24. Letras.

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THE ROSE IN BLACK & WHITE

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Vancouver, Canadá.

- Pode entrar, ele está animado em te ver - a enfermeira sorriu simpática depois de abrir a porta do quarto.

Cameron está internado há um mês. Como ele demorou pra ser socorrido, vários medicamentos já fizeram efeito em seu organismo. Então, os médicos fizeram o possível, durante esse mês, pra retirar qualquer efeito de sua corrente sanguínea.

Passei pela porta e vi meu melhor amigo deitado. Havia uma cânula de oxigênio em seu nariz, uma agulha em seu braço esquerdo e várias pulseiras de hospital no pulso direito. Ele estava magro e pálido, mas, seu sorriso era o mesmo.

Ainda bem.

- Só um detalhe - a enfermeira pegou no meu braço, me impedindo de me aproximar dele. - Ele ficou com sequelas, não consegue falar.

- Como assim ele não consegue falar?

- Não cem por cento, como antes, então pedimos pra ele não falar, por enquanto, só pra não fazer muito esforço.

Assenti com a cabeça e me aproximei de Cameron, que abriu os braços. Abracei-o com certa dificuldade e depositei um beijo em sua bochecha.

- Você quase me matou, sabia? – falei, ele sorriu.

Cameron pegou minha mão e passou o indicador pela palma da mesma.

- É assim que ele se comunica agora – a enfermeira disse.

Prestei atenção no que ele escrevia na minha mão.

E U  T E   O D E I O

- Porque me odeia? – franzi o cenho.

P Q  V C  M E  S A L V O U

Eu sorri.

- Eu te amo, sabia? – acariciei seu cabelo.

E U  A M O  M A I S

- Vê se melhora rápido, todo mundo tá sentindo sua falta – ele assentiu com a cabeça.

C O M O  V C  T A

- Estou bem – eu forcei um sorriso, Cameron franziu o cenho.

N  T A   N

Eu ri.

- Uma pessoa me decepcionou, mas, vou ficar bem.

V C  É  F O R T E

- Você também.

- Tenho que dar medicamentos à ele. Se quiser, pode voltar no outro horário de visita – a enfermeira nos interrompeu.

- Eu volto, sim – olhei para Cameron, que segurou minha mão bem forte. – Eu prometo que volto.

E U  P R O M E T O   Q  V O L T O   P   C A S A

- A gente vai te receber de braços abertos – nós dois sorrimos. Ele beijou minha mão, antes de eu me retirar.

[...]

- Como ele está? – Shawn perguntou quando eu entrei no carro.

- Ele não pode falar. A médica disse que ele ficou com sequelas. Mas, fora isso, ele continua com o mesmo senso de humor de sempre.

- Ele vai ficar bem – pegou na minha mão, eu concordei com a cabeça.

- Obrigada por ter vindo comigo.

- Vai voltar mais tarde? – eu assenti. – Quer ir pra algum lugar, por enquanto?

- Pra casa. Dormir – encostei minha cabeça no banco do carro e fechei os olhos, Shawn riu.

- Pra minha ou pra sua?

- Você decide.

- Pra minha – disse, antes de ligar o carro. 

Estiquei meu braço e liguei o rádio. Uma música tranquilinha estava tocando, o que me ajudou a relaxar.

- Podemos falar sobre o quanto eu quero vestir esse moletom seu. 

- Você está tomando conta do meu armário, Allyson. 

- Pode tomar conta do meu, se quiser – dei de ombros, ele riu.

- Eu gosto quando você veste minhas roupas – fez uma pausa. – as minhas roupas.

- De anjo só a cara.

[...]

Nick Vasconcelos: Oi, tá aí?

Allyson Steinfeld: Sim.

Nick Vasconcelos: Sinto muito pelo que aconteceu.

Allyson Steinfeld: Não é sua culpa.

Nick Vasconcelos: É da minha irmã, já sabe, né?

Allyson Steinfeld: Ela disse que vai fazer da minha vida um inferno.

Nick Vasconcelos: Não vou deixar.

Allyson Steinfeld: Não precisa falar nada, Nick. 

Nick Vasconcelos: Somos amigos, eu preciso, sim. 

Nick Vasconcelos: Somos amigos, não somos? 

Allyson Steinfeld: Sim. Somos amigos. 

The Rose in Black and White | Shawn MendesOnde histórias criam vida. Descubra agora