13 | Aquele com o Jantar

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— E aí? Já chegou no aeroporto? — Isabelle segurou o telefone com o ombro passava a mão pelos vestidos do seu closet.

Já. Isso aqui tá uma bagunça e parece que o voo da Alice atrasou um pouco. Já escolheu sua roupa?

— Ainda não... Estou em dúvida entre três vestidos, um azul marinho, um vermelho, e aquele Missoni que tem tipo umas ondas em tons pastéis, o que a gente comprou em Capri.

Pelo menos já escolheu o sapato? Sempre fica mais fácil escolher o vestido se souber qual o sapato usar. E vice-versa.

— Não — Isabelle suspirou, sentando na cama — Eu olho para os meus sapatos e fico ainda mais confusa.

—Bom, para te ser bem sincera, o vestido que eu mais prefiro é o azul marinho, se for o Berardi, porque ele é tubinho, é clássico e ainda assim, é sexy. Mas ele é meio sério. O Missoni também é lindo, apesar de eu achar o vestido um pouco feminino demais.

— E o vestido vermelho? Ele também é o que eu menos prefiro. Acho ele recatado em excesso, sabe? Comprei para usar num dos almoços do meu pai.

­— Também prefiro menos o vermelho. Não é nem porque ele é recatado em excesso, é só que... ele é tão simples.

— Sim — Isabelle resmungou.

Queria que Gina lhe oferecesse uma solução, não divagasse sobre a simplicidade dos vestidos.

— Tá legal, eu sinto seu desespero daqui. Vai com o Missoni, o sapato azul e faz uma maquiagem mais escura nos olhos e um batom nude. E prende o cabelo numa trança, você fica linda de trança.

— Tem certeza? Não vai ficar...

— Pouco fatal? Pode ficar tranquila que o Sirius não vai esquecer o quanto você é fatal. Ele tem as outras vinte mil vezes que vocês se viram na mente para lembrar. Você pode ir só linda dessa vez, sem provocar.

— Você tá certa. Eu acho. Mas sabe o que é? Eu me imagino saindo assim com... o Zabini, sei lá, ou caras tipo ele. Mas o Sirius, não. Só me imagino usando um batom vermelho, o cabelo jogado para o lado, sapato preto e vestido curto. Qual é o meu problema?

— Não vou falar, porque não quero sugerir a solução — Gina brincou. 

— Se eu encontrar alguma outra roupa que preste eu te ligo, pode ser?

— Pode. Eu vou comprar um café e uma revista. Acho que o avião da Alice está pousando. Não deixa de me ligar, de qualquer forma, tá? Beijo.

— Beijo.

Isabelle desligou o telefone. Olhou para a roupa sugerida por Gina e se sentou na cama. Pensou. Gastou dez minutos pensando, inclusive, enquanto viajava sobre a vida e de repente ela imaginou o vestido perfeito. 

Como uma luz vinda dos céus. 

Pegou o telefone e ligou para a amiga novamente.

­— Você fica cada dia mais rápida em rejeitar minhas sugestões decentes de moda. E aí, qual a ideia?

— Um Hervé Léger que eu comprei recentemente. Acho que você vai lembrar: de manga, um pouquinho acima do joelho, degrade em tons pastéis...

— Lembro sim ­— Gina suspirou — Gostei. E te deixa com mais cara de adulta, o que nunca é ruim.

— Exato — ela riu novamente — E aceito sugestões de sapato e para maquiagem.

— Uhm... Vai com aquele seu Yves Saint Laurent vermelho de camurça, um batom vinho e uma sombra discreta. Cabelo solto, dá uma jogada para o lado e se conseguir, tenta fazer uns cachos na ponta.

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