arriscada. É muito fácil pensar que se ela fosse como a maioria das mulheres, sentimental, tudo teria acabado bem. Ela teria compreendido melhor o ciúmes dele e se afastado de Sirius. Mas a verdade é que ele não tinha a garantia que o resultado seria positivo. Poderia ter sido bem pior também.

— Acho que eu entrei no nosso relacionamento com expectativas irreais sobre você — Blaise admitiu.

— Eu também acho. Mas eu também criei expectativas irreais sobre você. Nós dois erramos.

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