The Rose in Black and White | Shawn Mendes

1. Nice to meet you.

THE ROSE IN BLACK & WHITE.

1.

Vancouver, Canadá.

Sexta feira.

Sabe quando você tem certeza que errou o caminho? Não, não é um simples caminho de uma estrada, é o caminho da vida. Sou teimosa, vi que aquele caminho não era o certo, mas, vai nessa, Allyson.
É errando que se aprende, certo? Nunca vamos acertar de primeira, temos que quebrar a cara várias vezes para depois acertar. Comigo não foi diferente, quebrei a cara (primeiro passo: completo). Ah, qual é! Não vem me julgar, não! Ele era o meu primeiro namorado.

Tá, você acertou a história: ela teve seu primeiro amor e, no final, ela é traída.

Quanto mais eu rezo, mais coisas clichês me acontecem.

Conheci Thomas, meu (ex) namorado, no ano passado. Quando as provas e trabalhos finalmente acabaram, ele aparece pra arruinar tudo. Ele me encarava nos intervalos e dizia pros amigos um "Hey, vocês apostam quanto que eu consigo conquistar e iludir aquela menina durante um ano e depois trair ela com uma menina de outro colégio?" e eles respondiam "Nada, afinal, você é O Thomas!"

Depois que ele veio falar comigo, conversamos, trocamos redes sociais e números de telefone. Conversávamos na escola e fora dela. Até que BOOM, começamos a namorar (ele fez o pedido por mensagem de texto, mas vamos deixar em segredo).

O começo de tudo sempre é perfeito, até as máscaras caírem. E a dele caiu. Ele ficou revoltado e rude comigo, não sabia o motivo. Ele não respondia minhas mensagens, arrumava desculpa para não me ver. Mas, no dia da festa de uma garota da escola, eu descobri o motivo: eu estava sendo traída.

Filho da mãe.

E eu descobri isso da pior forma.

Dinah, minha melhor amiga desde que saí da maternidade, me chamou para dançar. Se tem uma coisa que eu odeio, essa coisa é dançar. Eu pareço uma lombriga parindo seus filhos quando me arrisco a dançar. Então, para evitar qualquer desgraça, fiquei quietinha no meu canto, enquanto minha melhor amiga descia até o chão.

- Ei, vou no banheiro. - menti. Não costumo mentir, mas, precisava sair daquele lugar cheio de adolescentes bêbados e ir pegar um ar.

- Volta logo! - gritou.

Saí de lá e fui em direção à um corredor para respirar um pouco. Resolvi ligar para Thomas, afinal, ele havia sumido desde o começo da festa. Ouvi seu celular tocar assim que ouvi o primeiro "BIP" no telefone. Olhei para o lado e vi a cena: Thomas se engolindo com uma garota.

Qual é, destino? É isso mesmo?

Ele percebeu que seu celular estava tocando e, só depois, notou minha presença ali.

"Será mesmo que conseguimos esquecer as coisas? Coisas bobas como a letra de alguma música, os passos para se resolver uma equação matemática, o significado de alguma palavra insignificante para o nosso dicionário. Sim, isso a gente esquece. Normal. Comum para qualquer um. Mas, aquela briga com o seu melhor amigo, aquele parente querido que se foi, aquela nota vermelha no boletim do último bimestre a gente não esquece. O ser humano consegue se livrar de coisas ruins por um instante mas, basta alguma palavra ou alguma lembrança que a avalanche de memórias volta a passar pela nossa cabeça. E uma traição? É impossível de esquecer. Quando a pessoa é traída, ela pega a chave do bolso do seu parceiro e tranca seu coraçãozinho. Simplesmente se fecha. Fecha a sua porta para novas companhias. É claro, se aconteceu uma vez, pode acontecer de novo. É isso que ela pensa. Talvez um dia, ela perdoe. É só uma hipótese.