27 | Aquele com a Operação V-Card

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— Qual a dificuldade de entender que eu quero um expresso duplo gelado? — Draco resmungou pegando seu copo da Starbucks e se sentando ao lado de Colin no sofá de couro preto do aeroporto.

Estavam no Galeão, aeroporto internacional do Rio de Janeiro, esperando por Belle e Blaise que viriam de um voo diferente, já que saíram de Paris. Gina folheava uma revista que tinha comprado—apenas folheava, pois a mesma estava toda em português—Colin mexia na sua câmera fotográfica e mostrava algumas fotos para Draco, que tinha acabado de voltar com o seu café.

Vinte minutos depois ouviram uma voz conhecida reclamando, e quando levantaram os olhos lá estava Belle e Blaise, cada um segurando duas malas—três de Isabelle e uma de Blaise, obviamente. Os cinco se cumprimentaram e trocaram informações sobre o voo e inconvenientes de viagem, como turbulências e essas coisas. Daniel apareceu dez minutos depois com dois amigos. 

Colocaram as malas nos carros e se separaram da seguinte maneira: Daniel, Gina e Blaise iriam com Tiago, o amigo que dirigia um Honda. Belle, Draco e Colin iriam com Carlos, o amigo que dirigia um Toyota.

Belle e Colin tiveram que se espremer atrás com uma das malas, assim como Gina e Daniel fizeram no outro carro—mas isso é que dá viajar com duas maníacas por compras. Uma das malas que Belle tinha levado estava vazia: para guardar as futuras aquisições dela e da amiga.

— Quero ver como vamos fazer quando a Lucy chegar — Belle reclamou.

— Na hora de voltar a gente deve ter mais opções de carona — Daniel disse.

— Mas podemos jogar umas duas malas fora também, se precisar — Draco acrescentou.

— Nos seus sonhos, lindinho — Belle segurou a mala de maneira protetora.

A viagem não foi das mais confortáveis. Demorava umas três, quatro horas para chegar à tal praia. A casa na qual iriam ficar era enorme, mas rústica: toda de madeira com pintura branca, vista de fora. Por dentro sua decoração também era basicamente toda branca, com detalhes em azul, amarelo e cinza.

— Essa vista — Gina falou quando abriu a porta da varanda. A praia de frente estava deserta e o mar tinha uma cor maravilhosa.

Eles dividiram os quartos da seguinte maneira: os casais ficariam em quartos com camas de casal, e Draco e Colin ocupariam o terceiro quarto, que tinha também uma cama de solteiro, e assim que Lucy chegasse se acomodaria com eles. Gina odiou a divisão, mas achou melhor não se pronunciar para não gerar a briga antes da hora.

Eles foram almoçar num restaurante do condomínio onde a casa de Daniel estava localizada. As meninas já tinham colocado roupas mais leves e seus biquínis e os meninos tinham trocado as calças por bermudas e os tênis por chinelos. Depois do almoço—que durou cerca de três horas, pois não paravam de conversar—decidiram aproveitar o resto do dia na praia. Naquela noite aconteceria uma festa, mas como estavam todos muito cansados da viagem e sofrendo um pouco com o Jet-lag, decidiram não ficar por lá muito tempo e logo voltaram para a casa para descansar.

Draco e Colin ficaram conversando por algum tempo antes de tentarem dormir, o que Draco não conseguiu fazer. Sua cabeça estava cheia de problemas—um dos hotéis estava passando por uma complicação e por mais que não estivesse em suas mãos resolver isso—quando estava em período letivo o tio o ajudava com os negócios—não conseguia não se preocupar.

Por volta de duas horas da manhã—uma hora e meia depois de terem voltado—Draco desceu para a cozinha para beber um pouco d'água ou de outra coisa que o ajudasse a dormir. Seu coração quase saltou do lugar quando, cortando o silêncio no qual ele estava inserido, ouviu uma voz praticamente berrar da porta:

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