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09 | Aquele com a Makeover do Harry

Sirius esperava o afilhado sentado no sofá, um copo de whisky com gelo na mão direita e um charuto na mão esquerda. Abriu um meio sorriso quando o viu entrando pela porta como se não quisesse que ninguém mais percebesse que ele estava chegando. 

Mas Harry percebeu que tinha falhado miseravelmente ao ver Sirius no sofá.

— Ah. Oi. Não sabia que você estava me esperando — forçou um sorriso.

— Sente-se — Sirius ofereceu. — E aí?

— O quê?

— Qual é o plano?

— Plano? Sirius, não sei do que você está falando, de verdade.

— Harry, tem meses que eu sei que você anda completamente louco pela Gina, e de repente você começa a sair com aquela sua amiga de novo?

— Ah... Não tem plano. Eu estava dando uma chance para Cho, sabe, tentando esquecer a Gina.

— Mas isso é inaceitável! Você é ou não filho de James Potter? Você sabe quanto tempo o seu pai insistiu para conseguir sair com a sua mãe? Um ano! Imagina se ele tivesse desistido fácil assim? — Sirius falou, exacerbado, bebendo um gole do whisky em seguida.

Vendo que Harry não conseguia pensar no que dizer, ele prosseguiu:

— Eu vou te ajudar. Não pode ser tão difícil, ela era louca com você, não era? Olha, o mais importante para se saber sobre as mulheres é que elas não gostam de caras inseguros que ficam cheirando o cangote delas igual um coitado.

— No caso, então, eu continuaria com a Cho?

— Não precisa ser exclusivamente, mas isso é com você.

— Não é... sei lá... Sacanagem com a Cho?

— Harry, meu amigo, na guerra e no amor vale tudo — Sirius deu um de seus sorrisos que matam milhares de mulheres diariamente, e bebeu o resto do whisky.

Enquanto tragava seu charuto e pensava em coisas não muito relacionadas a vida amorosa alheia, seu afilhado queimava alguns neurônios pensando. 

Valeria a pena magoar uma de suas amigas? Ele queria tanto assim ficar com Gina? 

A resposta pra essa pergunta era óbvia: queria. Desde o começo do ano ele percebeu que era e talvez sempre tivesse sido apaixonado por ela.

Por fim, Harry decidiu que era melhor ouvir a opinião de Hermione, que seria sincera e não o deixaria fazer nenhuma bobagem, mas também, ele sabia, não o deixaria tomar a decisão que o fizesse sair prejudicado. 

Desde que tinha começado a namorar o Rony, Hermione era um pouco mais flexível com algumas questões. Não era adepta da filosofia de Sirius, "na guerra e no amor vale tudo", mas ela passou a aceitar algumas jogadas.

Então, no dia seguinte pela manhã encontrou com a amiga em um café.

— Harry — ela falou afobada ao entrar, o rosto um pouco vermelho e os cabelos levemente desarrumados, mas ainda assim, bonita. O abraçou e se sentou. — Então?

— Eu... Eu conversei com... ahm... um amigo ontem.

— E? — ela perguntou, talvez um pouco desconfiada que "um amigo" era o equivalente a alguém cuja opinião ela não aprovava.

— Você deve ter percebido que eu estava saindo com a Cho. Tentando desistir da Gina.

— Sim — Hermione suspirou: não concordava com aquela atitude dele.